De
início foi esquisita a chegada da primavera - com frio, chuva, raio e trovão.
Mas, eis que, após dez dias, ela se firmou como a estação climatológica mais
colorida do ano.
Se
alguém ainda duvida da sua chegada, nada como uma caminhada pela madrugada ao
aparecerem os primeiros raios do sol.
Os
pássaros ainda estão em casa, transmitindo toda a sua alegria com os seus
cânticos inimitáveis.
Como
em um milagre, os galhos secos das árvores do inverno apresentam uma nova
roupagem de cores extravagantes, exuberantes e lindas.
E
as mangueiras centenárias?
Arqueadas
pelo peso dos seus frutos, abrem seus braços numa atitude de paz, oferecendo
aos transeuntes os seus filhos – as mangas deliciosas.
A
realidade do dia-a-dia obnubila meus encantamentos com a natureza.
E
os ipês? Aí, já é abusar! Uma verdadeira cascata de cores enfeitam essas
árvores mágicas que para florir só pedem que não a matem.
Difícil
escolher o cenário mais lindo encontrado. Patrimônio da natureza,
essas árvores fazem de tudo para agradar o seu maior algoz – o homem.
Fico
com o roxo dos ipês, que me lembra da delicadeza e sensualidade das orquídeas,
calmantes para este velho coração.
Caminho
e observo. Como é possível esse paraíso doado pela mãe natureza ser destruído
pela ganância dos homens?
Destroem
tudo para colocar em seus lugares verdadeiros espigões de concreto para
empacotar gente.
Até
o ruído da madrugada da primavera é diferente, e apresenta uma harmonia quando
invadido pelo som neurotizante das máquinas de transporte coletivo.
A
vida selvática é o modelo que mais se aproxima da felicidade.
A
beleza da natureza está em nós. Sem esta, não há paz.
Procuro
energia caminhando nas ruas da primavera captadas pelos meus órgãos sensoriais.
Essa
variação de estímulos com facilidade chega ao meu cérebro, onde tudo se
processa produzindo essa gostosa sensação matinal.
É
a primavera! Ela chegou!
Gabriel
Novis Neves
02-10-2013
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