sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Solidariedade

Este sentimento está tão atrofiado em nossa sociedade, que nem mais o identificamos. Muitos já se esqueceram de que as homenagens são para os mortos, e que os vivos necessitam de solidariedade.
Não é que, quando menos esperamos, somos surpreendidos pela presença dela? E que bem faz à saúde!
A solidariedade não tem pátria, e é possível encontrá-la em qualquer lugar, independente da raça, religião, ideologia política e outras invencionices desnecessárias à nossa harmonia e felicidade.
Como nos sentimos acarinhados pela presença dela! É como se tivéssemos recuperado parte do nosso corpo.
Difícil encontrar uma causa do seu desaparecimento, ainda mais quando não deixa saudades.
O egoísmo patológico. O consumismo desenfreado. A loucura da competição sem parâmetros éticos. A luta pelo “ter”, e não, pelo “ser”. A deturpação da educação das crianças pelo “criar”. Esses são alguns dos fatores férteis de desenvolverem em genética predisposta e o ambiente em que vivemos seres antissolidários.
O ser humano perdeu importância. Os valores morais e éticos foram substituídos por equívocos fatais de uma sociedade em decomposição onde reina a violência, brutalidade, corrupção, campos impossíveis para a sobrevivência da solidariedade.
A chamada solidariedade humana, atualmente, não resiste ao teste do olho no olho.
Como dizem os sábios populares, falar é fácil, difícil é fazer.
As nossas instituições nunca são solidárias. Inocentes morrem por falta de medicamentos, enquanto centenas de caixas de remédios são jogadas no lixo por terem o seu prazo de validade vencido.
O grande escritor e jornalista Otto Lara Rezende cunhou uma frase que demonstra o que representa a solidariedade: “o mineiro só é solidário no câncer”.
Conceito profundo de um pensador no simbolismo do câncer, que, muitas vezes, é o final da nossa existência.
A solidariedade humana é o verdadeiro oxigênio que irriga os nossos tecidos. 
Exterminá-la é viver descerebrado.
Incrível como nesse mundo globalizado, materializado, competitivo, futilizado, isso não incomoda e, muitas vezes, nem é observado.
Existem neste Planeta ilhas resistentes a essa doença mais grave do que todas as guerras, por mais cruéis que sejam.
“Nós estamos aqui na Terra para sermos bons para os outros. Já, porque os outros estão aqui, eu não sei” - (W.H.Auden).

Gabriel Novis Neves
06-06-2013

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

PARA QUE SERVE?

Com a chegada do primeiro lote de médicos cubanos (!) alugados do governo de Cuba, fica no ar a seguinte pergunta: para que serve o Ministério da Saúde?
Possui uma superestrutura burocrática, com milhares de servidores em cargos comissionados e outros tantos com contrato provisório - onde o critério para essas indicações nunca foi o mérito.
Por incompetência e falta de vontade política dos ocupantes desse ministério, chegamos ao estado de calamidade. Uma vergonha para uma nação dita civilizada e desenvolvida.
Graças ao clamor das ruas protestando contra o sucateamento da nossa saúde pública, o comedor de orçamentos bilionários procurou, sem ouvir os seus órgãos e comissões competentes, a solução de emergência.
Centenas de municípios brasileiros sem médicos!
Número insuficiente desses profissionais nas pequenas cidades e periferia das grandes metrópoles.
Havia falta de médicos no Brasil!
Procurou-se no mercado internacional, o que havia de mais barato para pronta entrega.
Para a negociação externa, feita sem licitação, para o aluguel desses escravos de branco, foram solicitados os serviços da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), que cobra, com certeza, uma taxa nessa difícil operação de trazer “legalmente” essa gente.
Para resolver pequenas dificuldades gerenciais internas, como administrar um pequeno Hospital Regional, uma Farmácia de Alto Custo, fornecer recursos humanos para serviços não especializados ou complexos, a fórmula encontrada foi a de contratar sem licitação os serviços das Organizações Sociais de Saúde (OSSs) - empresas privadas com fins lucrativos.
O governo recentemente criou uma estatal: - a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSH), com a finalidade de administrar os hospitais universitários públicos.
Quando um prefeito ou governador solicitam recursos do Ministério da Saúde, para a construção de um hospital, são alertados que os recursos federais só poderão ser liberados, se essas novas instituições forem administradas por uma empresa privada.
No site do Ministério da Saúde tem mais de um bilhão de reais conveniados com as OSSs, contratos esses feitos sem licitação.
Diante dessa situação, ficaria mais barato ao pagador de impostos, fechar o ministério, as secretarias estaduais e municipais de saúde e distribuir o dinheiro dos seus orçamentos, para essas empresas decidir como gastar, não é?

Gabriel Novis Neves
23-08-2013

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Irene Novis Neves

Não houvesse partido rumo ao Infinito, minha mãe estaria comemorando, no dia 02 de setembro de 2013, o centenário do seu nascimento.
Fico imaginando a sua entrada no Paraíso e o diálogo com S. Pedro (o santo da sua devoção). Em homenagem ao santo fui batizado com o nome de Pedro.
O Bar do Bugre foi inaugurado no dia 29 de junho de 1920 e, segundo Gabriel Novis Neves, recebeu na Junta Comercial de Cuiabá o nome de Bar Moderno, embora fosse sempre conhecido como o Bar do Bugre.
Era madrugada de 05 de janeiro de 2006. Todos nós chorávamos e Irene seguia cantarolando a sua melodia predileta - ‘Maracangalha’.
Na Usina do Itaicy, recanto maravilhoso situado às margens do piscoso rio Cuiabá, ela nasceu. A Usina era de propriedade de sua mãe.
Nessa ocasião, seus pais (o médico Dr. Alberto Novis e a Usineira Antonieta de Almeida Novis) regressavam de uma longa viagem pela Europa, onde foram bater às portas das maiores sumidades da medicina em Paris, na busca de tratamento especializado para contornar a surdez irreversível do meu avô, assim como uma tentativa para diagnosticar sérios problemas de saúde que colocavam em risco a vida da minha avó.
Irene teve uma infância impiedosamente marcada por inúmeras adversidades, impostas a todos os filhos de Alberto e Tutica, como era conhecida a minha avó Antonieta.
Irene não tinha completado quatro anos quando a sua mãe partiu deste mundo sem pedir licença para ir embora, deixando na orfandade oito filhos menores. Você foi a filha de número 06, por ordem de nascimento - uma escadinha de filhos nos treze anos de casados de seus pais (1904- 1917).
Sozinho e envolvido na solidão e na saudade da sua jovem esposa falecida, não restou alternativa ao seu pai senão a separação das crianças em 1917.
Minha mãe Irene foi residir no Rio de Janeiro com a sua tia e madrinha Prisciliana de Almeida Azambuja (irmã da sua mãe).
Aquilo que parecia ser um mundo de felicidades teve efêmera duração. Logo o casal Azambuja se separou e mamãe teve a segunda grande decepção - perdia a tia madrinha.
Foi então que Irene retornava definitivamente à Cuiabá para ficar em companhia da sua avó materna.
Minha mãe ainda não havia completado sete anos de idade, quando seu pai contrai novas núpcias com D. Georgina da Silva Pereira e resolve reunir todos os filhos no mesmo lar.
Estava se consumando mais uma perda, a terceira.
Irene deixou a casa da avó e veio integrar o grupo que seria criado pela madrasta.
Lembro-me que mamãe não gostava de relembrar muito a sua infância sem o aconchego da mãe verdadeira, embora gostasse muito da madrasta, que era querida por todos seus irmãos.
Em 1934, casou-se com meu pai, o comerciante Olyntho Neves, e deste casamento nasceram nove filhos - que mamãe dizia serem os seus “Noves” Neves.
Pedagoga por natureza, apesar de ter cursado apenas o primário, ajudava e acompanhava os filhos nos deveres de casa, ensinando-nos desde o português, como matemática, francês e Inglês. Jogava futebol no nosso time e torcia pelo Botafogo no Rio de Janeiro.
Sarcástica, brincalhona e muito bem humorada, Irene soube viver a sua vida de sacrifícios e de prazer. Já no fim da sua vida, sempre cantarolando e alegre, mamãe conservava aquele espírito jovem, e, embora tendo o corpo envelhecido pelo tempo, acumulava uma enorme experiência de vida e sabedoria.
Agradecemos a Deus por nos ter presenteado como mãe uma criatura maravilhosa e da qual muito nos orgulhamos. Posso até dizer, em nome dos meus irmãos, que nos sentimos privilegiados. Será que todas as mães são assim?
Tenho toda a certeza de que Irene está aguardando a chegada de seus filhos no mundo dos espíritos. A primeira a ir pra lá foi a querida Tieta.
Juntas aguardam com paz e muita tranquilidade a nossa certa chegada por lá um dia.
Não precisam ter pressa, vivo dizendo para todos.
Eu mesmo, já estive batendo a porta para entrar, mas o meu xará lá de cima finge que não escuta as minhas batidas!

Pedro Novis Neves
Economista, professor universitário e escritor
27-08-2013

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

A GRÉCIA E O AMOR

Numa bela manhã de sol em Ipanema, observo inquisitivo, o ritual dos gays passando óleo em seus parceiros, numa troca de silêncios promissores.
Lendo sobre a vida amorosa dos grandes filósofos da história, observei que Aristóteles, um dos maiores misóginos da Grécia antiga, enaltecia os banhos de óleo requintados que ocorriam entre mestres e discípulos após longas tardes na discussão de ideias. Esses momentos eram esperados com grande sofreguidão pelas duas partes, já que selavam os prazeres do espírito, aos da carne.
Com relação às mulheres, Aristóteles as considerava seres inferiores, quase animalescos e tendo inclusive um menor número de dentes que os homens. Mesmo assim, casou-se duas vezes, não tendo, entretanto contado à humanidade se a sua suspeita quanto a esse número era real.
Já Sócrates, viveu solitário por quase toda a vida, casando-se somente aos aproximados sessenta anos quando conheceu a ardente Xantipa, trinta anos mais nova e com um destemperamento que ficou famoso por toda a Grécia. Consta que Shakespeare se inspirou na figura de Xantipa para fazer a sua famosa “Megera Domada”.
Segundo Sócrates, de qualquer maneira, case-se: se conseguir uma boa esposa, vai ser feliz; se conseguir uma péssima, vai se tornar filósofo.
Já Platão, nunca se casou, defendendo a sua famosa “República” que todos deveriam pertencer a todos, na tentativa de impedir a propriedade privada. Ficou famoso o chamado Amor Platônico.
Dizia ele: O amor é uma doença mental séria.
Não é de admirar que diante desse quadro, as mulheres tivessem sofrido através dos séculos todo tipo de humilhação e preconceito, já que os pilares da filosofia ocidental foram construídos por esses três grandes misóginos.
Vestígios dessas dificuldades ainda são constatados nos tempos modernos em que as mulheres continuam lutando pela igualdade de direitos e deveres.
Já o mundo gay, nada mais é do que um fenômeno histórico que vem se firmando através dos tempos apesar dos inúmeros sofrimentos que os preconceitos contra as liberdades de escolha costumam gerar.

Gabriel Novis Neves
19-08-2013

A arte salva

As manifestações artísticas, abrindo as portas do inconsciente, têm salvado um sem número de pessoas através dos séculos.
No Brasil, no fim do século passado, tivemos a grande psiquiatra Nise da Silveira, que inaugurou nos manicômios um revolucionário método de tratamento através da praxiterapia.
Alunos da brilhante médica puderam comprovar o belíssimo trabalho por ela desenvolvido através da pintura, da escultura, da música, enfim, de atividades artísticas em pessoas até então consideradas inadequadas ao convívio social e despejadas em lugares para isso construídos.
Com esta prática ela conseguiu revolucionar a medicina psiquiátrica desse princípio de século, humanizando o que outrora envergonhava a humanidade.
O fato é que vemos agora a arte salvando de uma outra forma.
Todos sabem que a cidade de Detroit, nos EUA, até bem pouco tempo o maior centro da indústria automobilística americana, acaba de pedir falência, num total de quarenta e quatro bilhões de dólares. Dívida aparentemente impagável.
Entretanto, como em qualquer massa falida, estão sendo avaliados os ativos e os passivos da cidade.
Por incrível que pareça, Detroit conta com um dos mais belos museus americanos, possuindo um acervo que inclui inúmeras obras de pintores famosos tais como Renoir, Manet, Monet, Rembrandt, Picasso e até do nosso maior expoente, o mestre Portinari.
A avaliação, por alto, do montante, é equivalente a dois bilhões de dólares, já que uma expertise especializada custaria em torno de mais ou menos duzentos mil dólares, coisa descartada num momento de crise.
Claro que, como antigo centro comercial forte, muitas dessas obras foram doadas por personalidades abonadas do setor industrial da época.
O montante a ser arrecadado não seria nem de leve suficiente para pagar a dívida da cidade, mas, com certeza, chamou a atenção para a qualidade do acervo. Tanto assim que o museu, visitado outrora por um total de seiscentas mil pessoas anuais, passou a ter o dobro desse número de visitas, dada a possibilidade de desaparecimento desse verdadeiro templo da beleza.
Foi quando me passou pela cabeça se não seria o caso de transformar a cidade numa Florença, ou seja, num centro de turismo artístico, levando para lá outros museus de igual importância.
Sabemos que esse não é bem o forte da sociedade americana, que é muito mais preocupada com o consumo do que com o cultivo de cultura.
Terra dos maiores parques temáticos, centros de alta tecnologia para adultos e crianças e, por que não, um lugar destinado unicamente à cultura e todas as suas manifestações?
Merece uma modesta reflexão, não sei se de agrado ao deus maior, o “DEUS LUCRO”.

Gabriel Novis Neves
16-08-2013

SUPERAÇÃO

Emocionante ver pessoas simples, como um coletor de lixo vindo de uma cidade do interior do Brasil, conseguir chegar em sexto lugar numa maratona mundial.
Em sétimo chegou seu companheiro, também muito humilde e, atualmente, cursando uma faculdade de educação física.
Fizeram questão de cruzar a linha de chegada de mãos dadas, num nítido recado da superação que os une.
O agradecimento dos dois brasileiros foi feito em palavras toscas, mal articuladas, num português cheio de erros, mas com uma emoção raramente vista em eventos dessa categoria.
Cientes estavam do árduo caminho percorrido por jovens oriundos das classes pobres de países em desenvolvimento e que, de repente, se veem com uma visibilidade mundial ao se classificarem na maratona de Moscou.
Imagine-se que a uma hora da partida, alguns atletas mais gabaritados, já conseguiam chegar a uma velocidade de corrida de 19 km por hora , coisa inimaginável nas nossas esteiras de treinamento.
Junto com eles, não consegui conter as lágrimas.
Como se não bastasse, câmeras acompanharam, por mais de duas horas a maratona, proporcionando a todos um passeio por aquela deslumbrante metrópole.
Em uma manhã de verão ensolarada, com temperatura de vinte e quatro graus, no “caminhar” por suas largas avenidas, pudemos admirar suas belas catedrais, o deslumbrante parque Gorki, o Kremlin com seus telhados verdes, o rio Moscou dividindo a cidade. A impressionante estatueta de Pedro, O Grande, que, com uma altura de noventa e sete metros, colocada em 1997 no meio do rio, completava o cenário de grandiosidade e rara beleza.
Como sempre, mais uma maratona vencida por um africano de Uganda, logo seguido por outro, da Etiópia.
Com certeza, o sistema ósseo articular desses povos deve ter diferenças nítidas com relação ao nosso.
Possivelmente, no enfrentamento diário com felinos corredores sofreram mutações sucessivas necessárias à sobrevivência.
Enfim, no meio de tanto tumulto e de tanto desencanto que se vislumbram em várias partes do mundo, um bálsamo para os nossos olhos e sentidos esse espetáculo da maratona de Moscou.

Gabriel Novis Neves
17-08-2013

Futuro, não!

É importante observar que diante de problemas emergenciais, como o repasse de recursos para a área da saúde pública, a solução do governo vem sempre com o verbo no futuro, e nunca, no presente.
Dos 141 municípios mato-grossenses, segundo informações oficiais - que não representam, em absoluto, a verdade - apenas 63 “estarão” com os seus repasses totalmente regularizados na “próxima semana”.
Promete o governo que, “até o final de outubro”, todos os 141 municípios “estarão” com as transferências quitadas.
O calote do governo nos repasses constitucionais obrigatórios para a saúde e educação faz parte da nossa cultura administrativa.
Todos os nossos governantes são useiros e vezeiros na utilização dessa prática perversa contra os nossos doentes e crianças.
Uma coisa é certa. Esses recursos existentes por força de lei federal, não repassados, foram desviados para outros programas de maior prioridade social ou atividades mais nobres.
Em um Estado que se meteu a sediar uma sede da Copa do Mundo, contando com os ovos dourados de Brasília, que não vieram, é fácil supor o destino dos mesmos. 
Enquanto isso, empreiteiros sem caixa recebem recursos, até adiantados, para executar as atrasadas obras do elefante branco.
A maior prova que para o poder público existem dois pesos e duas medidas, foi a recente confissão da Secretaria de Saúde do Estado dizendo que não tinha controle sobre os gastos dos empresários das Organizações Sociais de Saúde (OSS).
Estas recebem generosos repasses públicos e são responsáveis pela administração diferenciada dos hospitais estaduais, que só atendem a baixa complexidade.
A Farmácia de Alto Custo, com os seus medicamentos pagos e vencidos sendo encaminhados para a incineração, também pertence ao sistema empresarial OSS.
A passividade dos nossos políticos preocupa a nossa gente.
A justificativa é que o governo sempre trabalhou assim, e não serão protestos de rua que o fará mudar.
Vamos, pelo menos, ensinar o governo a conjugar os verbos no “presente”.
O governo “tem” que honrar os seus compromissos, e não, saldá-los no “futuro”.

Gabriel Novis Neves
17-08-2013

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O NOVO É O VELHO

A prefeitura da cidade de São Paulo, a maior da América Latina, descobriu que o “novo” na educação básica é o velho modelo pedagógico abandonado pelos sábios de Brasília.
O mais interessante é que o autor dessa descoberta educacional foi, por quase oito anos, Ministro da Educação do Brasil.
Justiça se faça. Quem implantou esse sistema, em que os alunos do ensino fundamental não são reprovados, foram os governos passados.
A captação de recursos internacionais para o nosso frágil setor educacional obrigou o Brasil a abolir a reprovação.
A lei brasileira diz que alunos reprovados teriam promoção automática para as séries seguintes e que seriam criadas classes especiais para recuperação, medida jamais cumprida de fato.
O governo justificava essa metodologia, que premiava a ineficiência da escola, dizendo que a reprovação de uma criança no início dos seus estudos poderia produzir traumas psicológicos irreversíveis.
Chegamos a atingir 98% de aprovação no ensino fundamental. Esse número irreal era a justificativa usada pelos governos como indicador de melhoria do ensino.
Diante do clamor público reclamando por um ensino de qualidade e com as avaliações de organismos internacionais - onde o nosso país ocupava as últimas colocações - a fraude foi descoberta. A prefeitura de São Paulo então decidiu corrigir aquilo que a população nas ruas pedia: “Olhem pela educação dos nossos filhos”.
O exemplo foi dado, o equívoco pedagógico reconhecido e, embora tardiamente, corrigido.
Será que o governo federal seguirá o exemplo ou, pressionado por governadores e prefeitos, aceitará as estatísticas falsas onde o mérito não é levado em consideração?
O modelo antigo exige mais escolas, mais professores e mais investimentos em educação.
Torço pela lucidez dos homens públicos desta nação, corrigindo essa mentira educacional existente.
O tempo perdido nos últimos vinte anos jamais será recuperado, mas nunca é tarde para reparar uma injustiça cometida contra a nossa juventude, fazendo surgir o país rico e pobre.
O primeiro passo acaba de ser dado.
Voltemos aos tempos das tarefas caseiras, caderneta de notas, reprovação no primeiro ano do ensino fundamental, 2ª época e dependência de disciplina no ensino médio.
Todo esse trabalho educacional deverá ser executado por professores qualificados, motivados, valorizados profissionalmente, em escolas padrão FIFA.

Gabriel Novis Neves
15-08-2013

Solução

O Ministro da Saúde encontrou um jeito de resolver o problema de transplantes de órgãos no Brasil.
“Chamou para o front, como parceiro, o Facebook, apostando ampliar o número de transplantes feitos no Brasil”.
Alguma coisa está errada. Ou o Ministro da Saúde está em outro planeta ou eu preciso urgente de uma internação em manicômio para pessoas de alta periculosidade.
Não tenho notícias de lugar nenhum do planeta Terra que faça transplantes de órgãos sem hospitais, equipes de saúde multidisciplinares qualificadas, treinadas e motivadas.
Vejamos o que poderá fazer o Facebook em nosso Estado para realizar transplantes de órgãos.
Não existe nenhum hospital público ou privado credenciado para esse tipo de procedimento, com exceção de transplante de córneas feito em uma clínica privada.
Oportuno lembrar que, há mais de vinte anos, em um hospital beneficente administrado por uma sociedade civil sem fins lucrativos - o antigo Hospital Geral e Maternidade de Cuiabá - hoje gerenciado por uma instituição privada de ensino - o Hospital Geral Universitário (HGU) - foi realizado o primeiro transplante renal em Mato Grosso.
Posteriormente, mais dois hospitais privados, com eficiência, faziam esse procedimento, contando nas estatísticas mais de trinta transplantes de rim.
Com o desmonte da nossa precária saúde pública, há mais de cinco anos não se realiza um transplante na região onde funcionam três escolas médicas, e no Estado que abrigará mais duas a partir do próximo ano (Rondonópolis e Sinop).
A promessa do governo federal, em parceria com o Estado, de construir ou adaptar um hospital para transplantes de órgãos, foi mais um daqueles factoides que surgem em período eleitoral.
Com as ruas pedindo a reabertura de, pelo menos, o setor de transplante renal, pelo número elevado de pacientes que nos centros de hemodiálise aguardam a morte anunciada, o governo do Estado anunciou a liberação de metade dos recursos federais para o Hospital de Transplantes, que atenderia todo o nosso território e Estados vizinhos como Rondônia e Acre, principalmente.
O restante dos recursos estava empenhado! A farsa foi tamanha que alugaram um excelente hospital privado fechado, para reforma e adequação.
Por muito tempo pagaram aluguel do local onde seriam realizados transplantes de coração, fígado, rim, medula óssea, pele, osso e córnea, em um primeiro momento.
Tudo plantado para alavancar a candidatura do candidato do sistema à prefeitura de Cuiabá. O castigo veio a galope e o candidato oficial perdeu as eleições.
Nunca mais falaram na tal solução, que será resolvida pelo Facebook.
Típico caso de crime eleitoral contra a população.
Falta vontade política e credibilidade ao governo criador de factoides, que causa tantas mortes de inocentes, assim como suas esperanças para resolver esse urgente problema.
Existem doadores de órgãos neste Estado, mas a presença do poder público é nula. Não temos hospitais apropriados nem equipes médicas treinadas e preparadas para a retirada de órgãos humanos, e suporte técnico para o encaminhamento desses órgãos aos centros mais desenvolvidos do Brasil.
O pior é quando um paciente pobre consegue atendimento fora do nosso Estado. Quando retorna e vai à busca dos medicamentos contra a rejeição fornecida pela Farmácia de Alto Custo, não os encontra, perecendo da mesma forma como centenas que vivem graças às máquinas de diálise.
A baderna instalada na nossa saúde pública é incompatível com um país civilizado.
Quando a população vai às ruas protestar contra o abandono que estão, são chamados de baderneiros!
Essa é a nossa realidade - com um imenso abismo separando classes sociais.
A ética pública há tempo foi sepultada pelo governo, que só pensa em eleições, fazendo acordos até com o demônio para perpetuar-se no poder, esquecendo-se de cuidar da vida da nossa população.
Talvez pelo Facebook do Ministro da Saúde, teremos também acesso à educação de qualidade para todos, segurança, transporte e uma vacina contra a inflação que recidivou, diminuindo os postos de serviço e matando o nosso crescimento econômico.
Que solução, senhor ministro! Haja criatividade tecnológica!

Gabriel Novis Neves

09-08-2013

terça-feira, 20 de agosto de 2013

IDADE E MELATONINA

A melatonina é uma substância produzida no cérebro pela glândula pineal. Recentemente, graças a algumas pesquisas, foi descoberto que é a responsável por atrasar o envelhecimento.
Esses estudos, feitos pelo cientista espanhol Dr. Dario Alcuña Castroviejo e seus colaboradores, moradores de Granada, a belíssima cidade espanhola onde funciona a Rede Nacional de Investigação do Envelhecimento, tem causado um grande impacto, não só nos meios médicos, mas também em toda a humanidade na sua ânsia de maior longevidade.
Segundo ele, ratos normais e geneticamente modificados, começam a apresentar sinais de envelhecimento aos cinco meses de vida, o que seria equivalente aos trinta anos nos humanos.
A partir daí começam a aumentar os radicais livres, tais como oxigênio e nitrogênio, responsáveis por uma reação inflamatória. Desse modo, as células sanguíneas se tornariam mais vulneráveis e sujeitas a rupturas.
A melatonina está presente em frutas como a banana, a cereja; em ervas como a hortelã, o tomilho, a salvia, a verbena; em cereais como o arroz, o milho, a aveia e, para contentamento dos apreciadores, no vinho tinto.
Assim, o consumo diário desses alimentos a partir dos trinta, quarenta anos, poderia retardar as doenças do envelhecimento: hipertensão, diabetes, obesidade, as doenças degenerativas do sistema nervoso.
Alguns pesquisadores admitem que a deficiência da melatonina esteja relacionada ao câncer mamário.
Acrescente-se que esta substância é conhecida como “hormônio do sono”, uma vez que é a reguladora dos ciclos circadianos (dormir-acordar), e a sua produção é estimulada pela escuridão e inibida pela luz.
Isso explicaria por que razão pessoas com atividades noturnas são mais propensas a inúmeras enfermidades.
O homem do campo, “dormindo com as galinhas” e despertando aos primeiros raios de sol, estaria bem mais protegido dos efeitos devastadores do ritmo de vida das grandes cidades.
A perfeição da mãe natureza vai se comprovando cada vez mais através da ciência.

Gabriel Novis Neves
15-08-2013

Lei

Como o brasileiro gosta de redigir uma lei para corrigir falhas de qualquer origem!
Temos uma “superconstituinte” com menos de trinta anos de idade, mas que, de tão rasgada e remendada não serve para nada, simplesmente porque nunca foi cumprida.
O próprio Congresso Nacional, responsável pela sua elaboração, não dá a mínima importância aos seus inúmeros artigos.
Quando em junho a nossa população saiu às ruas para protestar contra os desmandos que assolam esta nação, nossos fazedores de leis anotaram os dizeres das placas reivindicatórias conduzidas por jovens, mulheres, estudantes, trabalhadores e crianças, e estão respondendo com a criação de uma verdadeira enxurrada de leis.
O mesmo acontece nos estados e municípios brasileiros.
Essa incontrolável produção de leis deve ser analisada por cientistas políticos, sociólogos, antropólogos e, principalmente, psiquiatras.
O desespero dos nossos políticos, traduzido em leis inúteis, pois a sua execução jamais será acompanhada ou levada a sério, tem como explicação a proximidade das próximas eleições.
Como material para nossos humoristas, nada melhor. Verdadeiros espetáculos da arte de fazer rir são montados com essas leis do tempo perdido, preciosas pérolas de entretenimento.
Por ausência de políticas públicas, o uso de drogas ilícitas, facilmente adquiridas em nosso território, será combatido através de um bem elaborado Regimento de Combate ao Crack!
Essa verdadeira chaga social será facilmente eliminada pelo cumprimento do milagroso Regulamento!
Para resolver a interiorização dos médicos em um país com o maior número de faculdades de Medicina do mundo, uma cadeia de leis foi, e está sendo, aprovada.
Médicos militares poderão ter um emprego fora das suas atividades da caserna.
Meu Deus! A maioria desses profissionais concentra–se nos grandes centros urbanos, e sempre exerceram a sua profissão fora do horário do quartel em consultórios e hospitais.
A lei do “Programa Mais Médicos” foi um fracasso.

No nosso Estado simbólicos médicos se interessaram pelo programa. A sua distribuição ficará basicamente na Grande Cuiabá e comunidades indígenas.

Como temos 141 municípios é fácil avaliar o alcance social da lei!

Enfim, no país brincalhão, é livre fazer leis para não serem cumpridas.
O pior é pensar que pagamos uma fortuna em impostos para esses fabricantes de bobagens.
Lei é lei, mas a maioria delas não pega por puro descaso das nossas autoridades competentes.

Gabriel Novis Neves
15-08-2013

RESPOSTA DAS RUAS

A recente pesquisa CNI/IBOPE aponta que as recentes medidas tomadas pela Presidente, em resposta aos protestos de rua, recebeu nota quatro dos entrevistados.
A aprovação do seu governo despencou de 55% para 31%, diz o Instituto.
A população brasileira desaprovou as medidas tomadas pelo governo federal, obrigando-o a engatar uma marcha ré em seus projetos de permanência no poder.
O Programa “Mais Médicos” foi o mais rejeitado. A sociedade exige uma resposta imediata e sensata.
O governo optou por um remédio eleitoral que não deu certo. Os Ministros da Educação e da Saúde não se entendem mais, e o recuo é evidente.
O “espichamento” do Curso de Medicina por mais dois anos está enterrado.
O Ministro da Educação quer transformar esses dois anos em Residência Médica em qualquer área.
A classe médica, que jamais foi consultada, não vê como formar profissionais de qualidade com a estrutura física existente nos municípios brasileiros.
Já o seu colega da Saúde, por incrível que pareça, concorda com a ideia do seu colega economista, com um porém.
Defende que essa Residência, feita nos municípios sem estrutura física adequada para o exercício digno da medicina, seja feita nas áreas de urgência, emergência e atenção básica à saúde.
O desconforto do governo com as vaias das ruas e os números das pesquisas é evidente.
Aquela história de obrigar médicos recém-graduados a prestarem serviços no interior para torná-los mais humanizados no tratamento dos seus pacientes é carta fora do baralho.
A saúde foi o setor de atendimento que mobilizou 43% da população para os protestos, ganhando da corrupção (35%), melhoria da segurança pública (20%) e contra a inflação (16%).
A onda de protestos jogou na faixa da reprovação popular, não apenas a Presidente, que obteve nota quatro, mas também governadores, prefeitos, senadores e deputados federais.
Enfim, os políticos desta nação.
Vamos trabalhar sério, sem pensar em eleição e cuidar da nossa população que sofre?
Seria pedir muito para a privilegiada classe política deste país de democracia imperial?
É sempre bom lembrar que a história costuma surpreender os egoístas do poder, mudando o curso do rio que serve aos poderosos de plantão.
Nas palavras de Millôr Fernandes, “ser pobre não é crime, mas ajuda a chegar lá”.

Gabriel Novis Neves
13-08-2013

Decifrar o Brasil

Em um dos seus últimos artigos o escritor e acadêmico João Ubaldo Ribeiro fez um diagnóstico perfeito do Brasil dos protestos de rua.
O texto é tão rico em reflexões, que deveria ser leitura obrigatória em todas as nossas escolas do ensino fundamental, onde existem ainda possibilidades de lembrar aos nossos jovens a necessidade de se preservar a condição de ser moral.
“Sem senso moral, o homem é um bicho ou um psicopata”.
Vivemos um momento em que o “apego a algum valor moral é qualificado como coisa de otário”.
Quem publica os seus pensamentos, frequentemente é vítima de julgamentos equivocados da sociedade dita moderna, onde o “recato e pudor parecem ter sumido e o exibicionismo, em mil formas contemporâneas, se manifesta em toda a parte”.
Quando órgãos públicos são “alvos de acusações ou suspeitas de corrupção, nepotismo, tráfico de influência e outras práticas imorais ou criminosas”, essas são vistas como ações aceitáveis.
Quando os noticiários dedicam espaços generosos sobre “desvios de verbas astronômicas de obras públicas caindo aos pedaços antes de serem concluídas, e toda espécie de falcatruas”. Onde “o desprezo pela lei e pela moral é a regra entre nós”.
Entender as causas desse comportamento “equivale, de certa forma, a decifrar o Brasil, tarefa jamais completada por ninguém”.
Elas são múltiplas - o que torna muito difícil identificá-las corretamente.
“Esquecemos que não há povo geneticamente bom ou ruim. Não sabemos bem por que somos desordeiros, mas sabemos que somos, e estamos condenados a continuar sendo, enquanto não levarmos a sério o desrespeito à lei e mantivermos uma relação afetiva com a malandragem, a esperteza marota e a frouxidão de princípios”.
Essas são algumas colocações do acadêmico baiano - para nos ajudar a escolher novos caminhos para construção de uma nação mais justa e ética.
Fica a sugestão para os nossos professores da base da pirâmide educacional trabalhar na formação do homem com senso moral, pois o ápice está irrecuperável.

Gabriel Novis Neves
10-08-2013

PROFISSÃO ESTADISTA

Deveria existir uma carreira de estadista para quem quisesse se alvoroçar em se tornar um Chefe de Estado.
No Brasil isso não tem sido muito levado em conta. Nos últimos vinte anos apenas o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República, apresentava qualidades para o exercício dessa função.
Gostando ou não de suas ideias neoliberais, havia uma espécie de orgulho nacional quando ele ocupava tribunas no mundo todo falando fluentemente em quatro idiomas.
A necessidade de dominar a língua em que o idioma está sendo falado é fundamental para a veracidade do que se diz.
Nem tradutores, muito menos as máquinas de tradução simultânea, conseguem transmitir a emoção do palestrante.
Vivenciamos isso com a vinda do Papa Francisco. Seus melhores discursos foram feitos na sua língua materna, de improviso.
Foi quando pôde mostrar todo o brilho e rapidez de seu raciocínio, tanto no discurso para a comunidade argentina feito na Catedral do Rio de Janeiro, como no proferido ao final de sua estada no Sumaré para os bispos.
Ficou evidenciado para todos a sua grande inteligência, cultura e facilidade de comunicação.
Se o Papa tivesse feito os discursos que fez num português fluente, teria sido mais convincente, uma vez que os proferidos em espanhol foram disparados muito melhores.
Quem sabe aí fique uma sugestão para que os próximos candidatos a cargos públicos exponenciais se dediquem a cursos especiais, talvez até os exigidos para ingressar na carreira diplomática, a fim de que possam nos representar plena e convincentemente em vários idiomas.
Precisamos, urgentemente, pelo menos voltar a admirar a nossa classe política do ponto de vista cultural, mesmo discordando de algumas de suas práticas.
Será tão difícil voltarmos a ter políticos éticos, cultos e inteligentes e que tanto nos encantavam com a sua retórica?
Pena que o “esperanto”, ideal de uma língua universal, teve os seus dias contados.
Interessante observar que os últimos estudos em neurociência comprovam que pessoas que falam vários idiomas possuem um cérebro mais elaborado, estando, inclusive, mais protegidos das doenças cerebrais degenerativas.
Escolas americanas já estão colocando em seus currículos o aprendizado de mais um ou dois idiomas, coisa até então inimaginável, já que o inglês é considerado uma língua universal.
Claro que não nos esquecemos da China, que está na corrida pela hegemonia da economia mundial, daí a grande procura por aulas de mandarim.

Gabriel Novis Neves
03-08-2013

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Movimentos de massa

Mundialmente, os movimentos reivindicatórios das massas populares, os chamados protestos, vêm tendo algumas características em comum.
Uma delas é que, geralmente, começam pacíficas, e depois de certo tempo, se transformam em violentas, principalmente em relação ao poder repressivo.
Excluída a truculência policial que ocorre na maioria dos países, tem sido estudado, exaustivamente pelos órgãos competentes, que outras causas estariam desencadeando essas reações.
Sabe-se atualmente que ideias anárquicas, nascidas no início do século IXX na França, estão presentes numa pequena minoria de nossa juventude.
Essa minoria tem se feito representar em todos os movimentos mundiais e, aqui entre nós, tem recebido as mais diferentes denominações, sendo a mais moderna, a de vândalos.
São os mesmos Black Blocs que aparecem na Grécia, na Turquia, no Egito, nos Estados Unidos, todos vestidos de preto, mascarados e movidos apenas pelo ódio e pelo repúdio ao sistema.
São pessoas cujo único objetivo é contestar toda e qualquer autoridade estabelecida, quer seja econômica, política ou religiosa.
Creem numa sociedade autorregulada, desvinculada de toda e qualquer liderança.
Dentre essas pessoas estão os desajustados e os inconformados por estarem excluídos da sociedade de consumo, que apregoam os saques como única forma de justiça social.
Argumentam elas que nenhum movimento de massa pacífica, em qualquer parte do mundo, não consegue modificação do “status quo”.
Como não têm líderes, e nada propõem em relação à esse capitalismo decadente que tanto criticam, desnorteiam as autoridades eleitas democraticamente para governar os diversos países, conturbando a ordem mundial.
Preocupante, uma vez que mais parecemos uma nau desgovernada em meio a mares tempestuosos, que não sinalizam para uma bonança próxima.
Os discursos de nossas autoridades constituídas têm mostrado isso de uma maneira clara ao se confessarem despreparados para essa nova realidade.
Momento para reflexão de nossas classes dominantes nacionais e internacionais que, se não muito lúcidas, apenas levarão a humanidade para o caos total, cujo único beneficiário é sempre a indústria bélica.

Gabriel Novis Neves
20-07-2013