Como
o brasileiro gosta de redigir uma lei para corrigir falhas de qualquer origem!
Temos
uma “superconstituinte” com menos de trinta anos de idade, mas que, de tão
rasgada e remendada não serve para nada, simplesmente porque nunca foi
cumprida.
O
próprio Congresso Nacional, responsável pela sua elaboração, não dá a mínima
importância aos seus inúmeros artigos.
Quando
em junho a nossa população saiu às ruas para protestar contra os desmandos que
assolam esta nação, nossos fazedores de leis anotaram os dizeres das placas
reivindicatórias conduzidas por jovens, mulheres, estudantes, trabalhadores e
crianças, e estão respondendo com a criação de uma verdadeira enxurrada de
leis.
O
mesmo acontece nos estados e municípios brasileiros.
Essa
incontrolável produção de leis deve ser analisada por cientistas políticos,
sociólogos, antropólogos e, principalmente, psiquiatras.
O
desespero dos nossos políticos, traduzido em leis inúteis, pois a sua execução
jamais será acompanhada ou levada a sério, tem como explicação a proximidade
das próximas eleições.
Como
material para nossos humoristas, nada melhor. Verdadeiros espetáculos da arte
de fazer rir são montados com essas leis do tempo perdido, preciosas pérolas de
entretenimento.
Por
ausência de políticas públicas, o uso de drogas ilícitas, facilmente adquiridas
em nosso território, será combatido através de um bem elaborado Regimento de
Combate ao Crack!
Essa
verdadeira chaga social será facilmente eliminada pelo cumprimento do milagroso
Regulamento!
Para
resolver a interiorização dos médicos em um país com o maior número de
faculdades de Medicina do mundo, uma cadeia de leis foi, e está sendo, aprovada.
Médicos
militares poderão ter um emprego fora das suas atividades da caserna.
Meu
Deus! A maioria desses profissionais concentra–se nos grandes centros urbanos,
e sempre exerceram a sua profissão fora do horário do quartel em consultórios e
hospitais.
A
lei do “Programa Mais Médicos” foi um fracasso.
No nosso Estado simbólicos médicos se interessaram pelo programa. A sua
distribuição ficará basicamente na Grande Cuiabá e comunidades indígenas.
Como temos 141 municípios é fácil avaliar o alcance social da lei!
Enfim,
no país brincalhão, é livre fazer leis para não serem cumpridas.
O
pior é pensar que pagamos uma fortuna em impostos para esses fabricantes de
bobagens.
Lei
é lei, mas a maioria delas não pega por puro descaso das nossas autoridades
competentes.
Gabriel
Novis Neves
15-08-2013
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