A
polêmica decisão da atual administração municipal em dar continuidade às obras
da Unidade de Pronto Atendimento e Emergência (UPA) do bairro Pascoal Ramos,
após condenar o local da construção, deixou mal os seus gestores.
Demonstraram,
com esse recuo, que a tão falada eficiência técnica foi ignorada.
Prevaleceu
o critério político, o que não é bom para uma área tão importante como a Saúde
Pública.
As
UPAs são uma necessidade e sempre serão bem vindas para reforçar o Sistema
Único da Saúde (SUS), o sistema de atendimento dos pobres.
Sem
respeitar diretrizes técnicas, é um investimento com pouco retorno em prol
daqueles que mais necessitam.
Recentemente
observamos esse fenômeno de “eficiência de gestão” por ocasião da inauguração
da única UPA nesta cidade de cerca de seiscentos mil habitantes.
No
momento em que foi considerada adequada para receber os pacientes dos populosos
bairros do norte da cidade, abrangendo, aproximadamente, duzentos e cinquenta
mil habitantes, era fechada a Policlínica da região.
Trocamos
meia dúzia por seis!
A
Policlínica do CPA, que acabara de ser reformada, passou a ser mais um PSF
(Programa Saúde da Família) com as suas modernas instalações atendendo no
horário comercial, para desespero da sua população.
Surgia
em seu lugar a UPA do bairro Morada do Ouro.
As
UPAs vieram para reforçar o SUS, e não, substituir nossas insuficientes
Policlínicas.
O
pior é que, para se instalar uma UPA, a região deverá possuir, pelo menos,
cinquenta por cento de cobertura dos PSF.
No
caso relatado, apenas trinta e nove por cento da população é assistida.
O
certo seria a construção de mais PSF, manutenção da Policlínica do CPA, para,
então, se construir a UPA.
Oportuno
lembrar que o custeio de uma UPA é alto e, mesmo com ajuda federal, o município
terá que participar com uma contrapartida, medida jamais passada à população,
que irá arcar com os recursos.
Temo
que o equívoco técnico se repita na região de Pascoal Ramos.
A
tendência seria também o desaparecimento da Policlínica do Verdão, pela
anunciada UPA no atual Centro de Abastecimento de Cuiabá.
É
desanimador constatar que a politicalha afaste decisões técnicas no serviço
público.
Isso
acontece com o dinheiro do povo. Na iniciativa privada a opinião técnica é
soberana.
Esses
conflitos enterram esperanças, muitas vezes lembradas que o governo precisa de
um bom gerente privado.
Gabriel
Novis Neves
11-07-2013
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