segunda-feira, 31 de agosto de 2015

STEVE JOBS


O mundo contemporâneo perdeu um dos seus poucos gênios. A história de vida do homem que sempre trabalhou para ser útil à humanidade, prematuramente deixou para os habitantes do planeta terra a marca do seu talento, aproximando as pessoas e desobstruindo o caminho da complicação.
Teve que enfrentar barreiras dificílimas. Começou na infância, abandonado pela mãe biológica. Depois, preocupado com o preço da escola, que estava trazendo aos pais adotivos grandes e silenciosos sacrifícios, abandonou-a.
Resolveu então procurar, não uma profissão tradicional, mas fazer algo que ninguém ainda tinha feito. Inicialmente ele colheu insucessos, mas não desistiu, continuou a procurar o novo.
Logo começou a conviver com o sucesso das suas revolucionárias descobertas tecnológicas.
O dinheiro sempre crescente nunca o motivou. Ele sempre se preocupou em preservar os valores da vida que adquiriu.
Nunca colou grau em universidade. Já doente, e com a genialidade reconhecida, pela primeira vez participou de uma formatura - na condição de homenageado.
No templo da sofisticação, pronunciou um dos mais curtos e brilhantes discursos para formandos.
Viveu sempre como se aquele dia fosse o último da sua vida. Nunca economizou nada, tampouco deixou para o outro dia uma tarefa.
Ensinou aos jovens que, o considerado fracasso, tão desanimador, é muitas vezes, aviso de mudança de rota. E a mais importante lição para mim: “A simplicidade é a coisa mais sofisticada que existe.” Conceito de um gênio!
A sua definição de simplicidade, neste mundo de etiquetas que vivemos, é de tal profundidade educacional, que todas as escolas deveriam ter essa frase gravada nos seus corredores.
Por aqui, pelo menos seu efeito seria terapêutico, onde tudo é sofisticado para impedir a simplicidade e levar à mediocridade.
Gostaria que Steve Jobs, de onde estiver, olhasse para as formaturas de graduação na maioria das nossas universidades.
Observasse como tratamos as nossas crianças que possuem mãe biológica e são “educadas” na maior sofisticação, por especialistas...
Reparasse como o nosso governo destrói os futuros gênios com absurdas políticas sociais.
O “assassinato” das nossas crianças é feito através de uma educação pública de péssima qualidade e da ausência de ações básicas da saúde, com recursos desviados pela corrupção e impunidade.
Os cemitérios estão cheios de insubstituíveis, bradam os amantes da mediocridade - maioria neste país de analfabetos.
Steve Jobs cunhou a sua vida de sucessos, inclusive materiais, mas sempre priorizou em suas ações a simplicidade, exatamente o que nos falta no país das etiquetas e santos de pés de barro.
A essência humana é a simplicidade ensinada pela biologia e tão bem utilizada pelo gênio que nos deixou prematuramente.
O mestre sabia que estava condenado a passar para outro plano. Definia a morte como obra prima de Deus. Temos que envelhecer e morrer para dar oportunidade aos jovens.
Felizes aqueles que sentem que o momento não é mais seu e tem que ceder o lugar aos mais jovens. Procurar caminhos desconhecidos que são, às vezes, os certos.
Com simplicidade, Steve Jobs nos deixou. Mais tinha consciência do grande legado que deixou. A humanidade jamais esquecerá.
A humanidade, com simplicidade, agradece Steve, o inimigo da sofisticação etiquetaria.
Foi o gênio! Suas lições pertencem à humanidade.

Gabriel Novis Neves
09-10-2011

Estrela cadente


Ao assumir o ministério da Fazenda, Joaquim Levy surgiu como o novo mandarim da nossa economia.
Tinha como tarefa principal fazer o Produto Interno Bruto (PIB) crescer já no segundo semestre. Para alcançar esse objetivo faria um ajuste fiscal.
A otimista Presidente garantia que isso seria uma coisa passageira. O ministro, por sua vez, prometia metas realistas, essenciais para a atração de investimentos internos e externos.
Passado alguns meses, o homem que veio para consertar as nossas contas, começou a enfrentar um processo de desidratação na credibilidade das suas propostas terapêuticas.
Contrariado nos seus planos, resolve flexibilizar o ajuste fiscal no seu modelo original, mandando às favas o que há pouco havia prometido sobre como recuperar o superávit primário e a credibilidade junto aos homens de dinheiro.
Começa então a cair a estrela do competente Ministro da Fazenda.
A equipe econômica passa a ter comando duplo com a ascensão do Ministro do Planejamento.
O ex-todo poderoso ministro Levy já não participa de todas as reuniões com os seus colegas ministros sobre o moribundo ajuste fiscal.
Analistas diagnosticam o enfraquecimento de Levy pelo fato de ter concretizado seu ajuste em laboratório, ignorando a realidade concreta.
Também subestimou o tamanho da crise econômica e a sua deterioração com a crise política.
Sabemos ser impossível solucionar a crise econômica sem resolver a política.
O técnico Ministro da Fazenda não avaliou corretamente as dificuldades para aprovar as suas propostas no Congresso.
Quando não deveria, ficou surpreso ao constatar a queda vertical da arrecadação.
O pior é que hoje a Presidente ouve mais o seu Ministro do Planejamento que o da Fazenda, de perfil iminentemente técnico.
Levy depende de uma série de “se” para manter-se no cargo, o que é pouco provável.
Como resultado, a recessão se alongará por mais tempo, provocando mais perda da receita da União.
O desemprego e a inflação seguirão em alta e os juros em patamar estratosférico.
Mais do que o Ministro da Fazenda, emagrece o país!

Gabriel Novis Neves
30-08-2015

16 DE JULHO


Tinha acabado de completar quinze anos de idade, quando, em um domingo à tarde, lutava para que o imenso rádio da minha casa conseguisse sintonizar a Rádio Nacional do Rio de Janeiro.
A emissora, então líder de audiência no Brasil, operava em AM e, com a tecnologia da época, o “chiado” dificultava, e muito, a qualidade do som recebido nos mais distantes rincões deste país.
Estava preparado, naquele longínquo 16 de julho de 1950, para ouvir pela primeira vez a transmissão de uma final de Copa do Mundo no recém-construído Estádio Municipal do Maracanã, no Rio de Janeiro.
O Brasil era o franco favorito. Com um simples empate se consagraria campeão diante do Uruguai, seu adversário, tecnicamente inferior.
No maior estádio de futebol do mundo, duzentos mil apaixonados torcedores aguardavam ansiosamente o início da partida. A vitória estava a noventa minutos...
O país literalmente parou para a grande festa naquela tarde que prometia ser inesquecível.
Pelas gerais, arquibancadas e cadeiras cativas, faixas, camisetas e bonés do Brasil eram vendidos com o título de Campeão Invicto do Mundo.
A nossa seleção era dirigida pelo técnico do Clube de Regatas Vasco da Gama, do Rio de Janeiro.
Era uma seleção carioca, com seis jogadores do Vasco, dois do Flamengo, um do Fluminense, um do São Paulo e um do Palmeiras.
Alguns gênios do nosso futebol esquentavam o banco de reservas, como o imortal Nilton Santos, campeão carioca em 1948 pelo Botafogo de Futebol e Regatas.
Nosso fraco adversário era comandado pelo líder Obdúlio Varela e dez guerreiros.
Aquilo que parecia fácil foi se tornando, à medida que a bola rolava, em uma agonia. O primeiro tempo terminou empatado, sem nenhum gol.
No início do segundo tempo nosso ponta direito marca o gol da ilusão. Os uruguaios não se abateram e viraram o jogo contra o vencedor antecipado, pelo clássico placar de 2x1.
Nunca duzentas mil pessoas haviam chorado juntas, transformando o Maracanã em um imenso cemitério.
Em Cuiabá o adolescente desligou o rádio e, como nunca, transformou-se num inveterado torcedor do Fogão.
O domingo terminava com o sonho desfeito da conquista da Copa!

Gabriel Novis Neves
27-08-2015

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

O outro dia


Nessa terceira monstruosa mobilização do povo na rua, não houve um foco de reivindicação para tamanha indignação e, muito menos, um líder.
O que fazer com essa massa de descontentes com a situação atual de crise econômico-financeira, moral e ética que atinge todo o território nacional?
O staff político do Planalto está de plantão permanente com a sua elite (?) de entendidos sociais para decifrar o que fazer para desarmar esta bomba de efeito retardado que poderá destruir ou retardar o crescimento da nossa nação.
Preocupações da desvalida classe média são totalmente sem importância para o jogo do poder.
Os manifestantes sem líder querem apenas mais ética na política, com os ladrões dos cofres públicos na cadeia, o fortalecimento do trabalho do Juiz Sérgio Moro e colaboradores do Ministério Público e Polícia Federal e um país mais digno e justo para se viver.
Estamos falando desses representantes que aparecem nas manifestações de rua.
Enquanto o povão não se fizer representar por livre e espontânea vontade, nada acontecerá. Somente as massas têm algum poder de mudança.
Tudo parece um grande sonho, pois os órgãos superiores responsáveis por esta nação dão sinais de um gigantesco acordo para que tudo continue como dantes.
Inflação fora do controle, ajuste fiscal remendado, aumento do desemprego e subemprego, greves nos setores básicos ao nosso desenvolvimento, queda da arrecadação, aumento de impostos e maior número de brasileiros sem condições de se manterem em suas mínimas necessidades – tudo continuará assim.
Enquanto isso, a economia americana nem se recorda mais da bolha imobiliária de 2008, e os preços estão caindo, como no caso da gasolina e dos impostos.
Até a Grécia apresenta sinais de recuperação na sua economia! A Europa ressuscitou da sua má fase. Não vejo a hora em que seremos ultrapassados por Cuba. 
Ficaremos em companhia da Venezuela, Haiti, Nicarágua e Bolívia.
E a nossa gente, mais esclarecida, indignada, permanece em casa, pois não temos líderes.
Assim como importamos médicos para resolver o problema da nossa saúde pública, chegou o momento de importamos líderes.
É o que enxergamos no horizonte conturbado do nosso futuro.

Gabriel Novis Neves

18-08-2015

BOMBA ATÔMICA


Há setenta anos o mundo observava incrédulo o lançamento da primeira bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima, com a morte imediata de cem mil pessoas e a destruição genética progressiva de outras oitenta mil.
Os sobreviventes tratavam uns aos outros como queimados comuns, já que eram desconhecidos os efeitos da radioatividade em longo prazo. Foram necessárias décadas para avaliar os efeitos nefastos de tamanha insanidade.
A irradiação de medo e de perplexidade se espalhou pelo mundo inteiro.
Segundo autoridades americanas a barbaridade era necessária para por fim à Segunda Guerra Mundial, que se arrastava há longos sete anos.
Entretanto, estabeleceu-se um precedente ético grave. Três dias após, é lançada outra bomba em uma nova cidade japonesa, Nagasaki, matando outras oitenta mil pessoas.
Apregoava-se a necessidade do fato que pouparia a vida de quinhentos mil americanos, já que ataques sucessivos dos chamados “kamikazes” (fieis adeptos do imperador japonês que aceitavam jogar os próprios aviões para destruir navios americanos) já haviam destruído dezoito navios da Marinha de Guerra americana.
Tudo muito questionável, pois, segundo todos os comentaristas políticos da época, a situação japonesa já era de rendição total.
Eu pessoalmente tenho muita dificuldade para explicar tamanha barbaridade em nome de possíveis ataques futuros de um país já totalmente combalido. Entretanto, a lógica da guerra não é a lógica da razão.
O fato é que a rendição japonesa foi fundamental para o término da Segunda Guerra Mundial, uma das maiores catástrofes da humanidade.
Nunca mais as relações entre as nações seriam as mesmas.
Atualmente apenas oito países no mundo detêm a posse da bomba atômica.  Inúmeros são os esforços de alguns países para deter essa corrida nuclear, de uma forma efetiva ou não.
Pena que não aprendemos nada com as tragédias e continuamos matando milhares de pessoas diariamente através do abandono e da miséria, e isso parece que não impacta muito a maioria das pessoas.
Com certeza, não podemos mesmo ser chamados de seres racionais, tamanho é o nível de violência que adotamos como comportamento.
O ser humano continua inviável, lamentavelmente.

Gabriel Novis Neves
08-08-2015

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Mutação histórica


Há dias fiquei estarrecido diante da entrevista de um dos vários MCs da atualidade, responsável por um faturamento de, aproximadamente, quatrocentos e cinquenta mil reais mensais, isto dito por ele mesmo.
Seu linguajar, omisso às obediências gramaticais, cheio de gírias locais, transmitia pragmatismo e segurança.
Ficou claro para mim que as periferias estão abdicando totalmente do assistencialismo mentiroso do Estado e passando a lutar por sua própria integração.
Esses profissionais vêm transformando através da música, no caso o funk, as periferias brasileiras em grandes polos de investimento e consumo.
Estudos mostram que o faturamento dessa faixa da população atinge no Brasil a cifra de setenta e nove bilhões de reais. 
Crescem dia a dia as grifes dedicadas aos funkeiros e seus adeptos, as festas nas lajes (já contando com a garotada do asfalto, e muito mais lucrativas do que as do chamado mundo do glamour) e o grande incremento do turismo externo, atraído pelo exótico e, principalmente, pelo preço muito mais acessível.
A enorme quantidade de vídeoclipes por eles lançados, artesanalmente no início, foram logo impulsionados pelas grandes gravadoras e são enorme fonte de lucros.
Enquanto isso, o que se observa é a nítida falência do mundo do asfalto, em que restaurantes famosos estão sendo fechados e seus proprietários procurando seu público em  Miami, comércio decadente, com trinta e três por cento a mais que no ano passado de lojas fechadas  e o aumento assustador da violência.
Essa grande mudança, que já vem ocorrendo há alguns anos, só agora é percebida pela chamada classe média, composta por profissionais liberais, pequenos empresários e comerciantes, enfim, por pessoas que vivem unicamente do seu trabalho, e que oscila entre a apatia e o enquadramento a essa nova realidade, unindo-se a ela em vez de enfrentá-la.
Os mais abastados já estão com seus destinos definidos e apenas esperam a hora de imigrar para seus paraísos de luxo e de consumo, já que as viagens frequentes não mais os satisfazem.
Pensando nisso, acho que fica fácil entender a nossa classe política atual, totalmente desinteressada dessa burguesia falida e de uns minguados intelectuais descontentes, já que seu interesse maior é salvar seus próprios privilégios.
Esmeram-se em agradar os banqueiros, os altos empresários, a alta burguesia mercantil e, como esteio final às suas aspirações, a classe C e as periferias.
Isso explica também porque nada é feito quanto ao tráfico de drogas, responsável por uma vultosa organização financeira.
A corrupção, segundo o presidente Obama o câncer da atualidade, entra em todo esse quadro como fator propulsor e, com suas metástases, vai se espalhando por todos os lados da sociedade de uma forma endêmica.
Quem sabe as modificações intensas nas periferias das nossas cidades possam criar uma nova cultura bem mais igualitária?
Não há mais dúvidas que desigualdade é o nosso maior problema.
Somos duzentos milhões de pessoas em busca de suas próprias soluções criativas, já que nesses quinhentos anos de existência nada nos foi dado pelo poder estabelecido.
Só entendendo essa mutação histórica iremos conseguir metabolizar tudo o que está acontecendo e tentar sair um pouco menos chamuscados de toda essa intensa crise.
O momento, além de recessão, é de muita reflexão.

Gabriel Novis Neves
18-08-2015

terça-feira, 25 de agosto de 2015

ARREGLO


A Presidente da República pediu arreglo! 
O fato aconteceu em uma reunião de emergência realizada nos últimos dias do mês de julho com a presença de todos os governadores, quando solicitou propostas de ajuda.
Obedientes e chorosos, quase todos praticamente só mexiam a cabeça em sinal de aprovação ao que ouviam sobre a caótica situação do país.
Como somos um país do faz de conta, em que presidente e governadores de mãos vazias e ideias raras só esperam por um milagre salvador, a reunião funcionou como uma sessão de psicanálise.
A disposição do grupo da elite dirigente desta nação é raspar o cofre da viúva, se ainda restar algo a raspar. 
Querem é mais dinheiro para a gastança compartilhada com empreiteiras que financiam suas campanhas políticas.
Ano que vem, nas eleições municipais, os representantes e defensores do povo desejam sempre mais daquilo que um dia tínhamos com fartura, gerando o famoso custo Brasil.
Fingem aborrecimento ao vozeirão enfurecido das ruas, mas, continuam cometendo os mesmos erros do passado.
Inventaram nos laboratórios de Brasília a incrível multiplicação de meta zero, e o pior é que nossos governantes acreditam.
Gente! O Brasil precisa auscultar com o que ainda temos de pensadores, filósofos, homens simples do povo e pessoas do bem para formular políticas públicas atuais e viáveis, possíveis de nos tirarem deste buraco em que nos meteram.
Lamentavelmente, os bons querem distância do poder e dos políticos. 
Enquanto isso, os urubus chapa branca sobrevoam as lixeiras à procura de possíveis sobras do falso banquete da prosperidade que por anos nos foi ofertado.
O momento é de séria crise econômica e política! Vaidades e rancores devem ser expurgados se pretendemos recuperar esta nação.
Nosso modelo político se exauriu.
O arreglo presidencial significa desistência de quem não aguenta mais essa situação - no nosso caso - o desmonte do país.

Gabriel Novis Neves
03-08-2015

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Crise econômica


O jornal “O Globo” publicou dados da Receita Federal indicando alta no número de Declarações de Saída Definitiva do país entre os anos de 2011 e 2015.
“Quero dar melhor qualidade de vida e propiciar uma experiência diferente para minha família”, foi a justificativa para essa debandada de brasileiros para o exterior.
Durante a ditadura militar houve um estimulo do governo com relação aos descontentes da época com o famoso “ame ou deixe-o”. Era uma frase considerada pejorativa e de cunho nitidamente ditatorial.
Agora, em plena democracia socialista, é incompreensível que vinte e uma pessoas por dia solicitem sair do Brasil.
Em 2015 a média de saídas foi de 36 por dia.
Cansados da corrupção reinante, da violência, do espírito de cada um por si, esses brasileiros estão migrando, especialmente para o Canadá, onde a oferta de empregos ainda é bem grande.
Estamos perdendo cérebros, o que é preocupante no momento de envelhecimento da população.
A Austrália é outro porto seguro que atrai brasileiros desiludidos com o nosso andamento político.
O depoimento dos migrantes tem como tônica central “melhor qualidade de vida e uma experiência diferente para a família”.
É frustrante e constrangedor para nós brasileiros constatarmos que a nação não mais se apresenta como uma terra promissora para seus habitantes.
Temos a oitava economia do mundo, terras férteis e uma gente briosa capaz de transformar este Estado corrupto em nação desenvolvida com oportunidades e qualidade de vida para seus moradores.
A politicagem sem escrúpulos e o poder pelo poder, nos coloca de joelhos diante das crises éticas que nos destroem.
Novas lideranças, com arraigados e fortes valores morais, devem se unir para a difícil tarefa de reerguer esta nação e impedir a sangria de jovens para o exterior.

Gabriel Novis Neves
22-08-2015

MENTIRA


Não é possível construir uma nação de ilusão.
Nos últimos anos o governo, bem assentado em um eficiente marqueting munido a ouro, utilizou todos os tipos de mentiras para demonstrar aos menos avisados que éramos um país com a sexta economia do mundo, democrático e totalmente consolidado para o crescimento econômico e desenvolvimento social.
Mal sabiam os eternos inocentes úteis que estávamos sendo vítimas da “contabilidade criativa”, embalados pelo “oba-oba” otimista do escondidinho da realidade de fracassos, início do caos que ora nos apavora.
A verdade apareceu, e o desafio agora é corrigir, se possível, anos de erros e engodos.
Oportuno lembrar, quando o dinheiro acabou, que o governo não gera riqueza, e só tem três meios de encher seus cofres: aumentar ainda mais os impostos, captar no mercado financeiro dinheiro emprestado, que irá aumentar a nossa quase já impagável dívida e conviver com a inflação em altos patamares.
Para prejudicar o país, o Congresso, diariamente, vota leis aumentando despesas, e a Presidente não tem pudor em atribuir à operação Lava Jato 1% da queda do Produto Interno Bruto (PIB).
Isso não computando no nosso saldo negativo o prejuízo causado pela inimaginável corrupção metastática atingindo todos os órgãos públicos e a má gestão, filhotes das escolhas dos seus ocupantes, por critérios políticos, e não, profissionais.
O ministro Joaquim Levy, um técnico que parece estar gostando do cargo político, aconselha cortar na carne os gastos desnecessários e criminosos e abandonar de uma vez por todas os números imaginários.
Essa atitude do ministro significa uma reviravolta no jeito de gerenciar a coisa pública, pois iremos trabalhar com números reais e desconfiar de números irreais e fantasiosos, tudo na maior transparência.
Assim a corrupção será forçada a encolher, e voltará a esperança por dias melhores.
Continuar na mentira, nunca mais!

Gabriel Novis Neves
10-08-2015

Pense nisso


Dias atrás a Presidente da República sinalizou com a possibilidade de reduzir o número de ministérios (39), numa demonstração para minimizar os rombos nas contas públicas.
Seria um gesto que iria mostrar novos rumos na gestão deste país.
O ministro Joaquim Levy, que não se opunha à redução dos intocáveis ministérios desnecessários ao nosso desenvolvimento, comemorou com euforia a decisão da presidente.
No entanto, a alegria do Ministro da Fazenda durou pouco. O Instituto Lula e os históricos ministros do PT apontaram outra linha de ação como a única verdadeira para combater a crise política e financeira.
A presidente deveria tentar recuperar a sua baixa popularidade “dialogando com os movimentos sociais”.
Com isso, a diminuição do número de ministérios é coisa do passado, e o MST, UNE e ONGS, fortemente beneficiados durante esses últimos anos, iriam para as ruas fazer o “enfrentamento político”, tentando recuperar a popularidade presidencial.
Enquanto isso, o desautorizado Ministro da Fazenda, com o seu agonizante e deformado plano do ajuste fiscal, observa a deterioração da economia e o clima de guerra na Câmara dos Deputados.
Pela lei das probabilidades, o jeito é esperar pelo pior.
Estamos caminhando para trás, “fugindo” da crise que nos consome. Alguém anda pensando errado neste governo...
Quem pagará por este equívoco, com certeza, será, mais uma vez, o contribuinte.
Chegamos à conclusão de um blogueiro brasileiro - pensar enlouquece.
Pense nisso.

Gabriel Novis Neves
12-08-2015

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

GOVERNO AUTISTA


Infelizmente vão se extinguindo sucessivamente as possibilidades de harmonia entre os três poderes da República, fundamental para uma democracia de fato e de direito.
Um governo autista, como o atual, não consegue focar na realidade dos fatos, e passa a agir de forma totalmente esquizoide, mergulhado nos seus interesses político- partidários, dissociando-se cada vez mais das reais aspirações da população.
Foi de tal grandeza o perfil da formação do jogo político de poder, que há poucas possibilidades de um amplo acordo que priorize o término da profunda crise político-econômica em que mergulhamos.
O nome de um ex-presidente da República está sendo cogitado para ocupar um ministério – ou da Defesa ou das Relações Exteriores.  Mas, isso é algo inimaginável, até pelos mais perspicazes cientistas políticos do planeta.
Seria uma manobra desprovida de um mínimo de aprovação da sociedade, pois que visa tão somente blindar da justiça uma figura do mais alto escalão, que passaria, assim, a ter foro privilegiado.
Triste mesmo é imaginar que estamos pagando um preço muito alto por essa falta de monotonia em que as mídias nos estarrecem a cada nova manhã.
Nada mais nos surpreende nessa governança autista, totalmente desvinculada dos gritos de uma sociedade que, entre esfacelada e surpresa, clama por um mínimo de respeito e de espírito patriótico.
Que mandatos legitimados pelo voto popular sejam cumpridos até o fim, mas que os governantes não ajam como déspotas, mirando de longe o incêndio das instituições sem ao menos usar bombas extintoras eficientes que o apaguem.
Um mínimo de autocrítica seria muito bem-vindo num momento tão grave para todos nós.
Pessoas com pensamento razoavelmente coerente costumam ser humildes na avaliação de seus erros e procuram de uma forma honesta corrigi-los, e não, escamoteá-los.
Imagino que essa perspectiva de perda de poder seja muito cruel, mas é preciso, nesse momento, focar num bem maior - a tranquilidade de manutenção das instituições brasileiras.
É o que espera toda a sociedade.

Gabriel Novis Neves

12-08-2015

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Mesmas notícias


Há meses abro os jornais e as notícias são sempre as mesmas: operação Lava Jato, delação premiada, novas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) e a crise política e econômica sem fim corroendo este país.
O governo, totalmente sem rumo, marca reuniões e mais reuniões, que sempre terminam com a data da próxima. 
Discute-se muito sobre o caos existente, mas um plano para se encontrar uma saída para o imbróglio em que nos meteram, simplesmente não existe.
Já é da nossa cultura política, quando diante de uma grave crise, marcar reuniões sem conclusões.
Reuniões se fazem quando se tem uma proposta consistente para resolver a situação de calamidade.
Na terrinha, enquanto se espera um plano salvador, surgem as reuniões, na esperança que caia do céu uma proposta milagrosa.
Panelaços, buzinaços, abraços em prédios, marcha das margaridas, gritarias, manifestações de ruas, tudo termina no dia seguinte nas notícias de jornais.
A corda da nossa tolerância está no esgarçamento máximo. A guerra entre o Executivo e Legislativo  continua cada vez mais ampla, inclusive com apoio de deputados do partido do governo.
Apesar dos trinta e nove ministérios, rareia o número de parlamentares governistas.
Dos trezentos iniciais anteriores, restam apenas cento e trinta gatos pingados, alguns nem sempre muito confiáveis.
Figuras de proa do plano de governo foram atropeladas pela sua própria sede excessiva de poder.
O líder de vinte e dois anos da UNE (União Nacional dos Estudantes), ídolo da sua geração, foi trocado pelo embaixador americano em um sequestro espetacular e enviado a Cuba para treinamentos de guerrilhas e cirurgia plástica.
Hoje, está totalmente abandonado pelos seus antigos liderados numa prisão em Curitiba por desvio do erário.
É triste presenciar o desaparecimento de uma expressiva liderança que estava sendo preparada para assumir democraticamente o comando político deste país. Chegou a ser “nomeado” o capitão do time no início de 2003.
A ambição do seu grupo, e a sua própria, o tragaram para o fundo do poço do ostracismo, de onde não mais terá tempo para sair. 
Essas são as notícias diárias, em que são mudados apenas os nomes dos atores. 
Enquanto isso, a crise política e financeira parece não ter fim.
Estamos à procura de um líder, como admitiu o coordenador político do governo, não só para nos salvar, mas, principalmente, para dar às mídias matérias mais otimistas.
Isso é fundamental para o equilíbrio do nosso sistema nervoso.

Gabriel Novis Neves

11-08-2015

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

CAÇA E CAÇADOR


A espécie animal é basicamente predadora e vive em permanente sinal de alerta em função da sua sobrevivência.
Nós, os racionais, matamos pelo mais puro sadismo, pois podemos sobreviver à custa de várias outras fontes de alimento que não somente as animais.
Choca-me o grande alvoroço em torno do dentista caçador americano que costuma transformar os seus momentos de lazer em assassinato de animais de grande porte, certamente para aumentar a sua coleção de cabeças de várias espécies.
Normalmente, onde isso aconteceu, no Zimbábue, mata-se, legalmente, quarenta e nove leões por ano.
Pelo que foi noticiado, o troféu custou ao dentista o equivalente a cento e sessenta mil reais.
Acontece que desta vez, o belíssimo felino que ostentava em sua juba um colar GPS, era um leão grifado, codinome Cecil, e representante para fins de estudos de sua espécie pela Universidade de Oxford.
Seres famosos costumam causar muita comoção após a morte, o que não acontece com os milhares de seres humanos africanos que morrem a cada segundo por fome e miséria.
Recentemente, o grande fotógrafo Salgado, fez um documentário aterrador sobre o dia a dia dessas populações que, aliás, há anos vêm sendo dizimadas sem que o mundo se mostre impactado com tamanhas cenas de terror.
A caça, nesses países africanos, tem um alicerce cultural, além de tirar da fome momentânea alguns poucos nativos coniventes com os inúmeros estrangeiros do primeiro mundo que para lá se dirigem com essa finalidade.
Nada disso costuma ser noticiado, tanto que, alguns dias depois, ficamos sabendo da morte de um dos cinco últimos rinocerontes brancos do norte existentes no planeta, subespécie em extinção.
Isso, entretanto, não causou a mais remota comoção na militância viral.
Aliás, a Europa, sempre tão venerada por nós tupiniquins, é o berço da caça. Para os mais abastados era um ritual de elegância, e transformaram-na em um “esporte nobre”. 
Isso sem falar nas touradas, uma barbárie até hoje consentida e louvada.
Esse imbecil caçador de leões apenas representa uma fração oligoide da humanidade, que pouco se importa se a caça é representada por bichos ou por seres humanos, explorados até a morte pelo mundo afora.
Culpados são os regimes que dão o mesmo valor a uma caça de leão e a um ser humano que, estendido nos trilhos de uma ferrovia, vítima de atropelamento, estava impedindo o tráfego de trens. Fato ocorrido no Rio de Janeiro. 
A vida perdeu o valor como um bem supremo.
A caça, em pleno século XXI, ser considerada um esporte, é sinônimo de que ainda não merecemos a qualificação de animais racionais.
Continuamos bárbaros como sempre fomos, só que bem mais hipócritas.
Chega de tantas hipocrisias repetidas, sem que, absolutamente, ninguém, as questione!

Gabriel Novis Neves
03-08-2015

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Ruim


Apenas 7.7% da população brasileira veem com bons olhos o governo da presidente da República. Isso demonstra o triste beco sem saída em que ela e seu partido se meteram. 
Maior demonstração de incompetência política não existe!
E, o pior, é que seu partido, para salvar a pele, afirma que não tem nada a ver com tudo isso que está aí.
A própria presidente da República, depois de muito tempo, já admite que a economia enfrenta dificuldades, e não fica nem corada em classificá-las como passageiras.
Com todo seu sobrenatural, ainda coloca a responsabilidade da sua incompetência na inflação fora de controle, no aumento de desemprego, na redução do consumo e no desajuste das contas públicas por conta das crises internacionais e condições climáticas desfavoráveis (!).
No início da crise internacional em 2008, com o estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos da América do Norte (USA), a administração de então ensaiou os primeiros passos para substituir o modelo econômico liberal herdado da administração FHC, pelo da crescente intervenção estatal na vida econômica.
Chegou em 2011 com toda força esse modelo político, saindo de cena o mercado e entrando o Estado.
A Presidente pensou que, até que enfim, tinha um modelo político em que poderia gastar mais à vontade. 
Quando percebeu que fez tudo errado, chamou o liberal Joaquim Levy, consagrado banqueiro internacional, para colocar ordem nas contas do governo e começar tudo de novo.
Era tarde demais.
Os partidos políticos, que outrora a apoiaram, iniciaram a abandonar o barco sem rumo.
Até o fisiológico PMDB, partido do vice-presidente, está pensando em deixar o governo.
Quer quadro pior que este?

Gabriel Novis Neves
06-08-2015

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

CRISES


As crises têm a função pedagógica de ensinar, até mesmo para os governantes turrões, daqueles que não dão o braço a torcer, ainda que diante de erros gritantes.
Vejamos o caso do número de ministérios existentes em nosso país, absurdo para os maiores estadistas das grandes potências mundiais.
Dos inúteis trinta e nove em atividade, criados para garantir uma pseudoforte base de sustentação no Congresso Nacional a um governo eleito democrática e livremente pelo povo, já se admite uma redução deles, numa homenagem à racionalidade administrativa.
Foi preciso que houvesse uma crise econômica devastadora para que o poder estabelecido se conscientizasse do tamanho do desperdício.
É um sinal do nível das nossas dificuldades econômicas e políticas.
Evidentemente que diante do enorme rombo nas contas públicas, não será, esse tardio corte, que resolverá o problema.
O importante é o gesto de humildade do governo ao reconhecer o erro absurdo que foi mantido por vaidade política por tantos anos.
Entretanto, dependendo das pastas a serem extintas, tudo não passará de mais um grande blefe.
A questão agora não é a de privilegiar siglas partidárias, e sim, recuperar o país.
Além dos trinta e nove ministérios, na sua maioria dispensáveis, temos quase quarenta mil cargos comissionados, preenchidos sem concurso e por critérios nada profissionais.
Geralmente são cabos eleitorais e apadrinhados dos mandantes de plantão.
Esses cortes anunciados sinalizam para a seriedade do até então desmoralizado ajuste fiscal.
Alguma coisa tem de ser feita para melhorar a nossa economia.
A redução de ministérios e cargos comissionados dá um crédito de confiança à Presidente da República.
Vejamos se há vontade política para executar essa medida moralizadora que irá ajudar a exorcizar crises.

Gabriel Novis Neves
05-08-2013

Ajuste fiscal


Diante da séria crise financeira que corrói o nosso país, o governo resolveu chamar um banqueiro internacional altamente conceituado no mundo do dinheiro para consertar a nossa situação.
Foi então proposto ao governo - que aceitou - um severo ajuste fiscal nas suas contas, cujos resultados satisfatórios surgiriam em médio prazo, evitando a nossa caída para o grupo dos países de investimento de risco.
Para tanto teria de contar com o apoio integral do nosso Legislativo e Judiciário e da compreensão e paciência da nossa gente.
Neste tabuleiro, o Executivo teria de demonstrar com fatos concretos a sua intenção, o que, infelizmente, até agora não aconteceu.
Enquanto mantiver uma máquina administrativa com trinta e nove diferentes Ministérios e cerca de vinte e dois mil cargos comissionados, alguém acredita que essas medidas de austeridade embutidas no ajuste serão para valer?
Se receitas adicionais é cortar investimentos, fazer contingenciamentos de orçamento e deixar de repassar recursos constitucionais aos estados e municípios, com certeza, estamos na contramão da recuperação da nossa economia.
Espera-se, isso sim, que o governo, junto ao Congresso, elimine o engessamento das despesas obrigatórias, corte as infames mordomias de alguns segmentos de barnabés e extermine de uma vez por todas o “custo Brasil”, que é a forma elegante de chamar a corrupção - que tem metástases em todo o território nacional.
Viagens internacionais imperiais sem objetivos, apenas para efeito interno de notoriedade, imensas comitivas com seus integrantes utilizando-se dos incríveis cartões corporativos e hospedando-se em hotéis luxuosos, não traduzem austeridade administrativa.
Por enquanto, apenas as faixas de população C, D e E estão sofrendo os horrores de um ajuste fiscal desequilibrado.

Gabriel Novis Neves
31-07-2015