sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Policiamento


Recentemente, diante da violência que tomou conta do nosso Estado, das reclamações da população ordeira e trabalhadora e da cobrança de grande parte da imprensa, o governo resolveu nomear cerca de oitocentos policiais militares concursados.
Nossas necessidades mínimas são de, pelo menos, dez mil homens. Com o aproveitamento desses tintinho de policiais, o acréscimo no efetivo das ruas para combater os criminosos, seria de menos de seis representantes da lei por município mato- grossense.
A situação continua a mesma, e acho que até piorou com o aparecimento de grupos especializados em arrombamentos diários de Caixas Eletrônicos.
Para a minha surpresa, o jornal A Gazeta, de 19/12/2011, estampa como manchete: “Mais de 750 policiais estão fora de combate.” Prestam serviços em órgãos como o Tribunal de Justiça, Casa Militar e Secopa, desfalcando, com esse desvio ocupacional, cerca de 10% do trabalho de investigação e repressão ao crime.
Para se ter uma ideia do que representa esse contingente afastado, ele seria capaz de policiar uma cidade do porte de Rondonópolis - segundo informações oficiais.
Em alguns municípios, onde são frequentes crimes violentos, não há delegado de polícia, e a segurança é feita por três soldados e um detetive.
Segundo estatísticas divulgadas, o nosso Estado tem cerca de 6 mil policiais. Nosso vizinho Estado de Goiás, apenas 16 mil. É dever constitucional do Estado prestar segurança à sua população, membros dos poderes Legislativos, Judiciários e Tribunal de Contas.
O que mais chamou atenção na matéria jornalística foi a inclusão do aparato militar na Secopa (Secretaria Extraordinária de Projetos para a Copa).
Outras secretarias de Estado não possuem a estrutura militar da ex-Agecopa. Fica a pergunta: se o secretário fosse outro, haveria necessidade de se retirar tantos militares treinados para o combate ao crime para proteger o mais prestigiado auxiliar do governo?
Não acredito que o nosso bem articulado secretário esteja sendo ameaçado por desportistas. Ele deverá ter as suas razões para solicitar, e ser atendido, nessa proteção diferenciada.
Sendo um arquivo lúcido da história recente de Mato Grosso nos cargos que ocupou - e que agora estouram escândalos -, respeitemos a sua decisão, mesmo sabendo que centenas de crimes poderiam ser evitados sem esse aquartelamento na Secopa, segundo informações e constatações da população cuiabana.
Que tudo termine bem! - são os meus melhores votos.
Mas, que é estranho é.

Gabriel Novis Neves
19-12-2011

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

PACTO


Teremos um próximo ano mais feliz que 2011, ano que não deixará saudade para a maior parte da população brasileira.
Motivo tenho para me alegrar tanto. Ao apagar das luzes do ano dos escândalos não republicanos em todo o país, em Brasília, o governo de Mato Grosso assumiu compromissos de erradicar a extrema miséria no nosso Estado até o ano da Copa.
É impressionante o número de pessoas que vivem na pobreza ou miséria - reconhece o nosso governador.
Durante os últimos anos não foram realizadas ações sociais nesse sentido. Tivemos um governo quase que exclusivamente estradeiro. E também de novidades, que estão aparecendo agora na imprensa e investigados pela polícia.
O governo anterior está sendo desconstruído pelos fiéis integrantes do período da botina, como ficou conhecido aquele período.
A Operação Cartas Marcadas passará para a história como o nosso Baile da Ilha Fiscal Imperial. Toda a Corte está envolvida no baile, ou Cartas, que marcará a despedida de um período de fertilidade para a nobreza do poder.
No maior Estado produtor de alimentos do mundo, temos cerca de 170 mil pessoas vivendo em condição de extrema pobreza, passando fome de alimentos e de justiça social.
O resultado do último Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), afirmou o jornalista Marcos Lemos, são desanimadores em termos de miséria e de pobreza em Mato Grosso.
Com as verbas desviadas, só pela Operação Cartas Marcadas - cujos valores ainda não são definitivos, mas são estarrecedores - segundo dados fornecidos parcialmente pela Polícia Fazendária, não haveria necessidade de se assinar com festas o Pacto de Brasília e entrarmos na lista dos miseráveis.
De acordo com uma informação oficial, no ano de 2011, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome destinou ao nosso Estado R$ 6 milhões. Isso é menos que o custo de dez jipes russos (R$ 14 milhões) para patrulhar as nossas fronteiras.
O documento do Pacto abrange inúmeras ações. Gostaria de comentar apenas sobre três delas, que o governo promete eliminá-las em dois anos: educação, saúde e saneamento básico.
Dá para acreditar em uma promessa dessas?
O governo federal teve uma grande oportunidade de, não se criando impostos, destinasse mais recursos para a saúde pública.
Disse que não tinha dinheiro e prometeu aos Estados e municípios fazer o que há muito é lei e nunca foi respeitada.
A partir do ano que vem irá fiscalizar a correta aplicação das transferências constitucionais de recursos, sem nenhum aumento no necessário financiamento.
Com essa medida, que não irá prestar, impediria a famosa maquiagem que Estados e municípios sempre fizeram com o beneplácito do governo federal.
O sucateamento da nossa educação necessita de investimentos. Consultemos os nossos vizinhos sul- americanos e chegaremos à conclusão que estamos mal em investimentos, trabalhando apenas com estatísticas de fins eleitoreiros.
Não vale a pena falar que, sem decisão política que exige recursos, resolveremos o crônico problema de saneamento público, que é um agravante da nossa moribunda saúde pública.
O Brasil necessita de uma internação em um bom hospital privado aceito pela mídia, pois o governo não prestigia os seus (temos alguns excelentes) e rasgar o tumor da corrupção com o nome de base de apoio ao governo ou grupo de sustentação à governabilidade.
Com certeza os recursos aparecerão, e a miséria seria a grande vencedora dessa luta.
Por enquanto papéis. Como estão as obras do PAC-I e PAC-II.

Gabriel Novis Neves
24-12-2011

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Quando!


O programa de maior audiência na televisão mato-grossense atualmente é um noticiário noturno, que tem como âncora um cuiabaníssimo comandante. Refiro-me ao programa “Resumo do Dia”, com Roberto França.
O seu sucesso deve-se, entre outros fatores, à simplicidade e autenticidade como ele é apresentado. Valoriza, e muito, o nosso jeito peculiar de comunicação oral – o linguajar cuiabano.
O cuiabano fala com a voz e com o corpo, e o Roberto França faz exatamente isso na televisão.
A vinheta para as “notícias que serão manchetes amanhã” é um exemplo: “Girando, girando, girando”, fala o apresentador - acompanhado com o girar do dedo indicador, com o braço em extensão.
Conheço gente que espera o girando, girando para dormir, mesmo tendo que acordar madrugada para a missa de São Benedito.
Justificam dizendo que dormir informado compensa, pois não dá pesadelo.
Nesse girando, girando, do Resumo do Dia, há coisas que passam despercebidas para grande parte da nossa população.
Até há pouco tempo, sem o menor esforço, sabíamos os nomes dos ministros do Brasil, tarefa hoje impossível, a não ser com o auxílio de uma boa agenda eletrônica.
Quando FHC deixou o poder em 2002, o número de ministros estava inchado. Eram 24 as Excelências do primeiro escalão do governo, como fazem questão de serem chamados.
Em 9 anos de um governo popular, esse número elevou-se para 38! Houve um aumento de 58% de ministros no Brasil, em uma verdadeira inflação de inutilidades.
Existem ministérios que foram criados apenas como prêmio de consolação para alojar os amigos derrotados nas urnas.
Citarei uma pequena amostra desses ministérios que representam verdadeiras sangrias no dinheiro do pagador de impostos.
Esses especiais ministérios da inutilidade pública possuem uma estrutura fenomenal de DAS (os famosos funcionários sem concurso chamados de comissionados) para sustentá-los, com todas as vantagens imagináveis que o cargo os oferece, sendo o cartão corporativo a grande estrela dessa constelação de privilégios.
Outros benefícios são publicados semanalmente na revista Veja, para satisfação da indústria farmacêutica de tranquilizantes.
Vamos aos nomes destes curiosos ministérios: Ministério da Pesca; do Desenvolvimento Agrário; dos Direitos Humanos; da Igualdade Racial; das Políticas para a Mulher; dos Portos e outros que agora me foge à lembrança.
Todos sabem também da abertura de embaixadas brasileiras em lugares que nem a NASA sabe onde fica, e o dinheiro que isso representa para o Tesouro Nacional.
A meta da presidente é exterminar, no seu governo, a miséria e a fome. Belo e humano projeto de governo, mas, que precisará de dinheiro.
Com a redução desses 38 ministérios com as suas “decorações de fantasmas,” teríamos recursos financeiros suficientes para sustentar o projeto de erradicação da miséria no Brasil.
O melhor é que se cortar pela metade esses monstrengos da Esplanada dos Ministérios, ninguém sentirá falta deles.
Presidente!
Não fique com receio de perder a fisiológica base de sustentação do governo no Congresso. Faça a opção pelos miseráveis. Mande para o lixão os ameaçadores fisiológicos da tal base da governabilidade.
A base da governabilidade será atender os pobres, e não, a ponta viciada da pirâmide que caiu feito dominó no primeiro ano do governo de Vossa Excelência.
O pior é que os motivos da demissão espontânea desses auxiliares, não foram dos mais nobres.
Girando, girando... Senhora Presidente!
Diminuição desse Estado gigante herdado, nem se for cirúrgico.
É o presente que esperamos de final de ano.
Poderia ser a notícia do girando, que seria manchete no dia seguinte.

Gabriel Novis Neves
22-12-2011

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

DIREITOS HUMANOS NO BRASIL


A Assembléia Geral das Nações Unidas adotou e proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 10 de dezembro de 1948 – logo ratificado pelo Estado Brasileiro.
Surgiu logo após a 2ª Guerra Mundial, com o objetivo de proteger os cidadãos da violência, e o Brasil encontrou, na sua última Constituição, ferramentas para essa vigilância.
No seu artigo 1º, a Declaração prega que “todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”.
Na prática, infelizmente, essas recomendações ficaram no livrinho, e a sua interpretação, muitas vezes, incompreendidas para um ser humano comum.
Infelizmente, grande parte da população brasileira, ainda não incorporou o espírito de cidadania e vive na mais completa ignorância quanto aos seus direitos e deveres constitucionais.
Convivemos placidamente com a corrupção, impunidade, miséria, pobreza, violência policial, preconceito racial e sexual, trabalho infantil e escravo, prostituição infantil, entre outras mazelas.
Dentre os inúmeros temas que compõem os nossos Direitos Humanos, a indiferença desse organismo perante os crimes cometidos pelos excluídos sociais me causa desconforto.
Isso sempre me preocupou. Quando o ódio vitimiza um ser humano pela intolerância, isso me incomoda.
Entretanto, as organizações de Direitos Humanos nem sempre aparecem com notas em jornais e televisão condenando o crime, que sempre tem que ser condenado, e não apenas certos crimes.
Matar alguém é crime e está na nossa Carta Magna, assim como prevaricar e roubar.
Conviver com pobres morrendo por falta de assistência à saúde, é crime hediondo.
Perder gerações de jovens para as drogas, é crime contra a humanidade.
Suportar a corrupção e impunidade é crime contra os Direitos dos Cidadãos.
Mas, no Brasil não é bem assim que funciona os Direitos Humanos, tirando toda a credibilidade de uma Instituição que é universal, e da qual fazemos parte.
O silêncio dos representantes dos Direitos Humanos  é preocupante diante de certos crimes praticados contra cidadãos, inclusive com mortes covardes, por motivos os mais fúteis, usando para se proteger a bandeira das minorias, que são as maiores atingidas nessa guerra, e cujas causas conhecemos.
A impressão que tenho dessa organização - Direitos Humanos -, é que representa um braço de alguma seita política.
Matar é crime. Tanto quando um fazendeiro mata um sem terra que invadiu a sua propriedade, quanto um sem terra que mata o dono da fazenda na sua propriedade.
Ruim para nós brasileiros que essa conquista, que custou tanto sangue de inocentes, tenha ideologia política, e nenhum compromisso em denunciar as atrocidades cometidas contra os habitantes desta nação.
É um engano imaginar que o tempo produz sabedoria nas pessoas, para pelo menos, entender o nosso dia a dia.
Direitos Humanos é respeitar e tratar bem ao próximo. No Brasil  é uma das muitas coisas que ficaram nos papéis e discursos demagógicos.

Gabriel Novis Neves
10-12-2011

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Terapêutica econômica


Nada melhor para combater certas euforias do que a leitura de textos escritos por economistas famosos.
A medicina poderia muito bem utilizá-los para o tratamento da doença da moda - a bipolaridade.
As pessoas portadoras dessa doença apresentam momentos de tristeza, alternados com euforia incontrolável.
Ler matéria sobre economia é, como dizia a minha mãe: “É jogar água fria na fervura.” O governo brasileiro nos faz acreditar que vivemos em um país de céu de brigadeiro. Inteirinho azul, sem nenhuma nuvem.
Há um desastre econômico derretendo economias bem protegidas de países europeus, cuja moeda é o euro.
Dizem que os países contaminados pela crise se fizerem o dever de casa como mandam os seus tutores, é possível que, daqui a dez anos, estejam recuperados.
A economia americana passa também por momentos de ajustes, com o povo nas ruas reclamando maior atenção do governo.
Por aqui a grande preocupação é com as obras da Copa do Mundo e com as demissões, a pedido, de ministros.
Nossa economia está bem blindada com os juros altíssimos, a sangria da previdência e a corrupção bem organizada.
Encontrei na mesa do meu escritório um artigo escrito pelo Gustavo Franco, que foi presidente do Banco Central entre 1996 e 1999.
Fiquei pasmo com o que li. Não é meu desejo aborrecer ninguém nesta época de festejos. Como tenho poucos leitores, compartilharei com eles as minhas preocupações econômicas.
Tenho ou não razão de ficar preocupado, quando um economista do nível acadêmico do Gustavo Franco afirma, categoricamente, que o Brasil é igual à Grécia.
Gente! O quebra-quebra na zona do euro teve o seu início exatamente na Grécia, onde o povo saiu às ruas e derrubou o seu primeiro-ministro, e até hoje o governo não encontrou o caminho para sair da crise.
Falar que o Brasil é a Grécia, para um leigo, parece revanchismo político com fundo terrorista. O efeito Grécia se alastrou pela Europa, pegando Portugal, Espanha, ameaçando a França, Itália e países nórdicos.
A sólida Alemanha não está disposta a sustentar a Europa. Cobrado para explicar a frase de efeito, Gustavo Franco disse: “O governo grego paga juros baixos e tem problemas para rolar a sua dívida pública. Já o governo brasileiro rola a sua dívida com facilidade, pois paga juros exorbitantes. Como os gregos, nós temos uma situação fiscal ruim, um orçamento elaborado de maneira corrupta e desequilíbrios sérios nas contas públicas”.
Cláudio Gradilone afirma que Franco não faz ironia quando afirma que o Brasil é igual à Grécia. “As metas para o superávit primário só foram cumpridas pelo uso de malabarismos pela Fazenda. A previdência Social continua drenando os recursos do Tesouro. A carga tributária passou dos limites e a gestão pública não tem qualidade. Brasília teria tantos problemas quanto Atenas para vender os seus títulos no mercado financeiro”.
A notícia não é agradável, mas é o que dizem os economistas.

Gabriel Novis Neves
17-12-2011

RABECÃO


Estava fazendo a barba com a porta do banheiro aberta para ouvir o noticiário local da televisão, quando a apresentadora do programa informou que em Rondonópolis há muito tempo falta rabecão.
Fui ao quarto acompanhar a notícia para não perder nenhum detalhe, pois não são todos os dias que somos brindados com matérias tão sensacionais.
Para quem não sabe, Rondonópolis é a cidade mais importante do sul mato-grossense. Possui ensino superior há mais de trinta anos, uma economia fortíssima e um pólo importante de cidades do agronegócio.
É uma cidade linda e rica, com um povo trabalhador.
Rabecão é um furgão que transporta cadáveres. O responsável por esse humano serviço de recolher corpos encontrados, muitas vezes, em estado de putrefação, disse que há oito meses o único rabecão da cidade está com problemas mecânicos, e na oficina, sem prazo de alta.
Todos os estudantes de medicina, no seu primeiro dia de aula, aprendem a oração do cadáver desconhecido e a respeitá-lo.
Quantos avanços da medicina foram conseguidos graças aos estudos no cadáver desconhecido!
É inaceitável que em uma cidade civilizada, com vida universitária e residência de políticos importantes, não se dê atenção ao cadáver desconhecido.
Falamos muito e fazemos pouco. Um rabecão, além de custar bem menos que a decoração de uma Avenida no Natal, reflete aquilo que somos.
Não adianta a chegada triunfal de alguém fantasiado de Papai Noel despencando cheio de presentes de um helicóptero, e correndo o risco de pousar em cima de um cadáver por falta de um rabecão.
Será que Rondonópolis não merece receber a atenção do governo através de um simples rabecão?
É a grande oportunidade para agora, na folia do Papai Noel, corrigir este ato desumano, que todo o Estado tomou conhecimento pela televisão.
Respeitemos os nossos mortos, especialmente aqueles desconhecidos!

Gabriel Novis Neves
19-12-2011

sábado, 24 de dezembro de 2011

Superstições


Quem não as tem? O filósofo inglês Francis Bacon dizia que: “evitar superstição é outra superstição”.
Eu tenho uma superstição muito comum entre os leitores de jornais.
Após o café dou uma olhadela nas manchetes dos jornais - hoje um trabalho rápido pela repetição dos fatos.
Chego a prestar atenção na data do jornal para ter certeza que estou lendo o jornal do dia.
A corrupção e a violência ocupam todos os espaços. E enfrentamos essa realidade com muita naturalidade.
Sempre foi assim, dizem os mais antigos, traduzindo a total impossibilidade de uma mudança social.
Luto e sofro com esse fatalismo dos nossos dias. Sempre foi assim, posso até concordar, mas cruzar os braços diante dos desmandos, é desesperador.
Voltando à minha superstição: procuro sempre - em local de pouca visibilidade no jornal - a coluna mais lida: horóscopo.
Interessante que, logo após a leitura do meu horóscopo, esqueço-me totalmente de como será o meu dia e das recomendações dadas.
Por outro lado, não consigo esquecer os pacientes sem medicamentos e hospitais para internação, inexistentes para os pobres.
A violência em todas as suas formas, dominando este país - que deu certo para poucos – é outra coisa que também não me sai da cabeça.
Dia destes, como sempre, li o meu horóscopo e fui trabalhar. Aconteceram-me tantas coisas desagradáveis - que em outras épocas me aborreceriam - que vou em busca do jornal para reler o meu horóscopo.
Pura falta de atenção e credibilidade a minha. Se tivesse prestado atenção no que estava escrito, não sairia de casa e estaria protegido dos dissabores denunciados pelo meu horóscopo:
“Dia de dificuldades. No trabalho esteja atento à influência de estranhos. Debilitado por atos impensados, razão de desencontros.”
Perfeito. Tudo aconteceu por minha displicência. Cheguei do consultório com a frente do meu carro danificada pelas enormes tartarugas que encontrei bem no meio do meu caminho. Não foi barbeiragem, apenas estava seguindo o comando do responsável pela área de estacionamento.
À noite sou alertado pela minha cuidadora que já era tarde e que tinha passado da hora em que costumo ir dormir. Aí verifiquei que o meu relógio de pulso estava parado. Tão entretido estava no computador que nem percebi que as horas não andavam.
Tive problema também com a minha máquina fotográfica. Ela começou a tremer, e o técnico me disse que precisava trocar um bloco do aparelho.
Com esses problemas materiais, interessei-me em saber os detalhes das outras recomendações.
“Dia de tendência à mudança súbita de humor e ânimo. Intimidade debilitada por atos impensáveis.”
Encerro lembrando a lição aprendida na frase de Raymond Smullyan:  “Superstição dá azar”.

Gabriel Novis Neves
27-11-2011

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

CAIXA PRETA


No início do século XXI, o governo que assumiu o comando político do Estado, implicou com duas coisas: o tênis usado pelos políticos jovens que deixavam o poder para os ruralistas usuários de botas e com uma misteriosa mala preta que nunca foi encontrada.
Quando da morte do suposto dono da mala preta, o governador pediu desculpas à família enlutada, dizendo que a história da mala era uma jogada de desconstrução de um governador que deixou o governo arrumado para os migrantes afoitos pelo poder.
O novo governo se auto-intitulou como o governo de quebra de paradigmas. Nunca votei nos meus amigos do tênis e, em nome da renovação, votei nos botinudos.
Aceitei por um curto prazo de tempo exercer funções no primeiro escalão do governo das botinas. Deixei o governo por posicionamento no campo de trabalho. Só por isso. Sem mágoas ou rancores.
Encerrei, por pura frustração, a minha participação em cargos públicos, mas não deixei de exercer a minha cidadania em outra trincheira - o jornalismo amador, orientado por grandes mestres.
Continuei tocando também a minha profissão de médico. Sempre tive profissão definida e residência conhecida.
Oito anos são passados desses fatos superficialmente relatados e os botinudos não existem mais. Trocaram as pesadas botas por calçados italianos, tratores por BMW, casa no campo por mansões no Manso e em várias capitais brasileiras. Todos respiram o ar da rápida prosperidade.
Ninguém fala mais em quebra de paradigmas. O governo da continuidade herdou o que havia sido extinto de Mato Grosso, que era o Estado Curral.
Com a modernidade fala-se com a maior naturalidade em loteamento do poder. Voltamos à época das capitanias hereditárias. Cada grupo político toma conta de uma.
Para que tudo funcionasse bem, houve a compreensão dos outros poderes, que muito ajudaram a estruturar o novo modelo de governo de quebra de paradigmas.
Estrutura perfeita enquanto durou. A mala apareceu com uma série inacreditável de utensílios utilizados no governo anterior.
Foi encontrado desde maquiagem para iludir a aplicação dos repasses constitucionais para saúde e educação, até notas fiscais complicadas, da maior compra de tratores para se ganhar uma eleição.
Os tratores não existem mais, após trabalharem até em fazendas fora de Mato Grosso. Os esclarecimentos sobre o valor das compras continuam.
Agora estoura, ou torna-se do conhecimento público, por intermédio da operação Cartas Marcadas, o maior escândalo da história política de Mato Grosso.
O Presidente do Poder Legislativo de Mato Grosso pede explicações ao ex-governador que se mantém em silêncio olímpico.
Tem tanta gente envolvida com essas cartas, que até parece coisa de baianos que interpretam como ninguém a leitura das cartas.
Dezembro, por aqui, está parecendo o setembro dos muçulmanos, quando velhos aproveitadores do tesouro do Estado foram mandados embora, sendo alguns para outra vida.
A revolta da população mato-grossense é tamanha, que acho difícil que esse imbróglio termine em pizza.
E caixa preta? Seria para guardar as Cartas Marcadas?

Gabriel Novis Neves
17-12-2011

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Dezembro diferente


Dezembro é o mês oficial das festas. Mês da confraternização e do 13º salário. Do nascimento de Cristo - pouco festejado - e do Papai Noel - idolatrado pelo comércio.
Dos fogos de artifício, daquela vinhetazinha chata da TV Globo e dos programas de final de ano - destaque para o réveillon na praia de Copacabana.
Há, nas principais capitais brasileiras, uma competição para saber quem consegue queimar mais dinheiro do contribuinte.
A aferição é feita pelos minutos da queima dos fogos, que é dinheiro, e muito. No final do espetáculo pirotécnico, sempre aparece alguém famoso pedindo atenção maior para os pobres desta nação.
Este ano teremos um dezembro atípico em todos os níveis do governo. Saem as árvores de Natal e os presépios e entram os escândalos contra o patrimônio público. E, são tantos, que o saco do Papai Noel e do povo brasileiro estão cheios.
Comentar o que se passa lá por Brasília e seus ministros demissionários, é perda de tempo. Tampouco vou perder meu tempo falando do governador do Distrito Federal – que segundo a imprensa, entrou na corrente da corrupção dos seus antecessores.
Hoje, quero falar do meu Estado. Nos últimos anos, no mês de dezembro, ele – o Estado - vivia a expectativa triunfal da chegada do Papai Noel de helicóptero.
Velhinho genérico e bondoso distribuía presentes doados pelo comércio às crianças e alimentos, dos nossos produtores rurais, às famílias carentes. Toda esta demonstração de caridade cristã era cuidadosamente preparada. Uma monstruosa festa era montada por gente especializada em eventos.
Este seria um ato de comovente  solidariedade humana - se a distribuição de presentes ficasse por aí. Mas, o bondoso governo, segundo a Polícia Fazendária, não se esqueceu dos ricos. Fez ampla distribuição de mimos, chamado de Cartas Marcadas.
Dezembro é mês síntese do que foi o ano. Nosso Estado foi premiado com a péssima educação oferecida em todos os níveis, tirando precocemente os nossos alunos do mundo competitivo.
A implantação das ilegais OSS, na interpretação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), foi um atestado que o Estado não tem condições de gerenciar a saúde em Mato Grosso.
A segurança pública avançou com os seus índices negativos de criminalidade. Por incompetência do governo, que sabe que precisamos de, pelo menos, mais de dez mil homens treinados no seu efetivo, contrata menos de mil - e compra dez jipes russos para proteger as nossas fronteiras.
Todos esperavam por um dezembro melhor, com notícias alegres e promissoras.
Notícias das obras para a Copa das Confederações, com os operários da Arena Pantanal trabalhando em três turnos (foi prometido).
Os Centros de Treinamento em acabamento. A cidade toda remexida por obras de alargamento das nossas principais avenidas. Construção em andamento dos viadutos. E as obras do grande legado para a Cidade Azul - o tão sonhado transporte modal VLT.
Nos jornais o que lemos neste dezembro são informações surpresas para a maioria esmagadora dos nossos trabalhadores.
Super salários para certas categorias funcionais, não respeitando o teto constitucional; nossa capital como uma das três cidades com risco de uma epidemia da dengue, que mata; e aquilo que não é mais novidade para a população de Mato Grosso - impunidade e corrupção.
O grande sucesso neste dezembro atípico foi o estouro de um tumor que se arrastou por anos. Cartas Marcadas ganhou o troféu Ano Novo.
Segundo a imprensa, tem tanta gente graúda envolvida, que o pagador de impostos gostaria de ser informado como isso aconteceu.
Pelo montante do valor essa organização tem chefe. Quem é? Saber o nome seria o grande presente de Papai Noel para todos nós.
Senhor governador, não deixe intermediários falar sobre esse caso. Chame esse caso para a sua responsabilidade e esclareça a opinião pública.
Este é o presente de Natal que lhes pedimos.

Gabriel Novis Neves
18-12-2011

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

FESTAS


Cuiabá foi uma cidade que sempre comemorava as suas datas santas com festa. O calendário anual estava preenchido por essas festas - bem de acordo com o espírito religioso da sua população.
As festas eram quase que familiares, pois a cidade era pequena e existia muita solidariedade entre os moradores.
Além das festas santas, todo acontecimento era motivo para uma comemoração festiva: nascimento, batizado, formaturas, noivado, casamento, competições esportivas etc. Até para o período de espera para a viagem rumo à eternidade era festa, e vinha gente de longe para a despedida festiva.
Como eram bonitas e saudáveis as festas da minha infância!
Mas as festas, motivo deste artigo, são as dos modernos eventos políticos. A última de arromba que tive notícia, e que reuniu a nata do poder, foi para comemorar o projeto do VLT, que estará pronto para fins operacionais em um curto espaço de tempo.
Festa para que e por quê? Alguém por acaso está cobrando essa moderníssima obra? Não dava para esperar o projeto ficar pronto, encaminhá-lo à Caixa Econômica Federal, esperar a sua apreciação, aprovação e liberação dos recursos para licitação?
Ou teremos a festa da conclusão do projeto; festa do encaminhamento à Caixa; festa da aprovação (se Deus quiser) e festa da licitação e início das obras?
A festa de conclusão do trecho Aeroporto-CPA não tem previsão de entrega, mas, com certeza, não será para essa Copa de 2014.
Um amigo me disse que essas festas oficiais fazem parte das estratégicas da governabilidade.
Demonstrei não ter entendido essa mágica de governar e, pacientemente, ele me disse que o orçamento de publicidade para cobertura dessas festas de nada, são maiores que o das principais secretarias do Estado.
É a velha história do circo e do pão. Não me conformo com festa e ampla cobertura da imprensa, para dizer que os técnicos estão trabalhando para concluir um projeto que não é urgente para a população.
Urgente, para mim, seria a construção de mais salas de aula, de leitos hospitalares e a regularização na distribuição de medicamentos.
Tenho assistido pela TV a cada festa na Cidade Azul, ex Cidade Verde de Dom Aquino!
Dia desses foi a dos jipes da Rússia, festa com direito a esticada. Fiquei com a impressão que o meu Estado tinha adquirido, em uma liquidação em Moscou, uma das dez maravilhas do mundo, e comprou as dez.
Dizem que não possuem marca, e sim, apelido de Land Rover. Não vi os ditos cujos, e de carro só sei que são frágeis, e qualquer tartaruga do DETRAN custa uma fortuna o seu concerto.
Na verdade os jeeps não vieram, só a cobrança da comissão de R$2milhões que o governo pagou adiantado.
Deixando um pouquinho de lado as festas cuiabanas da Copa, é bom lembrar a festança em Porto Alegre do Norte, no Vale do Araguaia.
Por lá, a discussão das novas divisões territoriais de Mato Grosso, é motivo de festa. Esse assunto vem sendo abordado, e desmentido no maior colégio eleitoral do Estado (Cuiabá) - por motivos óbvios - desde quando o atual governador era Presidente da Assembléia Legislativa.
Existem gravações sobre o assunto, amplamente divulgado no Nortão e no Vale do Araguaia. Em Cuiabá está censurado economicamente.
É justo que se faça festa no Vale do Araguaia e no Nortão. Não é qualquer papai Noel que oferece de presente de final de ano, dois cargos de governador e vice.  Além, é claro, de seis senadores e dezesseis de deputados federais e, no mínimo, quarenta e oito deputados estaduais - com todos os penduricalhos do cargo.
Como sobremesa da festa, a montagem dos Tribunais de Justiça e de Contas. Criação de inúmeras Secretarias e os famosos cargos comissionados (DAS).
Vou ficar por aqui, pois não pretendo estragar a festa nem os sonhos de ninguém. Todo mundo por aqui já sabe quem serão os governadores do Mato Grosso do Norte e do Estado do Araguaia.
Até os seis senadores já foram escolhidos pelos divisionistas, que só pensam no bem de Mato Grosso e sua gente.
As festas continuam, e o povo... Bem, o povo, como sempre, é esquecido.

Gabriel Novis Neves
03-12-2011

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Político


Se alguém resolver se profissionalizar na política, não irá enfrentar o ENEM, muito menos o vestibular de cotas.
Em compensação, deverá preencher certos requisitos para uma carreira de visibilidade, de preferência, a nível nacional.
Mesmo para uma profissão política municipal as regras são semelhantes, baixando apenas a “prenda” da inscrição.
O futuro profissional da política terá que ser alguém abonado financeiramente, para aguentar o primeiro tranco, digo, a primeira eleição, sempre a mais difícil e a mais cara.
Com dinheiro, meio caminho está andado. Como li naquele pára-choque de caminhão – “Dinheiro não vence eleição. Entrega o diploma de posse.”
Em segundo lugar, o futuro profissional da política tem que ter carisma. Não confundir carisma com beleza, que são duas situações totalmente diferentes em termos de votos.
Exemplo de carisma e popularidade: mulher melancia, mulher abóbora, o assaltante do trem pagador, a capa mais cara da revista playboy, assaltantes de caixas eletrônicos, o candidato que falava errado e confundia João Germano com gênero humano, o homem que ficou rico jogando e acertando na loteria esportiva etc. Entre os políticos: palhaço Tiririca, o campeão mundial Romário e o capitão Bolsonaro.
Serviços prestados à população não pontua, pois é obrigação do homem público. E quem faz isso não é político.
Não tem importância também a estrutura familiar e comportamental do candidato a político profissional, assim como os saberes e a sólida formação ética e moral.
Em toda regra há exceção. Existem políticos profissionais sem representação, pertencentes ao baixo clero, com apoio oculto do poder econômico e governamental, sem um mínimo de carisma.
É uma boa especialização para a carreira de político profissional, porque votam sempre a favor dos seus patrocinadores.
E quais são os políticos profissionais para defender o povo?
Esses jamais serão eleitos, por excesso de independência.

Gabriel Novis Neves
06-12-2012

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

PREÇO ALTO


A presidente da República está disposta a pagar um alto preço para manter seu ex-companheiro de guerrilha, e atual ministro do Desenvolvimento, na Esplanada dos Ministérios em Brasília.
A permanência do ex-prefeito de Belo Horizonte como ministro, é uma falta de respeito ao médico consultor de finanças de Ribeirão Preto.
Quando a imprensa divulgou o sucesso da firma de consultoria do ministro chefe da Casa Civil, a presidente fez um pronunciamento histórico sobre o acontecimento: durante o seu governo a corrupção seria combatida permanentemente.
Aceitou o pedido de demissão do médico consultor em finanças, dando início a chamada faxina no governo.
Toda semana a imprensa divulgava o currículo de um ministro em impedimento ético, e logo ele pedia demissão do cargo em caráter irrevogável.
Com esse quadro de falência dos princípios republicanos, seis foram espontaneamente para casa, com suspeitas de ferir a ética.
Porém, a vida sempre tem um, mas. E ele apareceu após novas denúncias que feriam vários artigos do código de ética de um funcionário público. Caso idêntico ao do ex-chefe da Casa Civil.
Se a faxina fosse continuar, teríamos um novo nome no ministério abalado em sua credibilidade, chamado de Desenvolvimento. Ironia dos deuses, que têm o hábito de escrever certo por linhas tortas.
A presidente declarou que não tinha nada a declarar, e quem nomeava e demitia ministros era ela. Foi um claro recado que o período da faxina ética estava encerrado.
Eu acredito na honradez da presidente. Afinal, estão condenando o seu velho amigo. Só por que prestou assessoria a dois governos do seu partido, sem contrato assinado e nunca foi visto nesses Estados?
Com a internet, um executivo americano contrata, para cuidar do seu escritório em Nova York, uma iraniana, moradora naquele país.
A maioria dos laudos radiológicos realizados nos melhores hospitais do mundo, que estão nos Estados Unidos da América do Norte, é feita por médicos que vivem na China e na Austrália.
Por que um consultor não pode prestar consultoria, sem nunca ter saído da sua casa?
Outra acusação que a presidente não viu nada de mais, e eu também, foi com um vultoso pagamento, o único com recibo, publicado nos jornais.
O ex-presidente da federação mineira justificou assim o contrato milionário: “Quanto vale um dia de conversa com uma pessoa que tem conhecimento estratégico sobre como trabalhar com o governo, discute questões tributárias e ações de crescimento nas indústrias”?
A ilusão de um governo feminino, menos tolerante com as falcatruas suportáveis pelos homens - ruiu. Para mim, tudo acabado no sonho do novo e do melhor.
Só saberemos se compensou o preço alto de um ministro enfraquecido, e a imagem atingida da presidente, no término do mandato do governo da continuidade.
Aos amigos tudo, aos inimigos, os rigores das leis - e temos conversado.

Gabriel Novis Neves
13-12-2011

domingo, 18 de dezembro de 2011

Reparem

Sempre que há uma reunião de políticos, mesmo com o pau quebrando na sala fechada, eles saem desse recinto e todos, sem exceção, dizem que o encontro foi muito produtivo.

Nunca vi nenhum político deixar esses locais aborrecidos. Quando as coisas não caminham bem, eles dizem que estão avançando nos entendimentos.

Um dia desses, o governador foi ao MEC solicitar, por merecimento, a criação de uma universidade federal para Rondonópolis. Recebeu um tremendo não do ministro candidato à prefeitura de São Paulo, segundo os jornais.

Na saída da audiência, disse aos jornalistas que fizera o pedido dos estudantes do pólo da cidade mais importante do sul de Mato Grosso.

Apesar de ter recebido um não, afirmou que as negociações com o MEC estavam excelentes para o Estado de Mato Grosso.

Houve uma reunião no Rio com a nova equipe da ex-Agecopa e com os dirigentes da FIFA. Foi a primeira reunião dessa turma. Eles declararam à imprensa que os resultados foram bem melhores que os esperados.

As sujeiras nas ruas de Cuiabá são um absurdo, e nos coloca sempre em destaque no Jornal Nacional, especialmente pelo novo surto de dengue que vem por aí.
'
O funcionário da prefeitura, disse a uma jornalista, que todas as providências estão sendo tomadas. Até janeiro este problema estará resolvido.

A reunião em Porto Alegre do Norte foi divulgada como um fiasco, para não levantar a lebre, como diz o desconfiado cuiabano. Na verdade, os trabalhos políticos a favor da bi-divisão do Estado, estão sendo feitos à surdina pelos bastidores do poder - e os cargos principais dos dois novos Estados já estão todos loteados.

Até o VLT, que nem projeto ainda possui, já recebeu uma festa comemorativa de início de trabalho. Dizem que os recursos foram aprovados pela Caixa Econômica Federal.

Para quem não conhece como funciona o governo, poderá até acreditar nessa história. Um pouco de bom senso nos diz que ninguém libera dinheiro para projeto que não existe.

As negociações continuam, e os avanços estão em todas as direções da administração pública. Só o PIB é que resolveu despencar para complicar ainda mais o nosso desenvolvimento.

Dizem os otimistas que essa queda é uma estratégia do governo para não emprestar dinheiro para os países do euro.

É bom reparar esse pequeno detalhe do nosso dia-a-dia político e acompanhar a sua evolução.

A propósito, como estão as implantações das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) em nosso Estado?

Gabriel Novis Neves
08-12-2011