Recentemente,
diante da violência que tomou conta do nosso Estado, das reclamações da
população ordeira e trabalhadora e da cobrança de grande parte da imprensa, o
governo resolveu nomear cerca de oitocentos policiais militares concursados.
Nossas
necessidades mínimas são de, pelo menos, dez mil homens. Com o aproveitamento
desses tintinho de policiais, o acréscimo no efetivo das ruas para combater os
criminosos, seria de menos de seis representantes da lei por município mato-
grossense.
A
situação continua a mesma, e acho que até piorou com o aparecimento de grupos
especializados em arrombamentos diários de Caixas Eletrônicos.
Para
a minha surpresa, o jornal A Gazeta, de 19/12/2011, estampa como manchete:
“Mais de 750 policiais estão fora de combate.” Prestam serviços em órgãos como
o Tribunal de Justiça, Casa Militar e Secopa, desfalcando, com esse desvio
ocupacional, cerca de 10% do trabalho de investigação e repressão ao crime.
Para
se ter uma ideia do que representa esse contingente afastado, ele seria capaz
de policiar uma cidade do porte de Rondonópolis - segundo informações oficiais.
Em
alguns municípios, onde são frequentes crimes violentos, não há delegado de
polícia, e a segurança é feita por três soldados e um detetive.
Segundo
estatísticas divulgadas, o nosso Estado tem cerca de 6 mil policiais. Nosso
vizinho Estado de Goiás, apenas 16 mil. É dever constitucional do Estado
prestar segurança à sua população, membros dos poderes Legislativos,
Judiciários e Tribunal de Contas.
O
que mais chamou atenção na matéria jornalística foi a inclusão do aparato
militar na Secopa (Secretaria Extraordinária de Projetos para a Copa).
Outras
secretarias de Estado não possuem a estrutura militar da ex-Agecopa. Fica a
pergunta: se o secretário fosse outro, haveria necessidade de se retirar tantos
militares treinados para o combate ao crime para proteger o mais prestigiado
auxiliar do governo?
Não
acredito que o nosso bem articulado secretário esteja sendo ameaçado por
desportistas. Ele deverá ter as suas razões para solicitar, e ser atendido,
nessa proteção diferenciada.
Sendo
um arquivo lúcido da história recente de Mato Grosso nos cargos que ocupou - e
que agora estouram escândalos -, respeitemos a sua decisão, mesmo sabendo que
centenas de crimes poderiam ser evitados sem esse aquartelamento na Secopa,
segundo informações e constatações da população cuiabana.
Que
tudo termine bem! - são os meus melhores votos.
Mas,
que é estranho é.
Gabriel
Novis Neves
19-12-2011
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