Dezembro
é o mês oficial das festas. Mês da confraternização e do 13º salário. Do
nascimento de Cristo - pouco festejado - e do Papai Noel - idolatrado pelo
comércio.
Dos
fogos de artifício, daquela vinhetazinha chata da TV Globo e dos programas de
final de ano - destaque para o réveillon na praia de Copacabana.
Há,
nas principais capitais brasileiras, uma competição para saber quem consegue
queimar mais dinheiro do contribuinte.
A
aferição é feita pelos minutos da queima dos fogos, que é dinheiro, e muito. No
final do espetáculo pirotécnico, sempre aparece alguém famoso pedindo atenção
maior para os pobres desta nação.
Este
ano teremos um dezembro atípico em todos os níveis do governo. Saem as árvores
de Natal e os presépios e entram os escândalos contra o patrimônio público. E,
são tantos, que o saco do Papai Noel e do povo brasileiro estão cheios.
Comentar
o que se passa lá por Brasília e seus ministros demissionários, é perda de
tempo. Tampouco vou perder meu tempo falando do governador do Distrito Federal
– que segundo a imprensa, entrou na corrente da corrupção dos seus
antecessores.
Hoje,
quero falar do meu Estado. Nos últimos anos, no mês de dezembro, ele – o Estado
- vivia a expectativa triunfal da chegada do Papai Noel de helicóptero.
Velhinho
genérico e bondoso distribuía presentes doados pelo comércio às crianças e
alimentos, dos nossos produtores rurais, às famílias carentes. Toda esta
demonstração de caridade cristã era cuidadosamente preparada. Uma monstruosa
festa era montada por gente especializada em eventos.
Este
seria um ato de comovente solidariedade humana - se a distribuição de
presentes ficasse por aí. Mas, o bondoso governo, segundo a Polícia Fazendária,
não se esqueceu dos ricos. Fez ampla distribuição de mimos, chamado de Cartas
Marcadas.
Dezembro
é mês síntese do que foi o ano. Nosso Estado foi premiado com a péssima
educação oferecida em todos os níveis, tirando precocemente os nossos alunos do
mundo competitivo.
A
implantação das ilegais OSS, na interpretação do Tribunal Superior do Trabalho
(TST), foi um atestado que o Estado não tem condições de gerenciar a saúde em
Mato Grosso.
A
segurança pública avançou com os seus índices negativos de criminalidade. Por
incompetência do governo, que sabe que precisamos de, pelo menos, mais de dez
mil homens treinados no seu efetivo, contrata menos de mil - e compra dez jipes
russos para proteger as nossas fronteiras.
Todos
esperavam por um dezembro melhor, com notícias alegres e promissoras.
Notícias
das obras para a Copa das Confederações, com os operários da Arena Pantanal
trabalhando em três turnos (foi prometido).
Os
Centros de Treinamento em acabamento. A cidade toda remexida por obras de
alargamento das nossas principais avenidas. Construção em andamento dos
viadutos. E as obras do grande legado para a Cidade Azul - o tão sonhado
transporte modal VLT.
Nos
jornais o que lemos neste dezembro são informações surpresas para a maioria
esmagadora dos nossos trabalhadores.
Super
salários para certas categorias funcionais, não respeitando o teto
constitucional; nossa capital como uma das três cidades com risco de uma epidemia
da dengue, que mata; e aquilo que não é mais novidade para a população de Mato
Grosso - impunidade e corrupção.
O
grande sucesso neste dezembro atípico foi o estouro de um tumor que se arrastou
por anos. Cartas Marcadas ganhou o troféu Ano Novo.
Segundo
a imprensa, tem tanta gente graúda envolvida, que o pagador de impostos
gostaria de ser informado como isso aconteceu.
Pelo
montante do valor essa organização tem chefe. Quem é? Saber o nome seria o
grande presente de Papai Noel para todos nós.
Senhor
governador, não deixe intermediários falar sobre esse caso. Chame esse caso
para a sua responsabilidade e esclareça a opinião pública.
Este
é o presente de Natal que lhes pedimos.
Gabriel Novis Neves
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