sábado, 17 de dezembro de 2011

PATRONOS DA AMMT

Por solicitação do nosso presidente Vicente Herculano da Silva, estou aqui, prazerosamente, cumprindo a missão a mim outorgada para falar neste ato solene que, com certeza, fará parte da história da nossa jovem Academia de Medicina.

Agradeço a todos os colegas da diretoria e demais confrades pela minha escolha.

Sei da dificuldade de se chegar a um nome em uma Casa como esta. Imagino que o quesito idade deva ter sido fundamental na escolha.

Beirando os oitenta anos, gosto de falar que vivo intensamente o presente e que o futuro a Deus pertence.

O passado...

Bem o passado é passado – devemos ir até lá somente para recordar momentos alegres - como o desta noite, quando festejamos o nascimento dos nossos patronos.

Segundo os estatutos, a nossa academia nasceu à noite, em um laboratório de imagens, no dia 05/09/2005. No dia 10/07/2006 foi constituída a Diretoria Executiva para as providências burocráticas.

Finalmente, como em um trabalho de parto induzido, a 1ª Diretoria da AMMT é empossada, no dia 18/12/2006 no auditório de uma empresa de material de construção civil.

Impossível não lembrar a nossa 1ª secretária, prematuramente, e de forma violenta, levada para o céu - Silvana Valente.

Interessante reportar-se à história verdadeira, e não, à falsificada, da nossa Academia.

Diz o Vicente, que o namoro para a criação da nossa academia começou numa reunião do Rotary com um colega fluminense, doutor Bragança.

Os primeiros passos foram dados num Centro de Oncologia e, finalmente, inquilina, sem data para a mudança, do vô CRM.

No caso da nossa Academia a paixão mais uma vez venceu a razão.

Muitos colegas, assim como eu, calejados por tantas lutas do “iniciar”, sabíamos das dificuldades que iríamos enfrentar. Mas, não esmorecemos. E continuamos.

Aos poucos o incêndio - a paixão desencadeadora do encantamento - foi abrandado e se transformou em amor. Um grupo reduzido de fieis utopistas manteve aceso o entusiasmo pelo desafio.

Não participei das reuniões preliminares para a implantação da AMMT. Não por esquecimento dos meus queridos colegas, mas porque, na ocasião, passava por uma grande turbulência vivencial - havia perdido a minha mulher e a minha auto-estima.

O tempo é um santo remédio, o único que cura sem necessidade da farmacologia. Tudo tem seu tempo para acontecer. Estamos agora no tempo de homenagear nossos primeiros quarenta Patronos.

Eles serão os imortais desta Academia. Iremos resgatá-los, definitivamente, para o nosso convívio.

Em uma cidade com 292 anos de idade, o rol dos grandes médicos que ajudaram a escrever a história da medicina em nosso Estado, é bem extensa. Esta seleção foi a maior dificuldade com a qual nos defrontamos.

Para nos auxiliar nessa empreitada de escolha dos nossos padroeiros, protetores e guias, contamos com o trabalho e dedicação do pesquisador da UFMT, professor doutor-historiador e escritor, Fernando Tadeu.

Devemos, e muito, ao trabalho de garimpeiro deste grande profissional que, em boa hora foi lembrado pela diretoria atual da AMMT.

A escolha é um ato de decisão, e decidir sempre nos onera emocionalmente, embora baseada em critérios científicos.

O conhecimento da ciência médica, a solidariedade aos necessitados e, acima de tudo, a humanização do seu trabalho, foram outros fatores que nos auxiliaram na escolha.

Sei que, após a revelação dos nomes dos patronos, muitas famílias irão se alegrar. Outras se frustrarão, pela esperança perdida do não reconhecimento daquele que, no silêncio da sua clínica, era patrono da sua família e de muitos dos esquecidos dos valores materiais.

É a vida, onde sempre perseguimos a utopia da justiça, igualdade, oportunidade e generosidade.

Considero patrono desta Academia todos os médicos que, ao longo da nossa história, contribuíram pela melhoria das condições de saúde da nossa gente.

Todos os patronos, em suas diferentes épocas, e com as dificuldades peculiares ao seu tempo, trabalharam incansavelmente para a recuperação do homem na sua condição de cidadão – pois cidadania nunca se perde, recupera-se.

Milhares de Patronos anônimos nos deixaram muitos legados, entre eles, esta Academia de Medicina, e a consciência de que o mercantilismo é incompatível com a medicina social.

Todos os Patronos escolhidos têm uma linda história de vida profissional. A Academia escolheu ilustres colegas que partiram.

Patronos para serem sempre lembrados, e não, Patrocinadores de acadêmicos, para serem esquecidos na primeira mudança de lua.

Parabéns Senhor Presidente!

Parabéns diretores, colegas e familiares!

Parabéns a todos por essa sessão histórica!

Gabriel Novis Neves

16-12-2011

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