domingo, 11 de dezembro de 2011

Até quando?

A pergunta que faço a mim mesmo é: até quando teremos que aturar, passivamente, a ineficiência, o pouco caso, a falta de vontade política e a falta de prioridade do governo para com a saúde pública?

Diariamente assistimos pela televisão depoimentos de pessoas vítimas do abandono político na área da saúde. Pincelei alguns casos:

- pacientes que fizeram transplante e não podem ficar sem o remédio para impedir a rejeição do órgão implantado. Este remédio falta.

- pacientes renais graves que não vivem sem a diálise sistemática e programada. Este atendimento é deficitário.

- cardiopatas que necessitam de um simples cateterismo, antes que enfartem. Muitos irão enfartar.

Faltam leitos hospitalares e medicamentos em nosso Estado para os pacientes de baixo valor aquisitivo, - símbolo maior de igualdade social.

O Chefe da Defensoria Geral do Estado conhece bem a situação da nossa saúde pública. Diz ele que o governo não cumpre com as ações judiciais e que nenhuma ação é desenvolvida para a melhoria do atendimento no Estado. Apresenta como sugestão, diante desse quadro de terror, o bloqueio de recursos da saúde para, pelo menos, se comprar os medicamentos destinados àqueles que morrerão por ausência das drogas.

Sempre que a imprensa denuncia uma situação inexplicável, como a falta de medicamentos para a população pobre - que na sua maioria utiliza o SUS - vem a resposta oficial: “as providências já estão sendo tomadas”. É mentira! Sei como é grande a má vontade do governo para investir na área social.

Após a denúncia, alguma tênue providência é anunciada, e não tomada. O governo demonstra com este comportamento, que não acredita em prevenção, pois declara saber de tudo, e nenhuma prevenção é anunciada.

Problemas administrativos não justificam o não cumprimento de uma ordem judicial. Estas ordens, na sua grande maioria, visam salvar uma vida através de uma internação ou de aquisição de medicamentos.

Mesmo com as OSS administrando a Farmácia de Alto Custo do Estado, há falta de medicamentos, onde se conclui que o problema de Saúde não é de gestão, e sim, de financiamento.

Até quando teremos que esperar que um estadista, sem caneta e o Diário Oficial, resolva esses problemas em nosso Estado?

A população lúcida está no limite da tolerância. Greves estão pipocando em todos os órgãos públicos. O descontentamento é geral. E a frustração por dias melhores, é generalizada.

Movimentos populares procuram as ruas - locais adequados para protestar. As instituições estão fragilizadas, e os aproveitadores de sempre estão em campo.

Juízo, autoridades! Ainda há tempo!

Gabriel Novis Neves

02-12-2011

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