segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Crítica

Houaiss, no seu mini dicionário, define crítica como a “capacidade de julgar; censura; depreciação.” E nos diz que o crítico é “quem avalia fundamentando; quem deprecia.”

Criticar não significa ser do contra e, apesar de repetida, a crítica construtiva não existe. Ela é utilizada democraticamente para comentar um erro, um equívoco ou demonstrar que certas informações “sigilosas” são do domínio público.

Corrigir o erro é decisão de quem recebe a informação. Recentemente, a imprensa brasileira revelou fatos fundamentados em provas concretas e do conhecimento da nação.

Resultado: seis ministros de Estado “espontaneamente” solicitaram suas demissões em caráter irrevogável. Se não fosse feita a crítica, tudo continuaria como antes.

Poucos têm coragem de apontar desvios administrativos, principalmente dos nossos governantes. Estes, no poder, se julgam acima do bem e do mal e, na sua maioria, são arrogantes e prepotentes.

Conhecem as falhas e, às vezes, estão até envolvidos nelas. Entretanto, não suportam os comentários ou as denúncias vinculadas pela imprensa - que está exercendo o seu papel de informar e emitir opiniões. Repito: baseado em fatos concretos e documentado.

A queda dos seis ministros herdados do governo passado por acusações de atos ilícitos é única na história do Brasil. Não estou condenando ninguém, mas o fato é que seis ministros da irrestrita confiança do governo passado, e do atual, pediram demissão após dias de inglórias justificativas para provarem inocência.

O ministro dos dois empregos fantasmas chegou a declarar que amava a presidente, que lhe respondeu que não era uma adolescente. E os dois holerites do ministro circulavam de mão em mão. Após a sua carta de demissão, culpou a imprensa pela perseguição.

A presidente, como sempre, antes que se arrependesse, assinou a demissão e lamentou a perda do companheiro. Declarou que ele muita falta fará ao Brasil.

Bendito o grupo de corajosos jornalistas que apontam falhas possíveis de correção! Lamentavelmente reconheço que é uma minoria em vias de extinção.

Não existe democracia sem imprensa livre. No momento esta é a grande discussão que vem se arrastando desde o governo passado. Seguindo o exemplo de democracias do Caribe e alguns países sul americanos, o Brasil trabalha para controlar a imprensa.

No interior do Brasil então! A crítica é quase pecado mortal. A lei dominante por essas regiões é a de amigos e inimigos. Amigos são aqueles dos elogios fáceis, das mordidas no erário público e das tapinhas nas costas. Inimigos são o contrário de tudo isso.

Não é a toa que os recursos de algumas secretarias de comunicação são semelhantes aos destinados à educação e à saúde.

Como faz bem aos governantes a distância dos bajuladores e amigos do poder! Ouvir os críticos, não é perder tempo ou achar que são torcedores de outro time - é, antes de tudo, um ato de sabedoria.

Gabriel Novis Neves

06-12-2011

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