Calma
minha gente! Não irei escrever que o Ministério da Educação autorizou a criação
de mais escolas para o Ensino Fundamental em tempo integral nos municípios
brasileiros.
A
notícia em foco se refere à liberação de mais trinta e nove cursos de Ensino
Médico. Na espera de um parecer favorável do Ministério da Educação, mais cento
e trinta e seis pedidos de novas escolas de medicina.
O
curioso é que, dos trinta e nove cursos aptos a funcionar agora, catorze estão
sediados em cidades do Estado de São Paulo.
O
maior Estado brasileiro em número de eleitores também é onde a candidata da
continuidade está muito mal colocada nas pesquisas, e o seu candidato a
governador, o ex-ministro da Saúde, pai do Programa Mais Médicos, não consegue
chegar a dois dígitos das intenções de votos.
Até
parece que com mais escolas de medicina particulares, onde a mensalidade está
em torno de sete mil reais, resolveremos o problema da reeleição da presidente
e do seu governador em São Paulo.
Um
aluno de medicina ao concluir o seu curso de graduação em escola privada deixa
a escola com uma dívida de mais ou menos quinhentos mil reais, que deverá ser
pago ao Governo Federal.
Este
financiou os seus estudos pagando as escolas, que não são públicas.
A
qualidade dessas faculdades nem iremos discutir! O número de escolas médicas no
Brasil é mais que o dobro das existentes nos Estados Unidos da América do
Norte.
Nosso
grande problema de falta de médicos no interior desta imensa Nação são
ausências de políticas públicas visando a fixação dos mesmos nas áreas mais
necessitadas e distantes dos grandes centros urbanos.
A
principal medida a ser tomada é aprovar o projeto criando a carreira de médico
para a Atenção Básica de Saúde, que há doze anos está encalhado no Congresso
Nacional, onde o governo tem maioria, mas, não vontade política.
Enquanto
isso os governantes vão inventando, irresponsavelmente, mais escolas médicas,
agravando, não só o problema social, mas, principalmente, o de saúde do nosso
país.
Gabriel
Novis Neves.
25-10-2014