quinta-feira, 23 de outubro de 2014

EDUCAÇÃO


Lendo Gustavo Ioschpe, em recente artigo sobre educação infantil, tive confirmada uma triste conclusão a qual chegara há mais de quarenta anos: não sabemos educar os nossos filhos.
Educar, dizem todos os especialistas, além de ser uma tarefa difícil, é muito trabalhosa.
Fácil, é estragar as crianças, comenta o educador.
Como médico, observo esse fenômeno desde o pré-natal, parto, puerpério e primeiras semanas de vida.
Fico surpreso até hoje em verificar que quanto mais educação formal e melhor o nível econômico possuem os pais, maior é a possibilidade de serem criadas crianças infelizes e de difícil adaptação ao mundo que vivemos.
Crianças saudáveis física e mentalmente são sempre umas crianças promissoras.
Entretanto, uma série de fatores que as envolvem, principalmente nos primeiros anos de vida, tais como o desamor familiar, a repressão excessiva, a agressividade ambiental, que permeia muitos lares e, até mesmo, o excesso de atenção, são alguns dos componentes que comprometem o futuro da criança na base.
As crianças não são adultos pequenos. Temos de orientá-las para sobreviverem no mundo atual, que é extremamente competitivo, materialista e aético.
Prepará-las para se levantarem após as quedas, pois estas acontecerão em algum momento de suas vidas.
Verificamos, especialmente na “elite branca”, o emprego de excesso de mimo, que parece ser um instrumento utilizado como moeda da compra da felicidade.
Lembra Ioschpe que em inglês, italiano e francês, a palavra mimo significa estragar.
Experimentos conduzidos pela psicóloga de Stenford, Carol Dweet, demonstram os erros que cometemos na educação e desenvolvimento das nossas crianças, seja em casa ou escola de alto padrão.
Ficamos a nos indagar, sem obtermos uma resposta: por que crianças vindas de famílias estáveis financeira e emocionalmente e tendo cursado ótimas escolas, não realizam nada de significativo na vida, tornando-se um ônus à sociedade e aos familiares?
Quantas crianças foram chamadas de “gênios” e que mais tarde se transformaram em adultos mal resolvidos! Pulam de emprego a emprego, sem motivação com as tarefas que realizam, ficando, muitas vezes, dependentes de terceiros para manter a sua própria sobrevivência.
 “Precisamos mesmo é prepará-las para o fracasso, caso em alguma eventualidade ele ocorra. O segredo não é evitar a queda, mas, conseguir se levantar e seguir a caminhada”. 

Gabriel Novis Neves
20-10-2014

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