Lendo
Gustavo Ioschpe, em recente artigo sobre educação infantil, tive confirmada uma
triste conclusão a qual chegara há mais de quarenta anos: não sabemos educar os
nossos filhos.
Educar,
dizem todos os especialistas, além de ser uma tarefa difícil, é muito
trabalhosa.
Fácil,
é estragar as crianças, comenta o educador.
Como
médico, observo esse fenômeno desde o pré-natal, parto, puerpério e primeiras
semanas de vida.
Fico
surpreso até hoje em verificar que quanto mais educação formal e melhor o nível
econômico possuem os pais, maior é a possibilidade de serem criadas crianças
infelizes e de difícil adaptação ao mundo que vivemos.
Crianças
saudáveis física e mentalmente são sempre umas crianças promissoras.
Entretanto,
uma série de fatores que as envolvem, principalmente nos primeiros anos de
vida, tais como o desamor familiar, a repressão excessiva, a agressividade
ambiental, que permeia muitos lares e, até mesmo, o excesso de atenção, são
alguns dos componentes que comprometem o futuro da criança na base.
As
crianças não são adultos pequenos. Temos de orientá-las para sobreviverem no
mundo atual, que é extremamente competitivo, materialista e aético.
Prepará-las
para se levantarem após as quedas, pois estas acontecerão em algum momento de
suas vidas.
Verificamos,
especialmente na “elite branca”, o emprego de excesso de mimo, que parece ser
um instrumento utilizado como moeda da compra da felicidade.
Lembra
Ioschpe que em inglês, italiano e francês, a palavra mimo significa estragar.
Experimentos
conduzidos pela psicóloga de Stenford, Carol Dweet, demonstram os erros que
cometemos na educação e desenvolvimento das nossas crianças, seja em casa ou
escola de alto padrão.
Ficamos
a nos indagar, sem obtermos uma resposta: por que crianças vindas de famílias
estáveis financeira e emocionalmente e tendo cursado ótimas escolas, não
realizam nada de significativo na vida, tornando-se um ônus à sociedade e aos
familiares?
Quantas
crianças foram chamadas de “gênios” e que mais tarde se transformaram em
adultos mal resolvidos! Pulam de emprego a emprego, sem motivação com as
tarefas que realizam, ficando, muitas vezes, dependentes de terceiros para
manter a sua própria sobrevivência.
“Precisamos mesmo é prepará-las para o
fracasso, caso em alguma eventualidade ele ocorra. O segredo não é evitar a
queda, mas, conseguir se levantar e seguir a caminhada”.
Gabriel
Novis Neves
20-10-2014
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