O
processo da escolha dos nossos governantes, passou a ser mais uma farsa
rotulada de democracia. Afinal, democracia é um governo do povo, para o povo e
pelo povo.
Realmente
temos um executivo, um legislativo e um judiciário, conforme mandam as regras
para o exercício de uma plena democracia.
Lamentavelmente,
a corrupção institucionalizada, impede que esses poderes realmente nos
representem. Isso tem sido visto no Brasil através dos inúmeros desmandos
governamentais que se sucedem. E o que é pior, cada vez mais estarrecedores.
O
desencanto da população mais aculturada é total diante de campanhas eleitorais
bilionárias carregadas de agressões mútuas e totalmente despidas de plataformas
reais para desenvolvimento do país.
Novos
congressos vão se sucedendo, sempre com as mesmas figuras ou seus familiares,
que, além de não nos representarem, caracterizam oligarquias com o que há de
mais atrasado e retrógrado no país.
Os
menos abastados, sempre com pouco ou nenhum acesso à cultura, são contemplados
com migalhas sociais fazendo-os crer através de propagandas mentirosas, que o
céu é o limite.
As
diferenças e injustiças sociais são alarmantes, os salários defasados
assustadoramente, as políticas de segurança pública ineficazes e o descontrole
com o erário público algo nunca visto.
Em
junho de 2013 o povo foi às ruas clamando por reformas estruturais básicas e o
que vimos foi o imediato sufocar das manifestações através da introdução de
baderneiros contratados para disseminar o medo e o caos urbano. Esse sistema velado
de truculência, acabou rapidamente com todas as pretensões da sociedade que num
momento de expressão cívica, tentou exercer a sua cidadania.
Porque
outros países, muito menores e menos ricos que o nosso, conseguem se
desenvolver a níveis satisfatórios, apesar das crises mundiais e do sistema
perverso das sociedades de consumo?
Porque
só nós, após décadas e décadas, não conseguimos resolver problemas básicos tais
como o analfabetismo, o caos na saúde, a corrupção desenfreada, o descaso com a
coisa pública, a falta de saneamento básico, a violência em todos os níveis, a
urbanização das favelas, enfim, a falta de perspectiva de futuro?
Essa
sociedade desnorteada, incrédula com seus políticos, com seu sistema de
desgoverno é convocada obrigatoriamente ao voto tornando assim maior o seu
drama de estar participando de mais uma farsa que consiga tirá-la de estar
participando de um grande naufrágio coletivo, com uma grande nave à deriva.
Por
favor, não somos débeis mentais, ao menos não minimizem a inteligência do povo
brasileiro. Não é preciso ser brilhante para reconhecer que liberdade e
igualdade, se tornaram termos retóricos.
O
que vemos mesmo é descaso, abandono e uma correria para ver quem se dá melhor
no caos.
Difícil
entender que, mesmo ansiosos pelo voto, não conseguimos nos entusiasmar pelos
candidatos. Todos se nos assemelham a um mesmo discurso falso, autodirigido,
regados de aspirações pessoais de poder, sem nenhum vislumbre de mudanças
palpáveis, até porque, num mundo globalizado, forças outrora ditas ocultas, não
se interessam pelo nosso desenvolvimento. Muito ao contrário, o mundo do poder
está carente de novas colônias e com certeza, esse nosso grande berço de
riquezas, tem que cumprir sua missão.
É,
realmente, em países como o nosso, o voto tem que ser obrigatório, ainda que
constitua uma farsa.
Realmente,
nesse momento de incertezas, o único que
vem à mente são os versos de um grande jovem compositor brasileiro - “Brasil,
mostra a tua cara. Quero ver quem paga para a gente ficar assim".
Gabriel
Novis Neves
21-10-2014
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