Nem
os representantes divinos acreditam mais em paz na Terra.
Um
padre, muito bem conceituado e amado pela juventude carioca, declarou aos
jornais que reza todos os domingos para que não haja sol na bela cidade do Rio
de Janeiro.
Cancelou,
inclusive, todos os batizados e missas dominicais, anteriormente realizados nos
dias ensolarados de verão.
É
que a onda de assalto e violência tem sido bem maior do que o aumento do
contingente policial destacado para contê-la.
Num
tom jocoso e pragmático, como é de sua incrível personalidade, o simpático
padre tomou as medidas necessárias para que seus fiéis não fossem molestados
pelos tristes acontecimentos de rua.
Aliás,
pelo que leio nos jornais, nem as autoridades eclesiásticas mais eminentes têm
sido poupadas no Rio de Janeiro.
Recentemente,
o Cardeal Arcebispo da cidade, junto com outras três pessoas ligadas ao mundo
eclesiástico, foi assaltado numa rua próxima à sua residência. Tomaram-lhe
todos os seus pertences: anel de bispado, crucifixo, câmera fotográfica,
celular. Ao que consta, a batina de um de seus auxiliares também foi roubada.
É.
A coisa não está fácil nem para os representantes do divino e, muito menos,
para nós, pobres mortais.
Vale
observar a resignação com que esses representantes da Igreja Católica encaram
essa nova realidade brasileira.
Nem
a classe mais pobre consegue contar com a solidariedade das igrejas, já que
essas, por motivo de segurança, mantêm suas portas fechadas na maior parte do
tempo.
Missas
são feitas com a presença de seguranças contratados e, mesmo assim, o clima de
medo está presente.
Que
mundo é esse?
Rezar
também ficou perigoso?
Como
se já não bastasse cuidar do corpo, já torturado pela ditadura da beleza, ficou
também difícil cuidar do espírito...
Gabriel
Novis Neves
17-09-2014
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