Nunca
vi tanto desinteresse da sociedade por um assunto tão sério para o nosso futuro
como as próximas eleições.
Nas
ruas o único movimento que presenciamos é a dos cabos eleitorais profissionais.
Como
a grana arrecadada pelos candidatos que representam poderosos conglomerados
econômicos é alta, estão segurando esse “tutu” para comprar votos no dia das
eleições.
Teremos
uma verdadeira chuva de moedas acumuladas e descobertas pelas várias operações
que estão sendo investigadas pela Polícia Federal.
O
valor do produto do roubo é incalculável para um trabalhador ético.
Seus
mentores estão “escondidos” e, em seu lugar, ficam os chamados “laranjas”,
muito bem recompensados para exercerem esse papel.
É
uma vergonha a nossa democracia-republicana!
Sem
cidadania é impossível evitar tanta hipocrisia na “escolha já escolhida”
daqueles que deveriam ser nossos representantes.
Este
“fenômeno” acontece em todo o Brasil com a mesma virulência. Aqui em nosso
Estado um partido que tem uma candidata competitiva à Presidência da República
não a apoia!
Percorrendo
a cidade verificamos que alguns automóveis com cartazes de candidatos não
majoritários desse micropartido fazem campanha presidencial para outros
candidatos.
É
preciso ter espírito de pesquisador para descobrir um cartaz ou adesivo com a
candidata afrodescendente.
Claro
que isso acontece com a conivência desse partido em nosso Estado.
“O político adora a traição, mas o eleitor não
perdoa o traidor”.
Lamentável
essa constatação, no entanto, como é fato recente envolvendo emoção, pertence à
nossa memória.
Não
chega a ser um fato histórico, e o tempo classificará seus dirigentes autores
dessa barbárie eleitoral.
Por
ser esta uma eleição onde apenas interesses de grupos econômicos dominantes estão
em jogo, o eleitor, na sua imensa maioria sem escolaridade, cumpre com o seu
dever de receber migalhas eleitorais em moeda corrente em troca da sua
liberdade, que lhe é negada.
O
circo passa melancolicamente, e todos sabem que estamos participando de uma
farsa política.
Triste
país que um dia seu único herói - Tiradentes - morreu enforcado por defender a
“Liberdade, Igualdade, Fraternidade”.
O
desinteresse pelas eleições é o sentimento que domina nossa gente de norte a
sul, de leste a oeste.
A
eleição direta conquistada com lutas e perdas de vidas preciosas tornou-se um
negócio onde participam banqueiros, grandes firmas de construção e homens de
negócios, distantes das preocupações com o nosso desenvolvimento social.
Continuaremos
na periferia do mundo civilizado.
Gabriel
Novis Neves
27-09-2014
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