terça-feira, 14 de outubro de 2014

NOVA REVISÃO


A nossa gramática necessita de uma urgente e necessária revisão. Muitas palavras nela encontradas caíram em desuso ou mudaram o seu significado.
Não confundir com o português arcaico, que é correto e ainda empregado em pequenos núcleos do nosso Estado, nem misturar com vícios de linguagem, tão comuns no nosso meio.
Estou me referindo a certas palavras, como humanização. Ela é empregada entre nove de nossos dez políticos neste período de cata a votos. Onde quer que estejamos, especialmente no charmoso mundo oficial, a falação sobre a humanização dos serviços públicos é grande.
“Precisamos humanizar isso e aquilo”. “Sem humanização a vida é bem mais amarga”. “A humanização nos serviços aumenta a produtividade e as pessoas são mais felizes”.
Existem até prêmios para os hospitais do SUS que preencham os requisitos do Ministério da Saúde que, além de mais recursos, lhes conferem o título de ”Hospital Humanizado”, orgulhosamente exibido nas lotadas salas de espera para atendimento desumanizado.
As campanhas de “humanização” estão em todos os setores da vida pública, incluindo nesse pacote os hospitais privados.
O resultado é cada vez pior, pois, quem humaniza os serviços oferecidos ao público são pessoas, e hoje poucos sabem que humanizar é tratar o próximo com ética e solidariedade.
Como humanizar um país socialmente tão injusto e desumanizado?
Quem nunca se sentiu desconfortável diante da violência que é a prática da desumanização?
Basta comparecer aos corredores do nosso Pronto Socorro e verificar como são tratados os nossos pacientes.
É total a falta de respeito humano ao cidadão fragilizado por uma doença.
O pior é que essa doença social, produto do “capitalismo selvagem”, egoísmo e da competição antiética para conquista de valores materiais, deixou o nosso país em situação humilhante perante nações com escolaridade.
Esse mal atinge todas as camadas sociais, não respeitando idade, sexo, raça, religião e escolaridade do cidadão.
A humanização em nosso país é uma das hipocrisias que está se tornando a nossa moeda oficial.
Para evitar este constrangimento diário de não respeito ao ser humano em locais “decorados” com lindas placas de “este local é humanizado”, proponho um estudo para a exclusão da palavra humanização dos nossos dicionários.

Gabriel Novis Neves
08-10-2014

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