Você
já pensou em ser responsável por si mesmo? Acha isso uma tarefa fácil? Pois não
é.
Caso
você precise se internar em um hospital para um simples procedimento médico, a
admissão só será realizada se estiver acompanhado por um responsável pela
assinatura obrigatória na ficha de internação, com todos os dados da sua
cidadania.
Na
vida tudo é possível e, no caso de um insucesso não programado, quem ficaria
com o ônus de saldar as despesas hospitalares e serviços médicos?
Mesmo
com o depósito prévio, cujo valor é estipulado por cada hospital. Ato esse
conhecido como cheque-caução, proibido por lei, mas, no país das ilegalidades,
como exigir legalidade de um serviço essencial onde o Estado é o grande
ausente?
Se
pensarmos bem, somos eternos prisioneiros deste sistema que criamos, e jamais
seremos livres.
Até
pequenas coisas, sem nenhum valor, que assinamos, senão contiver o nosso carimbo
de identificação, não vale absolutamente nada.
A
noção exata que sem um responsável não somos nada é fortemente sentida quando
precisamos de algum serviço de uma repartição pública.
O
número de informações exigidas para sacar um documento é de fazer inveja a
qualquer nação medianamente civilizada.
Ando
com uma maleta a tiracolo onde carrego todos os comprovantes de que existo,
estou vivo e gozando de plena saúde física e mental.
Apesar
de tudo, até hoje, não sei em que bairro moro. Recebo correspondências como
morador do Bairro Goiabeiras, Popular, Duque de Caxias I, Duque de Caxias II.
Os
antigos colocam o nome original, que é o Bairro do Caixão. Este nome os
Correios não aceitam, alegando não existir, quando, até há pouco tempo, a rua
mais importante deste nobre bairro era a Rua do Caixão.
Como
é complicado entender essa coisa chamada vida!
Nem
a nossa individualidade é respeitada, exigindo de nós, um responsável.
Gabriel
Novis Neves
14-09-2014
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