domingo, 31 de julho de 2011

AGOSTO VEM AÍ

O mês de agosto ainda assusta e intimida o brasileiro. Sempre foi considerado como o mês do desgosto, das grandes tragédias, das tristezas e, principalmente, do azar.

É o mês do Cachorro Louco, da Bruxa na Aviação e das mais incríveis histórias de terror.

De mãos dadas ao mês de agosto está a sexta-feira 13. Dia em que o povo considera de mau agouro.

Quando o dia 13 de agosto cai numa sexta-feira, então! Os cuidados são redobrados. A inquietação tomará conta de todos os supersticiosos durante as vinte e quatro horas do dia fatídico.

Entretanto, quanta coisa típica de agosto aconteceu nesses sete primeiros meses!

Tomada pela Força Nacional da favela do Alemão no Rio, corrupção em todos os níveis - com a desocupação total do ministério do Waldemar e Tiririca (PR).

Greves na saúde, educação, segurança etc., por melhores condições de trabalho.

Os crimes de homicídios, assaltos na saidinha de bancos, arrombamentos de caixas eletrônicos - que de tão rotineiros, ficam como sinais de progresso.

Impossível esperar novidades neste mês que se inicia.

Um país que está praticamente paralisado pelos escândalos mais recentes, o que será que agosto pode nos trazer? Acho que nada mais pode nos assustar.

Mato Grosso entra no mês de agosto com as obras das suas principais rodovias em compasso de espera. A ferrovia da redenção teve sua licitação suspensa e os recursos para as obras da Copa, estão em estudos.

Como diz o cuiabano, será um mês como outro qualquer, se São Benedito nos ajudar.

É possível que velhos crimes apareçam com roupagem nova. Estão surgindo novas doenças, motivo de pesquisas de várias universidades.

Doença do medo, da pressa, da falta de tempo, do aproveitamento do tempo quando sobra.

A modernidade nos transformou em máquinas, que só param para rápida manutenção.

Ignoramos os ensinamentos de Domenico de Masi em seu livro "O Ócio Criativo".

O mundo globalizado é extremamente competitivo e ágil e as pessoas vivem de resultados imediatos e materiais.

Ignoram a necessidade do ócio para prosseguir.

O mérito está extinto e foi substituído pela submissão.

É a constatação de uma triste realidade, e não pessimismo, para alguém preparado para enfrentar mais uma semana de agosto, a de número novecentos e doze.

A superstição de agosto está sendo, aos poucos, dizimada pela modernidade. Aparece como sequelas apenas em pessoas que já ultrapassaram o meio-dia da vida. Agora, que sexta-feira, 13 de agosto, tem seu charme, isso tem!

Essa data ainda resiste ao misticismo e foi, inclusive, utilizada para comover o então ministro da Educação Tarso Dutra para criar, em Cuiabá, a nossa Universidade Federal de Mato Grosso.

Sexta-feira 13 (de agosto) funciona também como currículo. É comum as pessoas citarem que nasceram em agosto num dia 13, sexta-feira.

É uma intimidação emocional que, às vezes, funciona.

Vou pagar para ver. Depois de tudo que vimos nesses primeiros sete meses do ano, quero crer que nada mais vá me surpreender.

Que venha então, o mau agourento mês de agosto! (pelo sim, pelo não, vou estar com os meus patuás e amuletos bem pertinho!)

Gabriel Novis Neves

27-07-2011

Meu consultório

Anos atrás, quando eu era reitor da UFMT, o nosso programador visual, poeta Wlademir Dias Pino, ao retornar de uma das suas viagens, encontrou o seu laboratório em outro local – mais uma vez.

Procurou-me na reitoria para se queixar e me fez, delicadamente, a seguinte confissão:

“Quero te agradecer pelo meu novo local de trabalho. A sala é bem maior e confortável. Estou bem instalado. Entretanto, trabalho com papéis, desenhos, pinturas, recortes, documentos, e sou desorganizado. Estou na minha terceira mudança e três mudanças, para mim, correspondem a um incêndio.”

Realmente ele tinha razão. Existe maior transtorno que uma mudança? Mudei seis vezes de consultório: dois incêndios. Na Rua Corumbá, estou há vinte e cinco anos.

Por ocasião da instalação deste último consultório, tinha em mente criar um espaço que transmitisse uma atmosfera de bem-estar e relaxamento para as minhas clientes.

Não tinha a mínina idéia de como fazer isso. Busquei alguns prontuários e fui pincelando as maiores preocupações das futuras mamães por ocasião do Pré-Natal.

Selecionei aquelas que pareceram ser as principais. Entre elas: gravidez deixa o corpo feio; amamentar faz o seio ficar flácido; meu marido vai perder o interesse sexual; como será o parto; se o neném vai ser perfeito; como me localizar na hora do parto; o valor das despesas médicas. Pronto, pensei - vou trabalhar em cima dessas preocupações.

Solicitei auxílio de artistas plásticos, escultores, pintores, fotógrafos e ceramistas. Queria peças que, de alguma forma, dialogassem com minhas clientes. E assim foi feito. O resultado foi materializado em um ambiente que exala simplicidade e reflexão. Diria que funciona como um ambiente de verdadeira terapia visual.

Assim que a cliente entra no consultório, depara-se com uma foto em preto e branco de uma mulher grávida. A foto ocupa toda a extensão da parede. "Que coisa linda"! Exclamam algumas clientes. Eu respondo: "ela está grávida"!

Em cima do aparador, que é uma porta de igreja do século XVIII, duas esculturas. Uma índia pré-colombiana e uma negro-africana: ambas amamentando os seus filhos.

Na parede, a pintura de uma mulher do século XXI, também deixando o seu filho sugar suas mamas. Aleitamento não é moda que passa, mas um valor definitivo na história das mulheres.

Nesse mesmo aparador, uma escultura em madeira retrata o namoro de uma mulher grávida e o marido. A gestação não interrompe, não impede e não atrapalha o namoro.

Algumas outras dificuldades que pesquisei como: meu filho será perfeito, tipo de parto, a certeza de me encontrar aos primeiros sinais e o custo dos honorários; estão explicados em outras esculturas e quadros de pintores cuiabanos.

Assim é meu consultório. Enquanto realizo procedimentos médicos, a gestante, visualmente, vai mudando seus valores, sem perceber que está sendo preparada para o parto humanizado.


Gabriel Novis Neves

24-07-2011

sábado, 30 de julho de 2011

IPÊ ROXO

Um amigo telefonou-me aos primeiros raios do sol. Queria que eu, durante a minha caminhada matinal, olhasse com especial atenção para a beleza dos ipês roxos que tomaram conta da cidade.

Segundo ele, o ipê floresce no outono, mas este ano, por excesso de chuva, atrasou um pouquinho para florescer.

Durante a caminhada, minha visão foi inundada pela beleza dos ipês em floração. Nem precisava do alerta do meu amigo. Eles estavam por toda parte. Impossível não vê-los.

Fiquei tão inebriado, achei tão irresistível aquele presente da natureza, que até me esqueci das calçadas desumanas, dos asfaltos esburacados e dos dias tão tumultuados que ora vivemos. A beleza da natureza faz isso com a gente!

Essa árvore produz uma linda coleção de flores coloridas: roxa, branca, roxo chá, rosa, amarelo ou roxo amarelo. Seja qual for a cor, o ipê é um regalo para os olhos!

Dizem que essas flores, lindas e perfeitas, servem também para a cura de inúmeros males do corpo, além de, com a sua beleza, ser um bálsamo para a alma.

A visão dos ipês floridos me faz esquecer, por uns momentos, a triste sina da minha cidade. Ela era uma cidade verde. Hoje, por força do progresso, foi invadida pelo concreto.

Recordo-me dos quintais de antigamente. Quintal da minha época de infância só tinha uma estação no ano, que era a de estar no quintal. No quintal de minha casa existiam muitas árvores, na maioria, frutíferas.

Certo dia, ainda menino, eu descobri um lugarzinho, entre a jabuticabeira e o velho cajueiro, de onde podia olhar a lua cheia. Via perfeitamente São Jorge montado em seu cavalo. Era meu refúgio favorito e, naquela contemplação, surgiam em minha mente histórias fantásticas.

Nunca comentei isso com ninguém, para não perder o meu lugar noturno de devaneios. Adulto, revelei o fato à minha mãe. Ela sorriu ao final da minha confissão, e disse-me que, da cozinha, enquanto preparava o jantar, ela observava o meu encantamento.

Nunca comentou comigo este fato. Na sua imensa sabedoria, minha mãe sabia respeitar os nossos momentos de fantasia. Segundo ela, todos precisam dela para viver.

Toda essa lembrança me veio com a visão dos ipês floridos. E, pelo menos no dia de hoje, quero manter em minha retina a visão dessa beleza. Quero poder fantasiar como na minha meninice. Fantasiar com a visão da beleza dos ipês, a minha lua na madureza. Fantasiar e sonhar que Cuiabá, em dias futuros, poderá vir a ser, novamente, a minha Cidade Verde.

Gabriel Novis Neves

21-07-2011

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Japona

Conheci o Japona - era assim que tratava o Auro Ida – nem sei há quanto tempo. É fácil falar dos que partiram. Irei relatar em síntese a nossa convivência.

Era um jovem jornalista. Persistente no desempenho de garimpeiro da notícia.

Falava baixo. Tinha comigo uma paciência de Jó, quando eu fornecia respostas escorregadias, e um respeito de filho para pai, talvez pela diferença de idade: eu era 23 anos mais velho.

Nunca desistia da resposta se ela não o satisfizesse e prosseguia com o clássico: “e aí?”

Aí, significava o chibiuzinho que procurava para transformá-lo em jóia, que era a manchete dos seus artigos investigatórios.

Tivemos um período de muita aproximação, quando ele morou no único edifício que fica atrás da Clínica Femina.

O estacionamento de carros dos médicos do hospital era em frente ao seu prédio residencial.

Por “coincidência” encontrava sempre o Japona na calçada, como que esperando a notícia - sua grande paixão.

Sorridente, cabeleira imensa, em completo desalinho e sem nenhuma preocupação com o figurino da moda. Não me lembro de ter visto o Japona algum dia de terno, nem quando foi secretário de Comunicação.

Nesses encontros casuais, era inevitável, mesmo com compromissos marcados, não fazer uma paradinha para sempre ouvir a pergunta: “o que você acha?”, ou o, “e aí?”

Nunca neguei uma informação ao jornalista Auro Ida. Ele foi uma dessas pessoas que escolheu a profissão certa e a exerceu com devoção até a sua prematura morte.

Fez em vida o que gostava, e correu todos os riscos que esses profissionais, às vezes, se colocam.

Foi para outro plano espiritual, não deixando nenhum resto a pagar na sua agenda de emoções.

Há cerca de dois meses, um dos meus sobrinhos encontrou o Japona em um quiosque de um shopping da Capital, tomando um cafezinho. Conversaram bastante. Diz meu sobrinho que, entre um assunto e outro, meu nome surgiu. Fiquei sabendo que ele lia minhas crônicas!

Fiquei envaidecido.

Soube deste fato somente quando meu sobrinho me ligou para comunicar a morte do Japona.

Obrigado por suas palavras e até qualquer dia, Japona! Quem sabe, em algum quiosque do céu, para que possamos bater um papo infinito sobre crônicas de leigos?


Gabriel Novis Neves

25-07-2011

SOS NA SAÚDE

Devido à relevância do assunto, irei transcrever o Editorial do último número do jornal Medicina do Conselho Federal.

“De Norte a Sul, o quadro se repete: sobrecarga no atendimento, longas filas, desrespeito ao cidadão-paciente, precarização do trabalho médico.

Os problemas se acumulam e nos levam a questionar o seu futuro. Afinal, o que será do Sistema Único de Saúde (SUS)?

Nesta edição do jornal Medicina apresentamos um diagnóstico da crise a partir da realidade vivenciada por milhões de brasileiros nos ambulatórios e hospitais.

Para tanto, tivemos a parceria dos conselhos regionais de medicina (CRMs), que enviaram relatos confirmando o motivo da preocupação dos médicos.

Ao fazer essa denúncia, o sistema CFM/CRMs espera estimular o amplo debate em torno de questões essenciais para a vida de todos. O SUS repousa numa encruzilhada da qual precisa urgentemente sair sob pena de causar enormes prejuízos aos profissionais e, principalmente, à população.

Também nesta edição, confirmamos a existência de outra zona de risco na assistência em saúde oferecida à população. Desta vez, o nó está na seara da saúde suplementar. O fato de uma pesquisa realizada pelo Datafolha indicar que de cada 10 usuários de planos de saúde seis relatam problemas no atendimento não é banal. Pelo contrário, o alerta é grave.

Quando um trabalhador investe na contratação de um plano de saúde sonha em ter o diferencial que, infelizmente, não encontra em rede pública. Se isso não acontece, foi enganado, ludibriado.

Os médicos não são cúmplices neste insidioso processo e, por meio do CFM, alertam aos 46 milhões de usuários sobre a necessidade de exigir das operadoras o efetivo cumprimento de suas promessas.

Para o CFM, de nada adianta a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) definir em portaria prazos máximos para marcar procedimentos e consultas, se a rede de cobertura continuar tímida e insuficiente para acolher a demanda crescente.

Cada vez mais, a realidade, aparentemente desanimadora, nos impele rumo à busca de melhores dias. Esse é o espírito do movimento médico brasileiro, no qual o CFM está inserido. Ou seja, desejamos mudanças e lutaremos por elas.”

Esse editorial foi baseado em informações dos Conselhos Regionais de Medicina. Nenhum deles sugeriu as OSS como solução para o sucateamento da nossa saúde pública.

Pernambuco o Estado exportador de OSS, para gerenciar o novo hospital metropolitano de Várzea Grande, Pronto Socorro de Cuiabá, todos os hospitais regionais de Mato Grosso, distribuição de medicamentos, modernização na informatização, e não sei mais o que, assim respondeu ao questionário do CFM.

“Pernambuco vive uma crise obstétrica, além de problemas conjunturais, como falta de especialistas - obstetras, pediatras e neonatologistas por exemplo.

O atendimento de baixa complexidade funciona de forma desarticulada.

É preciso que haja uma regionalização, a partir de consórcios municipais, para que exista sempre um município-polo capaz de atender os municípios ao redor.”

Outro Estado mostrado como modelo de gestão pelas OSS, assim se posicionou.

“Cerca de 60 mil médicos atuam no SUS de São Paulo e convivem com vários empregadores públicos, diferentes modelos de gestão, má remuneração e disparidade de salários para a mesma carga horária.

Apesar da existência de serviços de excelência no Estado, boa parte dos médicos paulistas trabalha em unidades estaduais e municipais superlotadas e sem condições adequadas de atendimento à população."

A conclusão sobre as prometidas mudanças na saúde em nosso Estado, pelas OSS, deixo aos leitores.


Gabriel Novis Neves

22-07-2011

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A mãe que não cuidou dos filhos

Não sou expert no assunto, tampouco político ou empreiteiro, apenas um persistente pesquisador das falas e dos silêncios das ruas.

Nesses últimos dias, o nosso Estado sofreu um verdadeiro terremoto, causado pelos escândalos da corrupção no governo Federal.

Descobriram que toda a corrupção que domina este país tem um chefe, no quarto escalão de um órgão colegiado.

O interessante nessa confusão toda, é que a mãe dos investimentos suspeitos de superfaturamentos, chamados de PAC1 e PAC2, supervisionou a tudo.

Houve um momento em que se afastou. Colocou em seu lugar uma amiga-irmã, que logo foi desalojada por comportamento não republicano.

A atual Ministra do Planejamento assumiu o comando do barco, até a chegada da senadora para ocupar o lugar do famoso consultor.

O ministério problema, que existe para possibilitar infra-estrutura moderna a esta nação, foi entregue, de porteira fechada, a um recém partido, nascido da união do desmoralizado partido do mensalão e de um nanico partido, conhecido pelo slogan do seu fundador, o grande professor de Medicina - Enéas!

Descobertas(!) as falcatruas pelas ministras, elas levaram a apreciação da mãe. Desesperada, chamou ao gabinete os possíveis responsáveis pelos seus filhos. Foi uma descompostura coletiva nos integrantes do órgão colegiado. Uns entenderam que a hora era de pedir demissão, um entrou de férias e outro – pasmem - assumiu o ministério no lugar do ministro paizão.

Também teve gente que ficou como se o escândalo não o atingisse!

O diretor de férias, fez questão de prestar contas ao Senado e à Câmara dos Deputados. Fez um pronunciamento técnico. Deixou o Congresso Nacional aplaudido, e como vítima.

Disse que ocupava o cargo como convidado do ex-presidente, aquele mesmo que dizia ser capaz de eleger um poste como seu sucessor.

O recado desmoralizador do menino de ouro do Cara foi entendido.

Entrou a operação conta-gotas nas demissões do órgão colegiado, selecionado por um ex-integrante do grupo. Esquisito, não é?

Nesse tiroteio sem fim, alguns troféus já foram distribuídos. Toda essa extensa rede de corrupção foi montada e patrocinada pelo governo anterior.

A campanha milionária do ano passado, foi bancada em parte, com dinheiro arrecadado entre os prestadores de serviços do DNIT, com autorização superior e aprovada pelo colegiado.

Muitos favorecidos estão mudos, receosos de perderem os seus mandatos.

Os escândalos continuam a fluir, obedecendo à ordem de faxina geral no ministério. Alguns atingidos pelos respingos estão pedindo proteção da justiça, outros da polícia.

Até exumação já houve nessa guerra de disputa de poder entre aliados.

Os não atrelados em minoria, estão distantes, observando o que irá sobrar disso tudo.

Haverá um grande perdedor, que é o de sempre - o pagador de impostos. Essa classe trabalha cinco meses por ano para depois saber como o governo utilizou o produto do seu honesto esforço.

Os efeitos dessa “descoberta”, que durante oito anos não foi percebida, parece-me que é estratégia do governo para paralisar as obras.

Não existe dinheiro federal para bancar uma Copa do Mundo, com obras em regime de mutirão onde os preços são exorbitantes e para investimentos, principalmente em infra-estrutura, num país exportador de matéria prima.

Cuiabá sofrerá, e muito, com os escândalos de Brasília. As obras federais estão proibidas de ser licitadas, até que tudo seja esclarecido.

Seria bom esquecer o novo HUJM (Hospital Universitário) na estrada de Santo Antônio, o novo aeroporto, as grandes obras de mobilidade urbana, as estradas pavimentadas e as pontes de concreto para apoio ao turismo. Finalmente, sairá ou não o VLT ou BRT?

A Arena Pantanal talvez consiga ser inaugurada: sem cadeiras, placar eletrônico e piso de grama, que estão sem orçamento, assim como o teto do estádio, ainda em definição.

Definitivamente, a mãe não foi cuidadosa na educação dos seus filhos Paque e Paquinho, que reclamam da falta de dinheiro.

A corrupção é intolerável!

Gabriel Novis Neves

21-07-2011

terça-feira, 26 de julho de 2011

PROMISCUIDADE

O mais otimista dos otimistas perdeu as esperanças de viver em um país sério ao saber como ficou o caso do propinoduto mineiro. Todos se lembram que saiu de um banco mineiro a fórmula mágica de transportar e distribuir dinheiro público a determinados políticos que apoiavam o governo. Esse escândalo foi batizado pelo povo de mensalão.

A nossa doença é a promiscuidade público-privada.

Li em uma revista de circulação nacional, e especializada em negócios, que em 2003 o PT contraiu uma dívida de R$ 3 milhões em um banco.

No dia 27 de junho de 2011, o banco recebeu a última parcela da dívida. O valor total pago, depois de renegociações, acrescido de juros e correção, ficou em torno de R$ 10 milhões.

O inquietante em toda essa história de transação bancária normal, é que a proprietária do banco contratou os serviços profissionais do ministro da Justiça da época do mensalão para ser seu defensor.

Essa sua conduta impressionou a todos que recentemente acompanharam esse escândalo, um dos maiores da história do Brasil, em que ela e mais 36 pessoas, tiveram requeridas as suas condenações pelo procurador geral da República, devendo explicações ao Supremo Tribunal Federal.

Fica difícil acreditar na credibilidade desse contrato uma vez que o bem informado ministro da Justiça da época possuía informações privilegiadas.

Dificilmente a dona do banco envolvido no escândalo será punida, apesar da recomendação do procurador geral da Justiça atual.

Não há nada de criminoso na decisão de um réu escolher um excelente advogado para defendê-lo. E este aceitar.

O problema são os antecedentes da época do crime.

São esses exemplos que nos fazem acreditar que este país não é sério.

De Gaulle foi o profeta desta triste realidade.

Historinha mal contada! Igual aquela outra, tantas vezes repetidas, que no Brasil não há mais apagão.

Isso existiu antes de 2003. O apagão em São Paulo recentemente foi tão sério, que deixou mais de 500 mil habitantes sem luz.

Houve necessidade de um investimento de emergência para evitar novos apagões, negados pelos atuais dirigentes, da ordem de R$ 120 milhões.

E no restante do nosso imenso território? Aqui em Cuiabá, perdi o número de vezes que fomos vítimas de prolongados apagões, sem que houvesse providências de melhoria da rede, apesar do preço salgado da energia que pagamos.

Essas são informações que nos afastam da credibilidade do poder público.

Gabriel Novis Neves

11-07-2011

segunda-feira, 25 de julho de 2011

O til na informática

Além do registro genético único carimbado no nosso DNA, agora viramos senha na informática. Somos desiguais e temos que aprender, desde cedo, a viver com as dificuldades.

Deus, o nosso criador, assim quis.

O homem através dos séculos andou aprontando na obra perfeita do Criador.

Fazendo um imenso corte na história, encontramos um menino americano, que não estava na Torre de Babel, mas deixou séculos após, a linguagem da informática.

Esse é hoje o idioma que domina o mundo aproximando pessoas e criando outro universo - o mundo globalizado.

Se Matusalém estivesse vivo, jamais poderia acreditar que um executivo nos Estados Unidos da América do Norte tem como secretaria particular uma moradora de Teerã.

Ou que os laudos radiológicos realizados no país de Tio Sam são feitos na Austrália.

Tudo isso em tempo recorde aproveitando a diferença de fuso horário, sem queda da qualidade dos serviços. Apenas baixa do custo operacional dos trabalhos. Essa brincadeira, que revolucionou o mundo em todos os sentidos, foi de Bill Gattes.

Aquele que não possuir pelo menos noções básicas de informática é um analfabeto, embora em alguns casos, com formação universitária.

Cair na internet substituiu o famoso caiu na vida dos nossos avôs. Traduzindo às minhas netas - está na boca do povo.

Na vida existe sempre um porém e é isso que nos causa certos embaraços.

Recentemente quebrei a cabeça para entender o que o meu computador falava.

Recebia um pps, abria, lia, achava interessante, e repassava para os meus amigos.

Logo tinha o retorno com o clássico: não abriu.

Reenviava e nada - não abriu.

Depois de muito bater a cabeça pedi socorro a um jovem morador do meu edifício. A velocidade que ele acionava as teclas, não permitia que eu o acompanhasse.

Resultado, em menos de dois minutos estava resolvido o meu problema. Lembro-me que, recentemente, tinha acontecido o mesmo defeito, porém, esqueci dos inúmeros comandos para resolvê-lo.

Com a ajuda do menino recordei-me que teria que tirar o til (~) do anexo. Feita a manobra orientada, meus amigos receberam o pps e reposta foi unanime - abriu!

Não haveria possibilidade de se instalar nos computadores do governo um programa que rejeitasse as aprovações de projetos prejudiciais à população com esses tais de superfaturamentos?

Vale a pena fazer uma consultoria para esse caso de desperdício.

A fila do til é longa: licitação; desapropriação; indenização; construção; demolição; mobilização urbana; perdão de dívida; exoneração; nova educação; incêndio nas matas; nova divisão do Estado; etc, etc.

Se isso for possível, creio no surgimento de um novo país e de um Estado amazônico, com Cerrado e Pantanal.


Gabriel Novis Neves

15-07-2011

domingo, 24 de julho de 2011

EVITAR MAL ENTENDIDOS

Quero comunicar aos meus amigos que o meu email é borbon@terra.com.br

É herança da minha mulher, falecida há mais de cinco anos. Esse esclarecimento é para evitar mal entendidos.

A revista “ISTOÉ Dinheiro” publicou uma matéria, que com certeza incomodou muita gente. Por isso, achei por bem informar que não sou proprietário da Rede Bourbon de Hotéis e Resorts, infelizmente.

Até gostaria de ser. Entretanto, não me foi possível acumular patrimônio suficiente para ser dono de hotéis. Sempre trabalhei como médico e, no serviço público.

O fato é que essa Rede de Hotéis e Resorts fechou o primeiro semestre de 2011 comemorando, segundo a revista, um crescimento de 25% e somou R$ 250 milhões de faturamento.

Faço este esclarecimento especialmente para meus amigos da padaria, antes que eles aprontem alguma brincadeira.

Já fico imaginando a minha rua cheia de faixas dizendo que, ou estou envolvido espiritualmente com desvio de dinheiro público, ou que sou laranja. De quem? Eles inventam. Assim como fizeram com as meninas da minha adolescência: Carmem Miranda, Dercy Gonçalves, Hebe Camargo, Tônia Carrero e Lili.

Com essa simples providência preventiva, muitos cérebros recipientes da maldade ficarão sem ação.

Comparando o movimento dos hotéis com o que tem saído na mídia sobre sumiço de dinheiro público, é ridícula tanta comemoração por causa de um faturamento semestral de apenas R$ 250 milhões.

Há pouco, li que um dos inúmeros morcegos dos cofres públicos sugou tanto sangue dos impostos pagos pelos trabalhadores brasileiros, que entrou para a lista dos homens mais ricos do Brasil, com aumento do seu patrimônio de oito mil vezes - em apenas dois anos.

É um caso raro de sucesso, não fosse filho de um figurão da república e muito mais novo que o Bill Gates, quando este inventou a linguagem eletrônica.

Ah! Se todos fossem tão desprendidos para esclarecimentos preventivos!

Teríamos menos fofocas e tudo seria iluminado pela verdade.


Gabriel Novis Neves

11-07-2011