sexta-feira, 29 de julho de 2011

SOS NA SAÚDE

Devido à relevância do assunto, irei transcrever o Editorial do último número do jornal Medicina do Conselho Federal.

“De Norte a Sul, o quadro se repete: sobrecarga no atendimento, longas filas, desrespeito ao cidadão-paciente, precarização do trabalho médico.

Os problemas se acumulam e nos levam a questionar o seu futuro. Afinal, o que será do Sistema Único de Saúde (SUS)?

Nesta edição do jornal Medicina apresentamos um diagnóstico da crise a partir da realidade vivenciada por milhões de brasileiros nos ambulatórios e hospitais.

Para tanto, tivemos a parceria dos conselhos regionais de medicina (CRMs), que enviaram relatos confirmando o motivo da preocupação dos médicos.

Ao fazer essa denúncia, o sistema CFM/CRMs espera estimular o amplo debate em torno de questões essenciais para a vida de todos. O SUS repousa numa encruzilhada da qual precisa urgentemente sair sob pena de causar enormes prejuízos aos profissionais e, principalmente, à população.

Também nesta edição, confirmamos a existência de outra zona de risco na assistência em saúde oferecida à população. Desta vez, o nó está na seara da saúde suplementar. O fato de uma pesquisa realizada pelo Datafolha indicar que de cada 10 usuários de planos de saúde seis relatam problemas no atendimento não é banal. Pelo contrário, o alerta é grave.

Quando um trabalhador investe na contratação de um plano de saúde sonha em ter o diferencial que, infelizmente, não encontra em rede pública. Se isso não acontece, foi enganado, ludibriado.

Os médicos não são cúmplices neste insidioso processo e, por meio do CFM, alertam aos 46 milhões de usuários sobre a necessidade de exigir das operadoras o efetivo cumprimento de suas promessas.

Para o CFM, de nada adianta a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) definir em portaria prazos máximos para marcar procedimentos e consultas, se a rede de cobertura continuar tímida e insuficiente para acolher a demanda crescente.

Cada vez mais, a realidade, aparentemente desanimadora, nos impele rumo à busca de melhores dias. Esse é o espírito do movimento médico brasileiro, no qual o CFM está inserido. Ou seja, desejamos mudanças e lutaremos por elas.”

Esse editorial foi baseado em informações dos Conselhos Regionais de Medicina. Nenhum deles sugeriu as OSS como solução para o sucateamento da nossa saúde pública.

Pernambuco o Estado exportador de OSS, para gerenciar o novo hospital metropolitano de Várzea Grande, Pronto Socorro de Cuiabá, todos os hospitais regionais de Mato Grosso, distribuição de medicamentos, modernização na informatização, e não sei mais o que, assim respondeu ao questionário do CFM.

“Pernambuco vive uma crise obstétrica, além de problemas conjunturais, como falta de especialistas - obstetras, pediatras e neonatologistas por exemplo.

O atendimento de baixa complexidade funciona de forma desarticulada.

É preciso que haja uma regionalização, a partir de consórcios municipais, para que exista sempre um município-polo capaz de atender os municípios ao redor.”

Outro Estado mostrado como modelo de gestão pelas OSS, assim se posicionou.

“Cerca de 60 mil médicos atuam no SUS de São Paulo e convivem com vários empregadores públicos, diferentes modelos de gestão, má remuneração e disparidade de salários para a mesma carga horária.

Apesar da existência de serviços de excelência no Estado, boa parte dos médicos paulistas trabalha em unidades estaduais e municipais superlotadas e sem condições adequadas de atendimento à população."

A conclusão sobre as prometidas mudanças na saúde em nosso Estado, pelas OSS, deixo aos leitores.


Gabriel Novis Neves

22-07-2011

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