terça-feira, 26 de julho de 2011

PROMISCUIDADE

O mais otimista dos otimistas perdeu as esperanças de viver em um país sério ao saber como ficou o caso do propinoduto mineiro. Todos se lembram que saiu de um banco mineiro a fórmula mágica de transportar e distribuir dinheiro público a determinados políticos que apoiavam o governo. Esse escândalo foi batizado pelo povo de mensalão.

A nossa doença é a promiscuidade público-privada.

Li em uma revista de circulação nacional, e especializada em negócios, que em 2003 o PT contraiu uma dívida de R$ 3 milhões em um banco.

No dia 27 de junho de 2011, o banco recebeu a última parcela da dívida. O valor total pago, depois de renegociações, acrescido de juros e correção, ficou em torno de R$ 10 milhões.

O inquietante em toda essa história de transação bancária normal, é que a proprietária do banco contratou os serviços profissionais do ministro da Justiça da época do mensalão para ser seu defensor.

Essa sua conduta impressionou a todos que recentemente acompanharam esse escândalo, um dos maiores da história do Brasil, em que ela e mais 36 pessoas, tiveram requeridas as suas condenações pelo procurador geral da República, devendo explicações ao Supremo Tribunal Federal.

Fica difícil acreditar na credibilidade desse contrato uma vez que o bem informado ministro da Justiça da época possuía informações privilegiadas.

Dificilmente a dona do banco envolvido no escândalo será punida, apesar da recomendação do procurador geral da Justiça atual.

Não há nada de criminoso na decisão de um réu escolher um excelente advogado para defendê-lo. E este aceitar.

O problema são os antecedentes da época do crime.

São esses exemplos que nos fazem acreditar que este país não é sério.

De Gaulle foi o profeta desta triste realidade.

Historinha mal contada! Igual aquela outra, tantas vezes repetidas, que no Brasil não há mais apagão.

Isso existiu antes de 2003. O apagão em São Paulo recentemente foi tão sério, que deixou mais de 500 mil habitantes sem luz.

Houve necessidade de um investimento de emergência para evitar novos apagões, negados pelos atuais dirigentes, da ordem de R$ 120 milhões.

E no restante do nosso imenso território? Aqui em Cuiabá, perdi o número de vezes que fomos vítimas de prolongados apagões, sem que houvesse providências de melhoria da rede, apesar do preço salgado da energia que pagamos.

Essas são informações que nos afastam da credibilidade do poder público.

Gabriel Novis Neves

11-07-2011

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