Existia um programa humorístico na televisão com um quadro em que no final o artista falava: “eu só queria entender!”
Era uma crítica inteligente e bem humorada sobre as coisas incríveis que aconteciam, principalmente no mundo político.
Está longe o período em que histórias de papagaio e português faziam sucesso. Hoje, o filé mignon do humor no Brasil são os nossos políticos.
O Congresso Nacional virou estúdio de muitos programas de humor. Os personagens principais são os nossos deputados e senadores. São muito bem remunerados, com salários pagos pelo contribuinte.
O custo praticamente é zero para as empresas de comunicação.
O Brasil já assistiu um senador, dentro do Congresso Nacional, desfilar com uma calcinha feminina, atendendo a um convite da Sabrina Sato para o Programa do Pânico na TV.
Dezenas de deputados assinando a inclusão de cachaça na merenda escolar.
Por favor, não pensem que estou exagerando.
Estou com o Jornal “A Gazeta”. Tentarei fazer um resumo de uma matéria do Marcos Lemos.
“Para conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE/MT), o MTSaúde é irregular e ilegal.”
O importante é que o relator da matéria, no ano da fundação do Plano de Saúde (2003), era secretário de Fazenda do Estado de Mato Grosso.
O MTSaúde veio substituir o falido IPEMAT (Instituto de Aposentadoria e Pensão dos servidores do Estado de Mato Grosso), responsável também pelo atendimento médico-hospitalar.
Foi um ato de coragem do governador, de cunho social, atendendo os servidores de menor renda. Professores, policiais, contínuos, motoristas e outras classes que frequentavam o SUS, durante oito anos, pela primeira vez foram atendidos em consultórios particulares e hospitais de ponta.
Quem repassava os recursos para o pagamento da recuperação dos humildes trabalhadores do Estado, sempre foi a Secretaria de Fazenda, que é o órgão arrecadador e pagador.
Acredito que durante esse tempo todo o conselheiro jamais alertou o governador, que era seu patrão na sua empresa privada, sobre a imoralidade cometida pelo governo de que participava.
Era uma pessoa de tanta confiança do governador, que este, ao terminar o seu primeiro mandato, “convenceu” um conselheiro a se aposentar para nomear o seu amigo de confiança, para protegê-lo de possíveis falhas.
Quando secretário de Fazenda, tinha a chave do cofre. Como conselheiro teria a chave da proteção dos atos governamentais, de um ponto privilegiado.
Eu só queria entender: porque o atual conselheiro nunca avisou o governador sobre a irregularidade e ilegalidade cometida pelo governo.
Fico mais confuso quando o mesmo conselheiro acha regular e legal “aquelas aposentadorias dos deputados e governadores.”
É um absurdo, para o zeloso cuidador do nosso dinheiro, gastar menos de trinta milhões de reais por ano com a saúde dos mais humildes servidores, e aceitar despesas astronômicas de alguns de seus colegas, em clínicas de São Paulo.
Só em aluguel de jatinhos, por ano, o Estado deve gastar mais do que com a irregular e ilegal MTSaúde!
Com o relatório do ex-secretário de Fazenda aprovado por unanimidade pelos conselheiros que usam o Plano de Saúde do reembolso sem limites, algumas vítimas surgiram.
Os pequenos funcionários perderam o seu plano de saúde e terão que procurar as OSS para tratamento médico.
O governador passado que comprou gato por lebre.
Ainda mais. Terá que justificar para a Polícia Federal o crime praticado durante o seu mandato de governo, levando ainda o atual, que está há quinze meses na ilegalidade.
Essa decisão do TCE praticamente extingue o MTSaúde.
Deixou em situação difícil os seus colegas, que agora terão que explicar a história dos reembolsos dubaidianos para tratamento de saúde fora de Cuiabá.
Essa posição do TCMT, eu só gostaria de entender.
Gabriel Novis Neves
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