Estatísticas
recentes indicam que cinquenta e um por cento da população mundial sofrem de
obesidade.
No
Brasil, em seis anos, tivemos os nossos índices aumentados em cinquenta e
quatro por cento.
A
obesidade é considerada um dos problemas mais graves de Saúde Pública mundial.
Escolhas
de alimentos com alto valor calórico podem também estar ligadas às noites de
sono mal dormidas ou insuficientes, que afetam os hormônios da fome.
Esse
mecanismo é feito através dos níveis de leptina, responsável pelo consumo de
alimentos, sinalizando quando já comemos o suficiente, enquanto há o aumento da
grelina, responsável por estimular o apetite e a produção de gorduras.
Sabemos
que nos últimos anos, dadas as grandes dificuldades econômicas, as pessoas veem
dormindo cada vez um menor número de horas e, não por acaso, vem aumentando
assustadoramente o número de obesos.
Portanto,
não atribuir como única causa da obesidade ao excesso de ingestão alimentar
associada à ausência de exercícios físicos.
Ela
não existe entre os animais, uma vez que, respeitadas as leis do universo, tudo
é devidamente dosado. O desgaste é promovido pela caça obrigatória e os ciclos
noite-dia são absolutamente seguidos.
Recentemente,
exames de ressonância magnética comprovaram que a falta de sono afeta zonas
importantes do cérebro, responsáveis por tomada de decisões difíceis e a
vontade de ser recompensado através de alimentos que contenham alto valor
calórico.
Vivemos
momentos de muita angústia existencial e muito estresse, e isso tem que ser
levado em conta, caracterizando-se uma verdadeira obesidade mental.
Novas
políticas de saúde e novas posturas sociais contribuirão, em muito, para
horizontes promissores em relação a essa verdadeira praga do século. Muito
menos importante por seus resultados estéticos do que pelos seus efeitos
destruidores sobre a saúde como um todo.
Hipertensão
arterial, diabetes, cardiopatias graves, são apenas alguns dos fantasmas que
podem ceifar vidas de obesos ainda muito jovens.
Nós,
médicos, esperamos que nos próximos anos a humanidade esteja menos preocupada
com procedimentos estéticos, geralmente pouco eficazes, e mais com condutas que
promovam uma velhice calcada no bem estar físico e mental.
Gabriel Novis Neves
16-10-2013