É
um Estado rico, de gente boa e trabalhadora. Tem terras férteis, com flora e
fauna exuberantes. Um clima tórrido e imune às catástrofes ecológicas.
Aqui,
”em se plantando tudo dá”.
É
recordista em produção de grãos, carne bovina e, em breve, na criação de peixes
de tanque.
Sua
juventude é estudiosa. O Estado, de mais de oitocentos mil quilômetros
quadrados, possui três universidades, vários centros universitários, faculdades
isoladas, com campus cobrindo praticamente toda a nossa imensa região.
Tem
quatro faculdades de medicina – federal estadual e particular. No
próximo ano está previsto o funcionamento de mais duas federais.
Os
fatores de desenvolvimento estão presentes em nosso Estado. Entretanto,
continuamos pobres.
A
produção de riquezas do nosso homem do campo é exportada sem nenhum valor
agregado, tornando os preços dos nossos produtos não competitivos no mercado
nacional e internacional.
Isso
se deve à ausência de uma moderna e eficiente estrutura no escoamento dos
nossos produtos. Hoje temos estradas de péssima qualidade e falta de
industrialização para evitar a saída dos nossos produtos na sua condição de
primários.
Somos
um Estado rico com uma população pobre, e com baixos índices de qualidade de
vida.
Chama
a atenção as grandes fortunas concentradas nas mãos de poucos, geralmente
políticos ou ligados a eles.
Com
certeza isso acontece, não porque temos gênios em gestão, mas porque temos
homens de “sorte”, “mãos de fadas” transformando cascalhos em pedras preciosas.
As
grandes fortunas não são apenas produtos de muito trabalho, mas de grandes
negócios que não são para qualquer um.
O
DNA desse enriquecimento vertiginoso também não é resultado de bons negócios
éticos.
Esse
poderio econômico de poucos é o componente da eficiência fantasia.
Faz
parte do poder invisível que mantém a ditadura do poder.
Esse
grupo impune manda e desmanda no nosso destino, dando ao trabalhador apenas o
direito de obedecer às decisões por eles tomadas.
Na
Itália, tem até nome próprio exportado para o mundo todo para esse tipo de
conduta, pois essa praga é universal.
O
objetivo dos detentores das grandes fortunas de genética desconhecida nunca foi
o desenvolvimento do nosso Estado.
No
Estado rico vivemos quase em penúria social, mal esse que não atinge os donos
de grandes e misteriosas (!) fortunas, nunca explicadas, mas compreendidas e
não aceitas pelos homens de bem.
Enquanto
se locupletam de dinheiro jamais explicado, oferecem aos trabalhadores circo e
Copa do Mundo.
Fingem
compromissos e preocupações com os nossos problemas básicos, pois a sua
ferramenta de trabalho é a hipocrisia - e os lucros cada vez maiores em seus
negócios.
Utilizamos
sempre medicamentos vencidos para combatê-los, se é que existe alguém disposto
a não ser submisso aos poderosos chefões – verdadeiros ilusionistas de
ocasião.
Para
resolver os problemas básicos do nosso Estado temos de combater as grandes
fortunas, construídas com a miséria da nossa gente.
O
Ministério Público, a Receita Federal e a Polícia Federal são os aliados que
têm o direito constitucional de nos salvar desses falsos profetas.
Vamos
continuar sabendo de tudo e deixar como está?
É
chegada a hora de combater a miséria, e isso se faz, não com distribuição de
bolsas, mas única e exclusivamente investigando e combatendo a origem das
grandes fortunas.
Só
assim teremos um Estado para todos.
Gabriel
Novis Neves
10-09-2013
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