quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Mato Grosso

É um Estado rico, de gente boa e trabalhadora. Tem terras férteis, com flora e fauna exuberantes. Um clima tórrido e imune às catástrofes ecológicas.
Aqui, ”em se plantando tudo dá”.
É recordista em produção de grãos, carne bovina e, em breve, na criação de peixes de tanque.
Sua juventude é estudiosa. O Estado, de mais de oitocentos mil quilômetros quadrados, possui três universidades, vários centros universitários, faculdades isoladas, com campus cobrindo praticamente toda a nossa imensa região.
Tem quatro faculdades de medicina – federal estadual e particular.  No próximo ano está previsto o funcionamento de mais duas federais.
Os fatores de desenvolvimento estão presentes em nosso Estado. Entretanto, continuamos pobres.
A produção de riquezas do nosso homem do campo é exportada sem nenhum valor agregado, tornando os preços dos nossos produtos não competitivos no mercado nacional e internacional.
Isso se deve à ausência de uma moderna e eficiente estrutura no escoamento dos nossos produtos. Hoje temos estradas de péssima qualidade e falta de industrialização para evitar a saída dos nossos produtos na sua condição de primários.
Somos um Estado rico com uma população pobre, e com baixos índices de qualidade de vida.
Chama a atenção as grandes fortunas concentradas nas mãos de poucos, geralmente políticos ou ligados a eles.
Com certeza isso acontece, não porque temos gênios em gestão, mas porque temos homens de “sorte”, “mãos de fadas” transformando cascalhos em pedras preciosas.
As grandes fortunas não são apenas produtos de muito trabalho, mas de grandes negócios que não são para qualquer um.
O DNA desse enriquecimento vertiginoso também não é resultado de bons negócios éticos.
Esse poderio econômico de poucos é o componente da eficiência fantasia.
Faz parte do poder invisível que mantém a ditadura do poder.
Esse grupo impune manda e desmanda no nosso destino, dando ao trabalhador apenas o direito de obedecer às decisões por eles tomadas.
Na Itália, tem até nome próprio exportado para o mundo todo para esse tipo de conduta, pois essa praga é universal.
O objetivo dos detentores das grandes fortunas de genética desconhecida nunca foi o desenvolvimento do nosso Estado.
No Estado rico vivemos quase em penúria social, mal esse que não atinge os donos de grandes e misteriosas (!) fortunas, nunca explicadas, mas compreendidas e não aceitas pelos homens de bem.
Enquanto se locupletam de dinheiro jamais explicado, oferecem aos trabalhadores circo e Copa do Mundo.
Fingem compromissos e preocupações com os nossos problemas básicos, pois a sua ferramenta de trabalho é a hipocrisia - e os lucros cada vez maiores em seus negócios.
Utilizamos sempre medicamentos vencidos para combatê-los, se é que existe alguém disposto a não ser submisso aos poderosos chefões – verdadeiros ilusionistas de ocasião.
Para resolver os problemas básicos do nosso Estado temos de combater as grandes fortunas, construídas com a miséria da nossa gente.
O Ministério Público, a Receita Federal e a Polícia Federal são os aliados que têm o direito constitucional de nos salvar desses falsos profetas.
Vamos continuar sabendo de tudo e deixar como está?
É chegada a hora de combater a miséria, e isso se faz, não com distribuição de bolsas, mas única e exclusivamente investigando e combatendo a origem das grandes fortunas.
Só assim teremos um Estado para todos.

Gabriel Novis Neves
10-09-2013

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