O
ser humano, esse animal imprevisível, pode ser um manancial de criatividade,
quer para o bem, quer para o mal.
Li,
entusiasmado, a notícia que um simples negociante paulista inventou uma máquina
para a produção em série de doces e salgadinhos.
O
que era feito artesanalmente, a uma média de sessenta unidades por hora,
passou a ser feito a dois mil e quinhentos , já no formato e recheio
programados.
A
engenhoca está fazendo tanto sucesso que, mesmo ao custo de vinte e oito mil
reais, está batendo recordes de vendas, inclusive para o Japão, um dos reis da
tecnologia.
No
momento em que a gastronomia cresce em todo o mundo, nada mais promissor.
Afinal,
comer é o nosso prazer mais longo, apesar de não ser o melhor.
Resta
agora aos chefes de cozinha disputar entre eles as melhores receitas, e tudo
estará pronto para o mercado em poucas horas.
Fico
fascinado com esses surtos de criatividade que acometem pessoas comuns, nada
elaboradas para isso.
Pena
que os nossos surtos destruidores sejam maiores e mais frequentes e que façam
parte do mesmo processo.
Criar
para o bem ou para o mal, mas criar o tempo todo.
Essa
necessidade básica de mudar a natureza ininterruptamente é o que nos diferencia
dos outros animais.
O
capitalismo pode não ser lá o regime dos nossos sonhos, mas é, com certeza, o
que mais tem estimulado a humanidade ao processo de criação.
Essa
força, acrescida ao Deus lucro, forma o grande caldeirão onde se misturam todas
as vaidades e todos os delírios do homem.
Haverá
um dia a possibilidade de um sistema que nos mantenha fascinados pela criação
por si só, mas ao mesmo tempo, distantes da tão famigerada sociedade de
consumo?
A
proliferação das ideias apenas e simplesmente pelo prazer de que elas possam
trazer algo de bom para todo o Planeta?
O
prazer coletivo, com a melhora progressiva da humanidade desvinculada de lucros
pessoais?
Não
custa sonhar.
Gabriel
Novis Neves
29-09-2013
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