Os
professores da hora zero da Universidade são frequentemente vitimados. Na
expressão do reitor fundador, Gabriel Novis Neves: ... “nós, professores
velhinhos, nunca tivemos paz” – Ora chamados ao setor de pessoal, ora intimados
administrativamente ou em juízo. Direitos foram desrespeitados, como
incorporação somente recuperada no STF, quando se vê a Universidade brasileira
desprovida de sua autonomia, a começar pela atividade meio, com o monumental
computador brasiliense tudo controlando a serviço do poder. O tratamento é
selvagem, nada condizente com o meio acadêmico, ao tempo em que deveria
prevalecer o humanismo. Os atores de hoje serão inexoravelmente as vítimas de
amanhã, se chegarem à aposentadoria. Nada de axiologia, não existe o cultivo de
valores. Os 74 professores que acabam de sofrer a violência do bloqueio em suas
contas bancárias, tratamento dado a réus, foram apanhados de surpresa. Maldita
tocaia contra professores com parcos proventos e fragilizados pela idade, porém
ciosos de que foram desbravadores, abriram picadas, regaram as plantas tenras
da sonhada Universidade em Cuiabá. Isto não se faz, é nódoa perene de uma
gestão. Se na época a Adufmat não foi concitada, entende-se perfeitamente. Mas
a proteção jurídica da UFMT pelos procuradores orientando e comunicando do
andamento e decisão não acontece a favor dos desvalidos professores
aposentados. A Universidade não é uma repartição pública qualquer. É casa do
saber a favor do ser humano. O efeito surpresa é desastroso. No dia do bloqueio
estavam sendo sepultados dois professores fundadores: Edson de Souza Miranda e
Enzo Ricci. Outros arcam com a ansiedade em busca de socorro administrativo ou
jurídico. Ou são as viúvas desamparadas. O cuidado não se restringe à
associação docente. O ato foi unilateral, a reitoria em 1988 decidiu, com
aprovação do Conselho Diretor, bafejar os fundadores com incentivo funcional
com assentimento do MEC. Houve boa fé no recebimento, logo sustado por ação do
Ministério Público. Observa-se que existe uma sanha falsa de saneamento moral
por sobre pequenos servidores, diante do tratamento desigual dado aos gigantes
corruptos do serviço público, que, poderosos, buscam dobrar até a suprema corte
do país. O que esperam os professores conscientes do trabalho de tantos anos num
devotamento ímpar dos primeiros tempos, que: 1-A Adufmat, pelo seu Departamento
Jurídico, ofereça aos professores relacionados cópia impressa da sentença
prolatada e executada – com a disponibilidade de encaminhamento de
direito - como bem já se prontificou. 2-Que a Administração Superior destaque
membro da sua Assessoria para acompanhar fatos que tais desestruturadores da
vida dos professores fundadores – cujo número está minguando pelo fim natural
da existência. Que se elimine o efeito surpresa. Que cessem os chamamentos
deselegantes e frequentes, instaurando um trato humanista, civilizado e
acadêmico para todos os professores aposentados, especialmente os doentes,
oferecendo-lhes assistência social. - Que a Procuradoria Jurídica oferte
documentos em tempo hábil, como da sentença condenatória. Benedito Pedro
Dorileo foi o segundo reitor. Advogado, OAB/MT–378
O2/10/2013
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