terça-feira, 8 de outubro de 2013

Professores Idosos Vitimados

Os professores da hora zero da Universidade são frequentemente vitimados. Na expressão do reitor fundador, Gabriel Novis Neves: ... “nós, professores velhinhos, nunca tivemos paz” – Ora chamados ao setor de pessoal, ora intimados administrativamente ou em juízo. Direitos foram desrespeitados, como incorporação somente recuperada no STF, quando se vê a Universidade brasileira desprovida de sua autonomia, a começar pela atividade meio, com o monumental computador brasiliense tudo controlando a serviço do poder. O tratamento é  selvagem, nada condizente com o meio acadêmico, ao tempo em que deveria prevalecer o humanismo. Os atores de hoje serão inexoravelmente as vítimas de amanhã, se chegarem à aposentadoria. Nada de axiologia, não existe o cultivo de valores. Os 74 professores que acabam de sofrer a violência do bloqueio em suas contas bancárias, tratamento dado a réus, foram apanhados de surpresa. Maldita tocaia contra professores com parcos proventos e fragilizados pela idade, porém ciosos de que foram desbravadores, abriram picadas, regaram as plantas tenras da sonhada Universidade em Cuiabá. Isto não se faz, é nódoa perene de uma gestão. Se na época a Adufmat não foi concitada, entende-se perfeitamente. Mas a proteção jurídica da UFMT pelos procuradores orientando e comunicando do andamento e decisão não acontece a favor dos desvalidos professores aposentados. A Universidade não é uma repartição pública qualquer. É casa do saber a favor do ser humano. O efeito surpresa é desastroso. No dia do bloqueio estavam sendo sepultados dois professores fundadores: Edson de Souza Miranda e Enzo Ricci. Outros arcam com a ansiedade em busca de socorro administrativo ou jurídico. Ou são as viúvas desamparadas. O cuidado não se restringe à associação docente. O ato foi unilateral, a reitoria em 1988 decidiu, com aprovação do Conselho Diretor, bafejar os fundadores com incentivo funcional com assentimento do MEC. Houve boa fé no recebimento, logo sustado por ação do Ministério Público. Observa-se que existe uma sanha falsa de saneamento moral por sobre pequenos servidores, diante do tratamento desigual dado aos gigantes corruptos do serviço público, que, poderosos, buscam dobrar até a suprema corte do país. O que esperam os professores conscientes do trabalho de tantos anos num devotamento ímpar dos primeiros tempos, que: 1-A Adufmat, pelo seu Departamento Jurídico, ofereça aos professores relacionados cópia impressa da sentença prolatada e executada – com a disponibilidade de encaminhamento de direito - como bem já se prontificou. 2-Que a Administração Superior destaque membro da sua Assessoria para acompanhar fatos que tais desestruturadores da vida dos professores fundadores – cujo número está minguando pelo fim natural da existência. Que se elimine o efeito surpresa. Que cessem os chamamentos deselegantes e frequentes, instaurando um trato humanista, civilizado e acadêmico para todos os professores aposentados, especialmente os doentes, oferecendo-lhes assistência social. - Que a Procuradoria Jurídica oferte documentos em tempo hábil, como da sentença condenatória. Benedito Pedro Dorileo foi o segundo reitor. Advogado, OAB/MT–378

O2/10/2013

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