sábado, 30 de junho de 2012

ÉTICA


Onde está a nossa ética?
Com a modernidade, ela deve estar escondida, e bem escondida, na camada do pré-sal, onde só com tecnologias altamente sofisticadas, e não do nosso domínio, acho que poderia ser encontrada.
Como está difícil achar nos nossos dias esta preciosidade!
Parece estar ausente em todos os segmentos desta nossa sociedade, especialmente nas relações do público com o privado, onde predomina a promiscuidade - como são tratados os bens coletivos.
A ética foi espantada do nosso meio, principalmente pela corrupção e pela impunidade.
Impossível a sobrevivência da ética onde há esse adubo social.
Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Estamos confundindo democracia com autoritarismo que, para existir, a ética tem que estar ausente.
Fácil com os exemplos diários verificarmos o que acabei de dizer. No momento em que um ex-presidente da República marca um encontro, que foi rotulado como coincidência, com um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) no escritório de um ex-ministro do STF para troca de favores não republicanos, temos que admitir que vivemos em um país sem ética e de democracia para poucos. 
O encontro foi denunciado pelo ministro em exercício do STF, para espanto e decepção deste país.
Aliás, esta nação está se credenciando para ganhar o Prêmio Nobel dos encontros não programados.
O mais recente desses encontros deixou em péssima situação alguns parlamentares da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira, que investiga exatamente o “encontrado” em Paris, segundo o Deputado Miro Teixeira.
A estrada da antiética neste país está tão congestionada que impossibilita o tráfego de alguns éticos.
Pobre gente que acredita em líderes e estadistas para decidir sobre o nosso futuro!
Se tivéssemos uma elite neste país, não seríamos uma nação com tanta injustiça social, como a miséria e 39% da população das capitais composta de pobres.
Já passamos da época de pensar no futuro desta nação, que são as suas crianças.
Deixaremos às futuras gerações um país corrupto, sem educação, saúde, ciência e tecnologia.
Enquanto isso, sobram os escândalos do conluio público e privado, considerado normal nesta terra de ninguém.
O grande problema nosso é a falta de ética.

Gabriel Novis Neves
15-06-2012

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Traição


Sou amigo e eleitor de primeira hora do senador Pedro Taques. Estou satisfeito com o voto que lhe dei, ajudando-o a chegar ao Senado Federal.
Foi a minha gratidão ao menino escoteiro que trabalhou na inauguração do Teatro Universitário em 1982.
Já famoso, o guri do teatro de Macunaíma, me revelou que resolveu estudar de verdade para um dia ser alguém na vida quando, no ônibus que transportava as mulheres dos reitores para visitar a Chapada dos Guimarães, não soube responder a pergunta de uma delas.
- “Este riacho é perecível?”
O garoto do mato nunca tinha ouvido a palavra perecível. Envergonhado, fez um compromisso de estudar o resto da vida para responder sempre a qualquer pergunta.
É o que fez com brilhantismo na Procuradoria da República, e agora como professor e senador do Brasil.
Fiquei surpreso quando soube que o nosso senador disse da tribuna do Senado que está sendo traído.
Existe traição em política?
Segundo Houaiss, traição é uma deslealdade ou infidelidade amorosa. No caso em questão, esqueçamos a segunda hipótese.
O que é uma deslealdade em política?
O político, jornalista e ex-governador do Rio de Janeiro, Carlos Lacerda dizia: “Eu prefiro ser surpreendido pela traição a ficar a vida inteira esperando por ela”.
No mundo político, “fidelidade é uma forte coceira, que não pode coçar.” – palavras do jornalista francês Aurèliey School.
Meu caro senador. Esse sintoma de “facada nas costas” faz-lhe bem enquanto jovem. Nessa nova profissão que você escolheu, na certa, sofrerá e fará erroneamente o diagnóstico chamado de traição em política, onde os valores éticos são direcionados exclusivamente ao poder.
Seu xará renegou Cristo e se tornou dono da Igreja Católica, e foi o seu primeiro Papa. Exerceu o poder da fé, mesmo com esse deslize.
O poder só é exercido por aqueles que traíram, no seu sentido mais amplo. Ideologia, valores, compromissos, amigos e, principalmente, o povo.
Prepare-se para o poder, meu nobre senador.

Gabriel Novis Neves
12-06-2012

quinta-feira, 28 de junho de 2012

COISAS DE BRASILEIROS


Na história deste país, nunca, jamais, li um relato sobre fracasso na iniciativa do nosso governo.
Sempre somos os melhores e levamos vantagem em tudo que fazemos. Quando vamos ao exterior desencadeamos paixões violentas. Não é raro vermos os países visitados torcerem pelo nosso sucesso, mesmo que seja contra eles próprios.
Nesses últimos oito anos o nosso sucesso foi tamanho no exterior que despertou ciúmes no Obama. O nosso presidente de então, se propôs a ajudar o PhD presidente americano a implantar nos Estados Unidos o SUS.
A Europa só quebrou por não ter seguido os nossos conselhos.
Pensei em anotar as nossas principais vitórias desde o descobrimento do Brasil. Desisti. Achei oportuno, em nome das nossas vitórias, com exceção ao Prêmio Nobel e entre outros de menor importância, relatar o estrondoso sucesso que foi a Rio+20.
Citarei alguns depoimentos publicados pela Agência Estado (AE) sobre esse evento, que é um dos maiores do mundo, e que mobilizou os povos preocupados com o futuro do planeta Terra.
“Dilma diz estar satisfeita com o documento final do encontro da Rio+20.”
 “Minha expectativa está simplesmente satisfeita.”
Ela lembrou que muitos países desenvolvidos (ricos) não aprovaram o financiamento para combater a pobreza nos países africanos. Avisou, no entanto, a toda a comunidade universal, que o Brasil não vai parar de trabalhar para criar um fundo internacional contra a fome. Concluiu dizendo que a reunião Rio+20 foi muito bacana para o Brasil.
A própria Ministra do Meio Ambiente do Brasil, Izabella Teixeira, lamentou a falta de clareza do documento oficial da Rio+20.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, criticou o desperdício de alimentos no mundo.
O trânsito intenso e os preços exorbitantes dos hotéis durante a Rio+20 levantaram temores sobre a habilidade do Brasil para sediar a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016 - aponta a edição do Financial Times.
O Greenpeace diz que o governo brasileiro teve uma postura desesperada para elaborar o documento final.
O diretor executivo sul-africano Kumi Naidoo, considerou um fracasso a Rio+20, e culpa o Brasil e a ONU (Organização das Nações Unidas). Disse que houve um retrocesso em relação a Eco-92.
Os chefes de Estado importantes não compareceram à reunião da Rio+20. A primeira ministra alemã estava assistindo ao jogo de futebol da Alemanha pela Eurocopa.
Dom Leonardo Steiner, secretário-geral da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), aponta insucesso da Conferência Rio+20.
O presidente do Equador, Rafael Correa em entrevista concedida à Carta Maior e jornais da Argentina e México, considerou o documento final da Rio+20 como "lírico...”
Considerou um fracasso, o saldo provisório do encontro no Rio de Janeiro.
Antes, houve uma reunião do G-20 no México e a maioria de 80% dos que estavam lá, regressaram para as suas casas. Não vieram para a Rio+20. Apenas alguns poucos vieram para a Cúpula, sobretudo latino-americanos.
Diante dessas opiniões, ficamos com a certeza que o Brasil precisa de um banho de humildade e um choque de realidade, para deixar essas bobagens de que somos os melhores e os mais competentes e admirados políticos da humanidade.
Os rankings nos diversos setores sociais demonstram a nossa verdade.

Gabriel Novis Neves
26-06-2012

quarta-feira, 27 de junho de 2012

PPPs na saúde


Em governo de empresários, foi lançado o projeto de Parcerias Público-Privadas (PPPs) para a conclusão das obras do hospital Central de Cuiabá, lançado em 1984 e, depois, paralisado por falta de recursos e outros problemas típicos da administração pública.
A falta de interesse e decisão política para a sua conclusão nos deixou um legado comprometedor e imperdoável para vários governos.
Estive presente na festa de lançamento da pedra fundamental daquele investimento - de grande importância social para todo o Estado.
Havia nascido as Ações Integradas de Saúde (AIS), embrião do futuro Sistema Unificado de Saúde (SUS).
Nesse projeto, de grande abrangência social, priorizavam-se as Atenções Primárias na Saúde, mas era necessário, para a sua credibilidade, que o sistema não terminasse com o doente na calçada de um hospital, mas internado com toda a moderna assistência médica.
Foi um sonho que se transformou em pesadelo, tanto para os pacientes como para os profissionais da saúde. 
Os jornais anunciam a retomada das obras. Afirmam que essa decisão política foi tomada após o secretário de Saúde ter sido convencido da necessidade desse hospital funcionando, pelo pessoal das OSS. 
O governador procurou então uma fórmula de captação de recursos: atrair a iniciativa privada para custear as despesas, pois o caixa do Tesouro está vazio.
Depois de concluídas as obras, e, devidamente equipado, o hospital seria repassado às Organizações Sociais de Saúde (OSS).
O competente secretário de saúde atual, que está no cargo em uma função compatível com o seu currículo de gestor público e privado, ficou na obrigação de informar que “existem interessados em uma parceria com o Estado.”
Como o segredo é a alma do negócio, não citou nenhum grupo interessado nessa aventura de sociedade com o Estado, e parece que mais uma vez entrou água para a conclusão do hospital para atendimento de pacientes do SUS.
Ninguém de dinheiro neste país deixaria de investir em fazendas de borracha, soja, algodão, carne, aves, usinas de eletricidade, mineração, hotéis de luxo, resorts no Manso, mercado imobiliário, transporte coletivos, shoppings, para torrar o seu dinheiro em uma obra cujo lucro é social.
Quem rasga dinheiro é doente mental. Milionário, multiplica o que tem e, hospital, é uma operação matemática de diminuição.
Há muito tempo que o governo federal dá o exemplo em não investir em hospital. O governo estadual seguiu a risca o exemplo vindo de cima, deixando a bomba para os municípios onde moram as pessoas.
Quem constrói e cuida de hospitais para que eles não fechem as suas portas, são grupos de médicos jovens, que necessitam de um lugar para trabalhar e tentar sobreviver da profissão, ou entidades filantrópicas quase em extinção.
Só vendo para crer alguém, da iniciativa privada, fazer parceria com o governo, que confessa ser incompetente para administrar uma empresa hospitalar, uma das mais complexas.
Essa história de PPP não é recente por aqui. Começou com as estradas, e o final não foi bom para o usuário da estrada, o empresário e, pior ainda, para o governo.
Por ocasião da demolição do Verdão, falava-se oficialmente que a iniciativa privada bancaria o valor corresponde a mais da metade da obra, o governo federal entraria com uma parcela menor e o governo do Estado completaria.
Não tenho notícias que algum empresário tivesse colocado um tostão do seu bolso na construção do novo campo de futebol (futuro elefante).
Será que o ex-milionário, agora um dos maiores bilionários do mundo, fará parceria com o Estado?
Afinal, o dono do pré-sal, interessa-se muito por mineração.
Tenho certeza que ele toparia trabalhar na exploração de minérios em nosso Estado e, em parceria, forneceria recursos para a conclusão do Hospital Central, com uma única exigência: sua empresa ficaria responsável pelo controle financeiro e auditoria das obras.

Gabriel Novis Neves
31-05-2012

terça-feira, 26 de junho de 2012

NOTÍCIAS ATUAIS


Entramos em pleno período das notícias políticas, com as convenções para prefeitos marcadas até o último dia do mês.
Muita gente acredita em planejamento em política. Prefiro ficar com o parecer do doutor Tancredo Neves que definia política como uma nuvem, mudando a cada instante.
Já vi muita coisa acontecer de última hora nos últimos sessenta anos que mudaram o resultado das eleições e furaram qualquer planejamento.
A vitória estrondosa do cuiabano Dutra em São Paulo, quando o Hugo Borghi jogou milhares de panfletos nas fábricas dizendo que o seu adversário não precisava do voto dos marmiteiros - é o exemplo mais remoto que guardo.
O suicídio do Getúlio elegeu Juscelino.
A morte do doutor Tancredo nos deu de presente Sarney, os seus fiscais e o mandato vitalício de senador, fora do seu Estado.
Itamar Franco nunca pensou em ser presidente, e FHC não se elegeria mais senador por São Paulo. Se não fosse uma antena parabólica, o FHC jamais seria Ministro da Fazenda do real e vencedor duas vezes no primeiro turno do Lula para a Presidência do Brasil.
Nenhum desses presidentes citados pensaram com o cargo.
Nelson Rodrigues explicava fatos inexplicáveis dizendo que, há milhões de anos estava escrito o que aconteceu.
Fico abismado de saber que aqueles três, que se julgam donos deste Estado e seu povo, já estão com o esquema montado e aprovado por eles para as eleições de 2014.

Já escolheram o novo governador e o único senador. Em 2016 o prefeito dessa 'seita' já está escolhido, assim como o governador e os dois senadores em 2018. Até lá "facadas nas costas e muita traição".
Com relação à eleição para a prefeitura de Cuiabá, só se discute o famoso loteamento dos cargos comissionados, baseados na musculatura dos partidos.
Para animar a plateia acontece um fato inédito na nossa história política: nunca houve uma disputa tão acirrada para o cargo de vice-prefeito como nessas eleições. Os políticos sabem do poder econômico e da caneta dos três “donos” do Estado Curral.
Tiveram que se contentar em disputar uma indicação para vice, na certeza do fenômeno de 2010 se repetir - quando o prefeito renunciou para ser governador amparada em pesquisas amigas.
Enquanto isso, debates inúteis, reuniões sem pauta e os chavões de sempre, dominam as notícias atuais.

Gabriel Novis Neves
15-06-2012

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Estado quebrado


Maquiado, o nosso Estado sobreviveu à era da botina. A pintura acabou e a verdade apareceu.
Se o governo não conseguir negociar as suas dívidas impagáveis, o grande Estado “na palma da mão” sucumbirá.
Nada foi feito nos últimos anos com relação as nossas dívidas, pagas a juros exorbitantes. O foco do nosso problema maior era desviado para as célebres festas de final de semana chamadas de Programa Estradeiro.
O interior era visitado, ocasião em que se fazia política, e não, estradas. A capital imaginava que o interior, produtor das nossas riquezas, estava sendo tratado na sua prioridade maior, que era a construção de vias para o escoamento da sua produção do agronegócio - com estradas pavimentadas modelo alemão.
Na verdade o que se fez foi asfalto “casca de ovo” e mídia forte na capital.
Tudo foi abandonado, inclusive a nossa dívida que, de vez em quando, era implantado um factóide sobre a sua solução. Ouvimos coisas do arco do velho nesse período.
Bastou menos de dois anos de governo para o discreto governador, que sofre calado em nome da sustentabilidade do seu governo, descobrir e tomar as urgentes providências para que o Estado não fechasse as suas portas.
A situação financeira do Estado é calamitosa. Se o equilibrado governador atual, que realmente tem prestígio no Planalto, não conseguir, em curto prazo, resolver essa herança, temo pelo nosso futuro.
É certo que o pagamento do funcionalismo público começará a atrasar, seguindo o exemplo dos fornecedores que estão sem receber.
As obras que o governo inaugura com nomes exóticos, como os conjuntos habitacionais, são feitas com dinheiro federal. As das avenidas de Cuiabá, com recursos do Dnit.
O caixa do Tesouro do Estado não foi dinamitado, mas não tem cem réis.
É esperado o momento em que a população pedirá ao governador atual que deixe os seus escrúpulos de companheiro leal e fiel e diga aos três milhões de mato-grossenses como recebeu o Estado financeiramente.
A imprensa noticia escândalos que o governador atual sempre teve muito cuidado para que não fosse dissecado publicamente, mas agora isto é necessário, por uma questão de sobrevivência política.
O povo quer saber se houve problema na compra dos tratores para o programa eleitoral MT 100% equipado.
Se a história dos precatórios ou Cartas Marcadas é invenção da oposição ou isso ocorreu de fato.
Se o governador atual recebeu as contas do Estado redondinhas ou não.
São respostas fundamentais para o futuro político do governador atual.
O cofre do Tesouro do Estado está vazio. Essa complicada operação financeira autorizada pela presidente, sairá ou não?
É importante que a população saiba que, no momento, o Estado está quebrado, e que o governador está desesperado tomando providências que dependem de terceiros.
O nosso nível de endividamento furou o teto com as obras da Copa (campo de futebol).

Gabriel Novis Neves
07-06-2012

domingo, 24 de junho de 2012

AMANHECER EM JUNHO


É diferente. Antes mesmo dos primeiros raios solares despontarem no horizonte para anunciar um novo dia, o céu é inundado pelas luzes multicoloridas dos fogos de artifício.
Os primeiros rojões são lançados pontualmente às quatro horas para despertar a população para a missa das cinco. Assim começa o amanhecer em junho. Uma saudação aos santos juninos Antônio, João e Pedro.
As madrugadas nesse mês são consideradas frias para os cuiabanos. Para a missa dos santos festeiros, as mulheres se vestem com blusas de mangas compridas e casaquinhos. Os homens vão de paletó e, muitos de chapéu - para se protegerem do sereno da madrugada.
Enquanto os fiéis se preparam para a missa, fico na janela do meu quarto observando os fogos de artifício e o movimento nas ruas.
Percebo que os clarões dos fogos vêm dos mais longínquos bairros da cidade. No quadrilátero onde moro só percebo o silêncio. Apartamentos com as suas luzes apagadas e movimento de cães vadios pelas ruas.
É a gente simples dos bairros periféricos que mantém viva a nossa cultura religiosa. A fé nesses santos ficou quase que somente sob a guarda dos mais humildes.
No entanto, em período de eleições o perfil das missas da madrugada é alterado pela presença das clientes da Daslu e dos candidatos a cargos eletivos.
O comentário dos verdadeiros fiéis é que tudo que é forçado não dá certo e não tem valor.
Esses fiéis oportunistas fazem da fé um restaurante de rodízios. Frequentam festas religiosas de todas as crenças. Talvez, na suposição de que irão se beneficiar do apoio de seus deuses diversos. Esquecem que nosso Deus é um só, e que Ele dispensa esse tipo de peregrinação.
O sentimento religioso do cuiabano ainda permanece forte e inalterado, mesmo que tenha como medida os clarões dos rojões nas madrugadas de junho.

Gabriel Novis Neves
11-06-2012

sábado, 23 de junho de 2012

A bengala


Fui ouvir outra opinião médica sobre o meu joelho direito que, após setenta e sete anos de judiação, começou a apresentar defeitos.
O especialista em joelho, pacientemente, escutou minha história e anotou minhas queixas. Após examinar uma pasta de imagens radiológicas da região dolorosa e inchada, virou-se para mim e disse:
- O melhor remédio para o seu caso será o uso contínuo de uma bengala, pelo menos por seis meses. É preciso tirar um pouco do peso sobre o joelho, e a bengala tira cerca de vinte quilos. E concluiu: - O resto é paciência e andar o mínimo possível.
 A terapêutica indicada me pegou desprevenido. Nada estimulante para mim que adoro uma boa caminhada. E a paciência? Paciência. Vou ter que exercitá-la mais.
Bengala. Fiquei pensando neste acessório de pouco uso nos dias de hoje. Eu, pelo menos, raramente vejo alguém usando uma.  Por isso, tratei logo de pesquisar sobre a bengala – afinal ela será minha companheira pelos próximos seis meses, ou mais.
Fui ao Google. Lá fiquei sabendo que a história das bengalas começou com o início da vida na Terra. Homens e mulheres se guiavam nas suas caminhadas com um pedaço de madeira de árvore nas mãos para se protegerem dos animais silvestres e colher frutos maduros das árvores.
Através dos séculos essas bengalas primitivas transformaram-se em símbolo de status para os homens. Bispos e Imperadores utilizavam os cetros como símbolo do poder.
A bengala passou a ser um acessório de moda nos séculos
XVII e XVIII. Todos os homens da cidade tinham a sua bengala. Ela transformou-se assim em um acessório “fashion”, que era levado junto com a espada. Com o passar do tempo a espada foi definitivamente substituída pela bengala, como símbolo de cavalheirismo e status.

Em 1702, em Londres, um cavalheiro tinha que ter licença para ter o privilégio de carregar consigo uma bengala, pois ela passou a ser considerada como uma arma
No início do século XX, o guarda-chuva substituiu gradualmente a bengala, e esta passou a ser usada somente em ocasiões bem formais.
Hoje em dia a bengala perdeu o seu glamour. De acessório “fashion” passou a ter sua imagem associada à velhice e à incapacidade de locomoção.
É usada como indicação médica, principalmente para males que melhoram com a diminuição do peso corporal em cima da região afetada, como é o meu caso.
Como falou Platão: “Deve-se temer a velhice, porque ela nunca vem só. Bengalas são provas de idade e não de prudência”.
Mas, não pensem que o uso da bengala é assim tão fácil. Necessita de um manual de instrução para usá-la corretamente. Eu já estou lendo o meu.
Pretendo usá-la, com certeza. Mas, vou encará-la, não somente como uma proposta médica, mas também como um acessório imprescindível ao meu bem-estar e segurança.
Como dizia o meu avô: vivendo e aprendendo.

Gabriel Novis Neves
09-06-2012

sexta-feira, 22 de junho de 2012

ACERTOU MAIS UMA


O pobre marquês é conhecido entre os jornalistas como o recordista no acerto de suas notícias bombásticas.
Certa ocasião, ao conversar com um amigo jornalista e proprietário de um jornal sobre esse assunto, disse-me ele que, o dono do site que ninguém lê, chuta tanto que acaba acertando.
Fiz ver ao amigo que o empresário dono do Grupo Fazendas Reunidas, tem um plantel de excelentes jornalistas, comentaristas, fotógrafos e correspondentes nacionais e internacionais. Daí nunca ter “faiado”, como ele se expressa para a elite.
Há algumas semanas, o oráculo do Porto anunciou para o mundo que Cuiabá corria sério risco de ter apenas um candidato a prefeito.
Naquela época o governador tinha um candidato (PMDB), o ex-governador outro (PR) e o PSB nenhum. Outras legendas menores estão escolhendo os seus candidatos, de preferência o vice da chapa mais forte - aquela que estiver melhor no IBOPE e no caixa. Enfim, ninguém quer perder uma eleição.
Os candidatos dos partidos com melhores recursos já abandonaram suas candidaturas (PMDB e PR). A grande luta agora é dos caciques para emplacar o vice na chapa favorita do PSB, que até há pouco tempo não tinha candidato.
Ainda bem que os partidos com menores chances eleitorais terão candidatos.
Isso evita, segundo o pensador do Porto, o risco da candidatura única competindo com os votos brancos e nulos e com a abstenção.
Já imaginaram a derrota do candidato único para o candidato fantasma? A eleição seria nula e marcada nova eleição, em que o candidato derrotado pelo candidato invisível seria facilmente batido por um Tiririca.
De acerto em acerto, vai tocando a vida o pobre marquês, cada vez mais pobre.
Acho que o velho oráculo possui o sexto sentido feminino. E se utiliza dele para acertar nas suas previsões que, segundo o incorporado Villa, não falham nunca.
Para desespero do meu amigo do café, o chutador acertou mais uma ao anunciar as desistências com antecedência, e prenunciando a guerra para vice.

Gabriel Novis Neves
12-06-2012

quinta-feira, 21 de junho de 2012

O ranking


Recebi um telefonema de uma jovem jornalista, ex-aluna da nossa Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Ela queria que eu comentasse sobre a divulgação do último resultado da pesquisa realizada pela empresa inglesa Quaccquarelli World University Rankings, que listou as 600 melhores universidades do mundo – “Top Universities”.
Indaguei a ela se a nossa UFMT fora citada - ela respondeu que não.
Ponderei que o momento não era muito propício para qualquer comentário sobre o nosso ensino superior público, pois, praticamente, todas essas instituições estão em greve.
Os docentes da nossa UFMT há mais de trinta dias estão paralisados, agora com o apoio dos alunos e servidores, reivindicando melhores condições de trabalho e salários dignos.
Nada a comemorar nesse ranking quantitativo que deixa o Brasil muito mal, considerando o número de universidades federais que possuímos e as dez primeiras classificações qualitativas.
Mesmo assim a minha “colega” quis saber o que aconteceu nesses últimos quarenta anos com a UFMT.
Fiz um rápido resumo da situação. Mudou o sistema de avaliação. Antes, as instituições internacionais da mais alta credibilidade, avaliavam o desempenho do reitor. A nossa ficou entre as cinco melhores do Brasil.
Perdemos a nossa vocação amazônica, e entramos forçados no balaio dos cursos do MEC.
Não interessamo-nos mais em participar das decisões dos programas de desenvolvimento do Estado e sobre os seus problemas cruciais. Viramos um “Escolão” ocupado por cotas e com poucos recursos para a sua manutenção.
Como tiro de misericórdia, a falta total de autonomia acadêmica e financeira.
A universidade foi dividida em grupos políticos, comandados aqui de fora. Criou-se o docente “inimigo”, aquele que, apesar de ser o mais qualificado para determinada função, é vetado por razões político-partidários.
Universidade é universidade, partido político é partido político, sindicato é sindicato. Aqui se misturaram as coisas, e o resultado está aí.
A nossa audaciosa universidade, que recebeu um presidente da República para discutir a divisão do Estado, foi transformada em uma imensa repartição pública, com os mesmos vícios e “entusiasmo” desse local.
O corpo docente não se aventura a nenhuma proposta mais arrojada, por saber do rosário de favores que precisará fazer. Tem que escolher um “anjo da guarda” que possui votos no Congresso Nacional e que não seja do baixo clero.
O reitor, para tratar de qualquer assunto relacionado fora da rotina, precisa da assinatura de todos os “lideres” deste Estado.
Este ato o faz refém do governo, o que é inadmissível em uma casa de debates e luta de ideais salutares. Indicadores quantitativos nunca foram considerados mais importantes que os qualitativos na nossa UFMT. Por isso, ela existe.
Segundo o Top Universities, o Brasil domina o ranking das universidades latino-americanas em termos quantitativos.
Possuímos 65 universidades, o México 46, o Chile 36, a Colômbia 34, a Argentina 26, o Peru 10, o Equador 6, a Venezuela 6, o Uruguai 4, a Costa Rica 3, o Paraguai 3, o Panamá 2, a Guatemala 1, a Nicarágua 1 e Porto Rico 1.
Cuba, por ser um continente diferente, não aparece na lista dos ingleses.
Os dez primeiros lugares em qualidade, segundo o Top Universities:
O Brasil ficou com o 1º lugar (USP), 3º lugar (Unicamp-SP), e o 9º lugar (UFRJ).
O Chile com a 2ª, 4ª, 7ª e 10ª colocações.
O México ficou com a 5ª e 8ª colocações.
A Colômbia aparece em 6º lugar.
A Argentina não teve nenhuma universidade entre as dez primeiras. O estranho foi a UNB perder 14 pontos com relação ao ano passado.
Os britânicos não publicam a relação das piores universidades por questão de ética. Se não me engano, publicaram até o número quarenta.
Enquanto isso, a nossa UFMT está em greve por tempo indeterminado, pelo não cumprimento de um acordo feito com o governo federal em 2008.

Gabriel Novis Neves
18-06-2012

quarta-feira, 20 de junho de 2012

COMO SE FAZ UM PROFESSOR


A jornalista Lígia Formenti informa que o governo terá que contratar 1.618 professores para atender a ampliação das vagas de medicina nas universidades federais, segundo o Ministro da Educação.
Considerando que haverá também expansão na rede privada de medicina, esse número sobe para 2.415 professores.
O hilário nessa matéria é que, segundo a jornalista de Brasília, todo esse esforço é para atender a uma “encomenda” feita pela Presidente da República aos ministros da Educação e da Saúde.
Em ano eleitoral vale tudo para ganhar votos nos grandes polos onde serão instalados os novos cursos de medicina, ou ampliado o número de vagas existentes.
Como se atende esse tipo de “encomenda” em um curso considerado nobre que, para ser professor, se exige curso de mestrado e doutorado, quando não, o pós-doutorado?
Temos mestres e doutores nas pequenas cidades onde serão implantados esses novos cursos ou aumentado o número de vagas?
As universidades federais não possuem autonomia para fornecer aos docentes de fora (que serão necessários nesse primeiro momento) salários diferenciados, como os das universidades particulares.
O prefeito fará vaquinha para pagar por fora esses profissionais? 
O MEC, tão rigoroso nas suas avaliações, teria um comportamento diferente nessas escolas de medicina “encomendadas”?
A inserção do aluno em práticas hospitalares (Semiologia) é precoce. Como fazer isto nas cidades que não têm rede de assistência primária e o hospital da cidade é gerenciado pelas chamadas Organizações Sociais, onde o objetivo é o lucro e não o ensino?
Esses são alguns pontos de reflexão para se evitar o aumento de fábricas de analfabetos funcionais.
Todo mundo sabe que o grande problema no Brasil é a falta de políticas para a fixação do médico no interior, e não, a falta destes profissionais.
Hoje, praticamente, todas as instituições federais de ensino superior estão em greve reivindicando melhores salários, plano de cargos e salários e condições mínimas de trabalho.
O ensino superior também está sucateado e, no caso da medicina, os seus hospitais universitários funcionam (?) abaixo do desejável.
Todos os que trabalham com educação sabem o quão difícil e custoso é a formação de um professor. Atualmente, muitos fazem a melhoria teórica da sua qualificação acadêmica unicamente para usufruir dos benefícios de uma melhor aposentadoria.
Outros, após a qualificação desejada, abandonam o serviço público altamente desmotivador e ficam apenas na medicina privada.
A transformação de um profissional liberal médico para um bom professor é um dos maiores desafios pedagógicos. Não basta ser um excelente profissional para ser um bom professor.
Segundo Cristovão Buarque existe uma liturgia para se ter o bom professor, em que a cabeça, coração e bolso são fundamentais.
Não há possibilidade de se chamar de professor aquele que não possui conhecimentos, que diariamente são acrescidos ou invalidados. O professor é um eterno aluno que vive estudando e, “de repente”, aprende.
O verdadeiro professor tem que amar o que faz. Ensinar é um ato de amor de um coração que compreende que a educação é o único caminho para a ascensão social do estudante.
Finalmente, o professor tem que ser bem remunerado para viver com dignidade.
Se todos os professores universitários federais estão de bolsos vazios, no próximo ano, só de professores de medicina, teremos um aumento de 1.618 novos participantes na greve da falta de respeito com a nação brasileira que “encomenda” cursos de medicina.
O Brasil já possui, em funcionamento, mais de 180 escolas médicas.
O Conselho Federal de Medicina garante que não há necessidade de aumentar o número de vagas para os cursos de medicina.
O presidente do colegiado, Roberto D’Avila, disse ser um equívoco essa “encomenda”: “- Isso não vai resolver o problema da falta de assistência no Sistema Único de Saúde (SUS)”.
“Teimosia e estupidez são gêmeos.” – Sófocles-Grego (496-406 a.C.).

Gabriel Novis Neves
07-06-2012

terça-feira, 19 de junho de 2012

Onde já se viu


Na história desta nação não tenho conhecimento de um encontro tão anti-republicano, ou de “gangster” - como disse um atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
O ex de quase tudo foi aprontar mais uma das suas, esquecendo-se que o “importante é ter sido” e que agora não tem mais a caneta mágica e o Diário Oficial.
Como foi um encontro “casual”, patrocinado pelo destino chamado Jobim em seu escritório, com um ministro do STJ, chega a ser hilário o depoimento das pessoas reunidas depois que a notícia vazou para a imprensa.
O responsável pelo encontro, homem de extrema confiança do ex-presidente, retirou-se do escritório e ficou chupando Bocaiúva no quarto da empregada, enquanto a conversa, para ser educado, rolava pelo seu escritório.
Após o clássico rodeio, o homem do chapéu preto entrou direto na ameaça, classificada publicamente pelo ministro do STJ, como coisa de gangster produzida por uma central de difamação cujo mensageiro máximo era o visitante surpreso.
O tom da interpretação do ministro subiu alguns decibéis causando consternação geral aos homens de bem deste país.
A resposta do “visitante” foi difícil de ser escrita em nota esclarecedora.
Admitiu o encontro e se fez de vítima, dizendo-se indignado. Todo mundo quer saber de que está indignado: com o mensalão, a campanha do Corinthians ou as obras atrasadas da Copa do Mundo.
Foi declarada guerra que não interessava aos que serão julgados, e muito menos à sua sucessora.
Os ministros do STF têm perante a União o dever de julgar esse processo que o ex não quer, sob o risco de desmoralização total.
Diz o maior líder da face da terra que, dos onze ministros atuais, nomeou oito, e, portanto, cobra fidelidade.
Situação difícil para os dignos ministros escolhidos por méritos e não por imposições políticas.
A justiça era o último reduto à margem da politicagem, mas com esse encontro e ameaça como relata o ministro, houve um clara tentativa de nivelar por baixo o Supremo Tribunal de Justiça.
“A justiça sem força é impotente, a força sem justiça é tirana.” Blaise Pascal - Francês (1623-1662).

Gabriel Novis Neves
31-05-2012

segunda-feira, 18 de junho de 2012

PRONTO! ACABOU A MISÉRIA NO BRASIL!


Este mês quatro milhões de famílias brasileiras, situadas abaixo da linha de pobreza e com filhos de até seis anos, começaram a receber o Benefício da Superação da Extrema Pobreza, segundo o jornal A Gazeta.
Isso significa R$ 70/mês por pessoa, com uma média de quatro pessoas por benefício, segundo o IBGE.
Esse mesmo instituto oficial calculou que existe 16 milhões de pessoas em condições de miséria.
Tão simples e fácil resolver essa chaga que nos humilhava! Foi necessário uma mulher assumir a Presidência da República para encontrar a solução para esse problema social.
Será que R$ 70/mês por pessoa combate a miséria?
Creio que num primeiro momento ajuda as famílias na sua alimentação básica. Os fatores positivos de erradicação da miséria, que são: educação de qualidade para todos, saúde ao alcance dos mais necessitados e qualificação para o emprego, parece que não chegarão a esses 16 milhões de miseráveis - espalhados por mais de oito milhões e meio de quilômetros quadrados.
Nos grandes centros urbanos a educação básica ofertada pela escola pública é de baixíssima qualidade e não prepara a criança para a vida.
A saúde pública está totalmente sucateada e as campanhas de prevenção do Ministério da Saúde sem credibilidade, como a recente campanha de vacinação contra a gripe, que não atingiu suas metas, apesar da prorrogação dos prazos.
Empregos até que existem, mas falta ação governamental para preparar essa gente para o competitivo mercado de trabalho.
Erradicar a miséria no Brasil é não deixar nenhuma criança fora da escola pública de qualidade.
É cuidar do crescimento e desenvolvimento das nossas crianças, e não, trabalhar com estatísticas.
Enquanto o governo não determinar socorro, pelo menos a essas duas situações, o combate à miséria será mais um rio que passará em nossas vidas.

Gabriel Novis Neves
05-06-2012

domingo, 17 de junho de 2012

Quem procura acha


Segundo a porta-estandarte titular do Grupo Fazendas Reunidas Perereca, quem procura acha.
O pobre marquês, dono único desse conglomerado empresarial que trabalhamos, sabe que as coisas não são tão fáceis ou simples assim.
Tudo começou há cerca de um mês. Eu tinha apenas um ponto doloroso na dobradiça do meu joelho direito. E doía somente quando ele era pressionado.
Entretanto, aquilo estava me incomodando bastante. Resolvi investigar. Procurei o médico. Ele me disse que eu estava com uma compressão do nervo chamado pata de ganso, que é um nervo com três ramificações.
Não dei importância à patologia e continuei tocando a minha vida normalmente. Dias depois arriei completamente vencido pelas dores e pela impossibilidade de me locomover.
Resolvi então levar o tratamento a sério.
Procurei a fisioterapia para desenferrujar as dobradiças envelhecidas, e sem manutenção, do meu joelho direito.
Complementando o tratamento: laser, ultrassom, choquinho térmico, RPG (Reposição Postural Gradual) e Pilates.
Consequências: repouso no leito com drenagem linfática; consultório fechado e despesas aumentadas.
Apesar dos meus esforços e disciplina, não apresentava melhoras.
Mas a medicina é apaixonante por não obedecer à lógica.
Após dias de dores insuportáveis, experimentei o seu clímax. Não conseguia ficar de pé e as dores eram insuportáveis.
O fisioterapeuta pede então que eu ande descalço pelo meu quarto. Não senti nada. Nenhuma dor. Alívio. Fiquei horas perambulando pela casa de pé no chão.
O ortopedista, a meu pedido, veio fazer a avaliação.
Descobriu que sou cambaia e, com o passar do tempo - e põe tempo nisso - os ossos da minha coluna vertebral cederam. O impacto dos meus cascos no chão atritava o tal do nervo pata de ganso.
Tratamento: tirar a palmilha do tênis e colocar uma de silicone em sentido contrário.
Estou sem dores e andando. Procuro agora aqueles velhos calçados do Carlitos para meu alívio definitivo.
A minha doença não é de grife. Trata-se de um problema de casco com repercussões na dobradiça do joelho.
Quem procura, realmente acha. Mas, dá uma canseira danada!

Gabriel Novis Neves
01-06-2012