Como
é difícil a libertação do “olho alheio”, e, mais ainda a do nosso próprio olho.
Numa visão hipocrática singular, o amor nada mais seria que uma avassaladora e
irrefutável reação química, visando unicamente a reprodução da espécie.
Tudo
muito simples e, não por acaso, o amor romântico, esse de que falamos hoje, só
surgiria a partir do século XVIII, quando as regras econômicas vigentes
impunham uma série de medidas que valorizassem as relações amorosas.
Daí
em diante, regras, chavões e inúmeras fantasias foram criados para que o amor
acontecesse sempre visando os jovens, belos e sarados.
Tudo
isso está no imaginário coletivo, arraigado.
O
que dizer então quando essas mesmas emoções, já completamente descartadas por
nós mesmos e, principalmente, pelo “Status Quo” vigente, voltam a acontecer em
anos avançados da nossa existência?
Imediatamente,
esse fato é rotulado como arteriosclerose cerebral, demência senil, Mal de
Alzheimer e tantos outros males que indicam sinais de insanidade.
Puro
preconceito. Mas, muito mais forte do que nós.
A
que atribuir essa mesma avalanche, verdadeira tsunami de emoções, com a sua
decorrente descarga hormonal de adrenalina, endorfinas, serotonina e tantas
outras "inas” estimulantes ao nosso viver?
Em
palavras do dia a dia: estímulo reprodutor dos adolescentes, irrefreável,
apoteótica. Nada há pra entender nessa máquina incrivelmente surpreendente
chamada corpo humano.
Apenas
constatar e se deixar levar por esses caminhos misteriosos, de entrega total,
de mergulho no escuro, sem rede de proteção.
Assim
fazem os corajosos, esses privilegiados e, por isso mesmo, poucos.
Bendita
seja a ousadia!
Gabriel
Novis Neves
17-05-2012
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