terça-feira, 19 de junho de 2012

Onde já se viu


Na história desta nação não tenho conhecimento de um encontro tão anti-republicano, ou de “gangster” - como disse um atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
O ex de quase tudo foi aprontar mais uma das suas, esquecendo-se que o “importante é ter sido” e que agora não tem mais a caneta mágica e o Diário Oficial.
Como foi um encontro “casual”, patrocinado pelo destino chamado Jobim em seu escritório, com um ministro do STJ, chega a ser hilário o depoimento das pessoas reunidas depois que a notícia vazou para a imprensa.
O responsável pelo encontro, homem de extrema confiança do ex-presidente, retirou-se do escritório e ficou chupando Bocaiúva no quarto da empregada, enquanto a conversa, para ser educado, rolava pelo seu escritório.
Após o clássico rodeio, o homem do chapéu preto entrou direto na ameaça, classificada publicamente pelo ministro do STJ, como coisa de gangster produzida por uma central de difamação cujo mensageiro máximo era o visitante surpreso.
O tom da interpretação do ministro subiu alguns decibéis causando consternação geral aos homens de bem deste país.
A resposta do “visitante” foi difícil de ser escrita em nota esclarecedora.
Admitiu o encontro e se fez de vítima, dizendo-se indignado. Todo mundo quer saber de que está indignado: com o mensalão, a campanha do Corinthians ou as obras atrasadas da Copa do Mundo.
Foi declarada guerra que não interessava aos que serão julgados, e muito menos à sua sucessora.
Os ministros do STF têm perante a União o dever de julgar esse processo que o ex não quer, sob o risco de desmoralização total.
Diz o maior líder da face da terra que, dos onze ministros atuais, nomeou oito, e, portanto, cobra fidelidade.
Situação difícil para os dignos ministros escolhidos por méritos e não por imposições políticas.
A justiça era o último reduto à margem da politicagem, mas com esse encontro e ameaça como relata o ministro, houve um clara tentativa de nivelar por baixo o Supremo Tribunal de Justiça.
“A justiça sem força é impotente, a força sem justiça é tirana.” Blaise Pascal - Francês (1623-1662).

Gabriel Novis Neves
31-05-2012

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