Um
articulista do Jornal A Gazeta lamentou, indignado, o golpe do concurso
público.
O
candidato faz inscrição para um concurso público estadual e, para fugir da
concorrência de Cuiabá, escolhe uma cidadezinha do interior, muitas vezes até
sem candidato.
Aprovado,
começa a trançar os seus pauzinhos, e logo é transferido, por necessidade de
serviço, para Cuiabá.
Para
que isso aconteça, o órgão da cidadezinha onde está lotado o funcionário
aprovado – um médico, por exemplo - “concede” parecer favorável à
transferência. Mesmo que, em muitos casos, o município não possua nenhum
profissional médico.
Essa
prática é empregada há muito tempo em nosso Estado, sem que nenhuma providência
fosse tomada, por quem de direito.
Com
essa criminosa transferência “coberta” de legalidade, mas totalmente imoral,
dois crimes são cometidos.
Um
candidato em Cuiabá foi roubado nos seus direitos, e a cidadezinha continua sem
médico.
Basta
alguém fazer um rastreamento em algumas secretarias do Estado e ficará perplexo
com chefes que utilizaram esse golpe, pregando moralidade e transparência com a
maior cara de pau.
Outro
golpe do concurso público é fazer um concurso para um cargo de nível médio. E,
depois de aprovado, lutar contra a “injustiça” de um servidor de nível
superior, estar sendo humilhado e perseguido com cargo de nível médio.
Essa
“injustiça” será logo corrigida, assim que uma mensagem governamental chegar à
Assembléia, ou precisar de algum parecer do Tribunal, sem contar das prestações
de contas.
O
golpe mais rasteiro é do concurso que exige só o fundamental.
O
felizardo aprovado é requisitado para uma bela chefia, que poderá ser até de
gabinete.
Esses
fatos não causam mais revolta na maioria dos cidadãos que possuem essas
informações.
O
denunciante, às vezes, é visto como um falso moralista, e, não, como um
defensor daqueles que nem direito têm de se indignarem.
Mas,
como se calar diante de tanto desrespeito ao trabalhador, cujo salário não
chega ao mínimo, para suprir as suas necessidades e da sua família?
Precisamos
urgente de transformações com justiça social. As grandes mudanças na história
universal nos ensinam que elas não foram realizadas pelos encastelados no
poder.
Recentemente
um operário esteve por oito anos no poder, e optou por trair a sua gente e se
unir aos homens de negócios, contrários às mudanças sociais para favorecer os
pobres.
O
dia em que o povo, que não tem escola, saúde, terra para trabalhar, emprego
decente, resolver protestar, acredito que teremos um Brasil melhor para todos.
Utopia?
Talvez, mas necessário neste momento de tanta corrupção e impunidade.
Gabriel
Novis Neves
16-05-2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.