terça-feira, 5 de junho de 2012

Golpe do concurso


Um articulista do Jornal A Gazeta lamentou, indignado, o golpe do concurso público.
O candidato faz inscrição para um concurso público estadual e, para fugir da concorrência de Cuiabá, escolhe uma cidadezinha do interior, muitas vezes até sem candidato.
Aprovado, começa a trançar os seus pauzinhos, e logo é transferido, por necessidade de serviço, para Cuiabá.
Para que isso aconteça, o órgão da cidadezinha onde está lotado o funcionário aprovado – um médico, por exemplo -  “concede” parecer favorável à transferência.  Mesmo que, em muitos casos, o município não possua nenhum profissional médico.
Essa prática é empregada há muito tempo em nosso Estado, sem que nenhuma providência fosse tomada, por quem de direito.
Com essa criminosa transferência “coberta” de legalidade, mas totalmente imoral, dois crimes são cometidos.
Um candidato em Cuiabá foi roubado nos seus direitos, e a cidadezinha continua sem médico.
Basta alguém fazer um rastreamento em algumas secretarias do Estado e ficará perplexo com chefes que utilizaram esse golpe, pregando moralidade e transparência com a maior cara de pau.
Outro golpe do concurso público é fazer um concurso para um cargo de nível médio. E, depois de aprovado, lutar contra  a “injustiça” de um servidor de nível superior, estar sendo humilhado e perseguido com cargo de nível médio.
Essa “injustiça” será logo corrigida, assim que uma mensagem governamental chegar à Assembléia, ou precisar de algum parecer do Tribunal, sem contar das prestações de contas.
O golpe mais rasteiro é do concurso que exige só o fundamental.
O felizardo aprovado é requisitado para uma bela chefia, que poderá ser até de gabinete.
Esses fatos não causam mais revolta na maioria dos cidadãos que possuem essas informações.
O denunciante, às vezes, é visto como um falso moralista, e, não, como um defensor daqueles que nem direito têm de se indignarem.
Mas, como se calar diante de tanto desrespeito ao trabalhador, cujo salário não chega ao mínimo, para suprir as suas necessidades e da sua família?
Precisamos urgente de transformações com justiça social. As grandes mudanças na história universal nos ensinam que elas não foram realizadas pelos encastelados no poder.
Recentemente um operário esteve por oito anos no poder, e optou por trair a sua gente e se unir aos homens de negócios, contrários às mudanças sociais para favorecer os pobres.
O dia em que o povo, que não tem escola, saúde, terra para trabalhar, emprego decente, resolver protestar, acredito que teremos um Brasil melhor para todos.
Utopia? Talvez, mas necessário neste momento de tanta corrupção e impunidade.

Gabriel Novis Neves
16-05-2012

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