Diante
de tanta poluição visual e auditiva trazida pela leitura de jornais, revistas,
sites, blogs, noticiários da televisão e conversinhas de rua, fico a me
perguntar se suportaria construir uma vida solitária.
Até
tentei, porém, senti que estava me transformando em um monstro sem sentimentos.
É
a emoção que direciona a nossa vida e, na solidão, posso admitir a blindagem
contra as poluições que me incomodam, e que são problemas da humanidade.
Como
então suportar tantas misérias neste miserável mundo que vivemos?
Minha
colega analista orientou-me a “esquecer” valores que nos foram ensinados e
procurar aquilo que me trás alegria.
Na
teoria é fácil e aceitável a sugestão terapêutica, mas, na prática, como ela
mesma diz, as barreiras são enormes e o tempo é fundamental.
Como
não tenho o poder de mudar os outros, estou procurando mudar, em mim, sem
traumas, alguns princípios e valores.
Como
fazer essas revisões num mundo onde poucas pessoas têm princípios?
O
mundo pertence aos detentores de valores materiais, estimulados pelo patológico
consumismo, onde se enterrou o ócio criativo - tão necessário ao nosso
crescimento pessoal!
Vivemos
etiquetados para sermos aceitos. Até os nossos prazeres têm marca.
Esses
valores da ditadura da “modernidade” não me animam às mudanças e, com eles,
tenho a companhia do sofrimento.
Salvador
Dali, o genial pintor catalão, em um dos seus melhores momentos deixou para a
humanidade uma grande lição - muito atual nos dias turbulentos de hoje.
Pintou,
em uma tela, um esqueleto humano com todas as caixinhas do seu corpo.
A
reflexão sobre essa obra de arte nos leva a acreditar que só com a morte
revelaremos quem somos.
A
morte seria o início da vida ideal?
Gabriel
Novis Neves
17-05-2012
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