Os professores da nossa
universidade federal entraram em greve geral.
É
um direito constitucional e democrático este tipo de protesto. O que estranho é
que a nossa universidade acaba de sair de uma eleição livre, em que todos os
problemas da vida acadêmica foram exaustivamente debatidos com toda a
comunidade universitária.
A
proposta da continuidade foi amplamente aprovada logo no primeiro turno,
deixando para trás dois excelentes candidatos.
Presume-se,
com esse resultado, que a aprovação dos primeiros quatro anos da nossa reitora,
não deixou margem para uma substituição, pois transformação no serviço público
atualmente é impossível.
As
universidades públicas brasileiras perderam toda a sua autonomia e foram
transformadas, pelo poder central, em uma imensa repartição pública fornecedora
de diplomas superiores e de pós-graduação.
A
questão da falta de autonomia foi discutida durante o período eleitoral e, pelo
resultado da eleição, aceito por ampla maioria daqueles que compõem a academia:
alunos, professores e servidores.
Atualmente
os alunos querem apenas os seus certificados de colação de grau e vão se virar
no mercado de trabalho.
Os
professores sonham com um título de mestrado e doutorado, para se aposentarem
em tempo integral, e dedicação exclusiva com um bom salário.
Os
servidores são os grandes sacrificados, com salários e reajustes abaixo da
inflação oficial e sem planos de cargos e carreiras.
Pois
bem. Os docentes entraram em greve por prazo indeterminado. Reivindicam o que
foi debatido no período eleitoral, como o concurso público para 176 vagas
existentes.
A
resposta da nossa re-reitora foi clara e muito honesta: “A universidade não
possui autonomia para realização do concurso. Precisa dos distantes e políticos
Ministérios da Educação e do Planejamento para obter essa autorização”.
Com
essa bancadinha inexpressiva que nos representa em Brasília, é fácil concluir
que essa é mais uma greve da nossa querida UFMT que morrerá de inanição.
A
prioridade do MEC neste momento é acionar os seus representantes nos Estados
(reitores), para que consigam diploma de Doutor Honoris Causa para o presidente
que enterrou, ou cremou a autonomia das universidades brasileiras.
No
mínimo, acho muito sem graça e inoportuna essa greve atual, que irá prejudicar
vinte mil alunos.
Gabriel Novis Neves
19-05-2012
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