Mesmo
com o papa Francisco pedindo aos brasileiros que não percam as esperanças e
lutem por elas, aqui no nosso rico Estado está cada vez mais difícil mantê-las.
Cada
ato governamental para preenchimento de importantes e estratégicos cargos
públicos, ao tomarmos conhecimentos pelos jornais das escolhas do nosso
governador, é mais um golpe duro nessa tal da esperança.
Afinal,
o que significa esse mágico substantivo feminino tão incorporado à nossa
cultura?
Segundo
o Houaiss, no seu mini Dicionário da Língua Portuguesa, esperança é um
sentimento de que aquilo que se deseja é possível. Confiança. Fé.
Foi
exatamente isso que a nossa gente, especialmente a mais humilde, perdeu.
Sabemos
que um povo não pode viver sem esperanças, e temos que fazer de tudo para
revertemos esse quadro maligno de grande poder de destruição dos nossos
verdadeiros valores de vida.
A
esperança desaparece pela ganância do poder pelo poder, das pratas e ouros.
Os
nossos valores imateriais conquistados no berço, são invalidados pelo ter, e
não, pelo ser.
A
nação torna-se fragilizada, sujeita às intempéries e o seu povo apático.
Rui
Barbosa já reclamava das inutilidades triunfando na sua Oração aos Moços.
Nunca
foi levado a sério e, por duas vezes, foi reprovado pelas inutilidades para
governar esta nação.
As
inutilidades, tal pragas, reproduzem-se com extrema facilidade em campo sem
esperança.
As
últimas decisões tomadas pelo nosso educado governador são de fazer, os ainda
otimistas existentes neste Estado, a abandonar essa postura.
Isso
considero perder as esperanças por transformações tão reclamadas pelos ordeiros
protestos das ruas.
As
ruas das cidades mato-grossenses também falam, mas não são ouvidas.
Essa
absurda falta de sensibilidade política constitui o poderoso fermento para o
recrudescimento dos protestos, reforçados por pacíficos participantes dos
movimentos de ruas, treinados para tratar da surdez de alguns políticos com
poder de decisão.
Com
a abundância da nossa flora medicamentosa tenho até a impressão que alguns
políticos estão sob os efeitos alucinógenos das nossas plantas medicinais.
Estão
vivendo no mundo da lua à procura do Nirvana.
O
papa Francisco, na sua missão evangélica pelo nosso país, com muita cautela tem
sido explícito ao incentivar os jovens a apoiar os protestos de rua visando
justiça social.
Tem
também chamado a atenção da juventude para a demagogia política que se
aproveita dos mais desafortunados, como fez na favela de Varginha do Complexo
de Manguinhos no Rio de Janeiro durante a sua estada naquele local de
desassistidos.
Explicou
aos moradores que o que o governo precisa fazer é a inclusão social daquela
comunidade, e não, a pacificação, sempre transitória. Condenou o grande mal que
assola este país, que é a corrupção.
Essas
sábias palavras podem perfeitamente ser transplantadas para o nosso Estado,
afetado por esses mesmos males.
O
nosso Mato Grosso parece um barco desgovernado e à deriva.
Urge
que todos nós façamos a nossa tarefa de casa, baseada no bem-estar da
população, especialmente para a mais humilde, que é a que mais sofre.
Chegamos
ao limite para a politicalha que tanto mal faz ao nosso Estado e à sua
população briosa e trabalhadora.
O
sofrimento, até então calado da nossa gente, foi o caldo de cultura para
reflexões sobre o que está acontecendo, onde parece que a esperança foi ceifada
pelos desacertos dos poderosos.
Autoridades
do meu Estado!
Pensem
em um pacto em benefício da nossa população que, em alerta, aguarda por esse
momento.
A
história não perdoa os mercadores do poder, assassinos das nossas esperanças.
Gabriel
Novis Neves
27-07-2013