quarta-feira, 17 de julho de 2013

IMPOSSÍVEL

Ser secretário de estado nas condições atuais, especialmente de saúde, significa a tal da missão impossível.
Não conheço o atual responsável pela saúde pública no nosso Estado.
Se houver um culpado pelo fracasso administrativo da nossa saúde e, se nadica de nada é feito para minorar o sofrimento dos cidadãos de segunda classe, o último responsável é o secretário.
Seu pecado foi o de aceitar esse tipo de trabalho e passar todo o seu mandato tentando esconder o sol com a peneira para encobrir falhas do governo.
Ficamos encasquetados com a dedicação de certos secretários em proteger os verdadeiros culpados pelos desmandos administrativos.
Isso se aplica no plano municipal e no federal, de onde vem o grande exemplo.
Ficou famosa no Brasil a resposta padrão dos nossos executivos quando pilhados em alguma falcatrua: “não sei, não vi, nunca ouvi falar nisso”.
Esse grupo fraseológico substituiu o famoso “nada a declarar”, de um antigo ministro da justiça.
O povo foi às ruas pedindo reformas institucionais, sem as quais tudo continuará como dantes.
Dessas, a mais importante é a reforma administrativa do autoritário Poder Executivo.
Em uma nação com: quarenta ministérios e os penduricalhos inerentes ao cargo; milhares de funcionários não concursados com salários árabes; uma frota de modernos jatos transcontinentais para servir apenas ao gerente número um deste país e, que faz maquiagem dos gastos públicos, facilmente descobertos pelas auditorias privadas e escondidas do público pela dinheirama e favores às grandes mídias - o resultado é o protesto generalizado pelo Brasil.
Em governo, loteado pela politicagem sem escrúpulos, com ocupantes despreparados para o exercício de funções públicas - o que esperar em benefício da coletividade?
Mato Grosso vive em estado permanente de tragédia na saúde, e o culpado foi o sistema que elegeu o executivo caolho para o exercício do poder.
Quem libera, corta, faz maquiagem com as contas da saúde, fecha hospitais, farmácia de alto-custo, contrata as OSSs, amamentam quilométricas filas para consultas médicas e procedimentos hospitalares, paga salários aviltantes aos trabalhadores da saúde, atrasam repasses institucionais aos hospitais beneficentes e toda a sorte de crueldade social, é o executivo estadual.
Muitos funcionários de carreira, que eventualmente passaram pela secretaria de saúde, como prêmio recebe processos.
Isolados e sem recursos, terão que trabalhar o resto das suas vidas para honrar com as despesas da sua defesa.
Em compensação, o verdadeiro responsável pela ética não republicana no trato com a coisa pública, vestirá a roupagem de empresário vitorioso com cartão da impunidade.
Como mentem esses homens!
Onde está o hospital de transplantes de órgãos, cuja metade da parcela dos recursos já havia saído do Ministério da Saúde há três anos?
Têm-se notícias do hospital da mulher? E o da criança?
Em janeiro deverá ser inaugurado o novo Hospital Universitário na estrada de Santo Antonio. Irá com os seus duzentos e cinquenta leitos dar suporte à Copa de 2014. Mas, ainda não saiu da prancheta.
E o banco de pele? E as equipes treinadas para retirada de órgãos para transplantes? O banco de ossos?
A estadualização do antigo Hospital Geral?
A conclusão do esqueleto da vergonha no CPA?
Essas perguntas devem ser respondidas pelo governador, o grande responsável por essa baderna, e não, o secretário de saúde que executa o que decide o Palácio.
Por essas e outras é que o povo permanece em protesto nas ruas.

Gabriel Novis Neves
03-07-2013

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