Ser secretário de estado nas condições atuais,
especialmente de saúde, significa a tal da missão impossível.
Não conheço o atual responsável pela saúde pública no
nosso Estado.
Se houver um culpado pelo fracasso administrativo da
nossa saúde e, se nadica de nada é feito para minorar o sofrimento dos cidadãos
de segunda classe, o último responsável é o secretário.
Seu pecado foi o de aceitar esse tipo de trabalho e
passar todo o seu mandato tentando esconder o sol com a peneira para encobrir
falhas do governo.
Ficamos encasquetados com a dedicação de certos
secretários em proteger os verdadeiros culpados pelos desmandos
administrativos.
Isso se aplica no plano municipal e no federal, de onde
vem o grande exemplo.
Ficou famosa no Brasil a resposta padrão dos nossos
executivos quando pilhados em alguma falcatrua: “não sei, não vi, nunca ouvi
falar nisso”.
Esse grupo fraseológico substituiu o famoso “nada a
declarar”, de um antigo ministro da justiça.
O povo foi às ruas pedindo reformas institucionais, sem
as quais tudo continuará como dantes.
Dessas, a mais importante é a reforma administrativa do
autoritário Poder Executivo.
Em uma nação com: quarenta ministérios e os
penduricalhos inerentes ao cargo; milhares de funcionários não concursados
com salários árabes; uma frota de modernos jatos transcontinentais para
servir apenas ao gerente número um deste país e, que faz maquiagem dos
gastos públicos, facilmente descobertos pelas auditorias privadas e escondidas
do público pela dinheirama e favores às grandes mídias - o resultado é o
protesto generalizado pelo Brasil.
Em governo, loteado pela politicagem sem escrúpulos,
com ocupantes despreparados para o exercício de funções públicas - o que
esperar em benefício da coletividade?
Mato Grosso vive em estado permanente de tragédia na
saúde, e o culpado foi o sistema que elegeu o executivo caolho para o exercício
do poder.
Quem libera, corta, faz maquiagem com as contas da
saúde, fecha hospitais, farmácia de alto-custo, contrata as OSSs, amamentam
quilométricas filas para consultas médicas e procedimentos hospitalares, paga
salários aviltantes aos trabalhadores da saúde, atrasam repasses institucionais
aos hospitais beneficentes e toda a sorte de crueldade social, é o executivo
estadual.
Muitos funcionários de carreira, que eventualmente
passaram pela secretaria de saúde, como prêmio recebe processos.
Isolados e sem recursos, terão que trabalhar o resto
das suas vidas para honrar com as despesas da sua defesa.
Em compensação, o verdadeiro responsável pela ética não
republicana no trato com a coisa pública, vestirá a roupagem de empresário
vitorioso com cartão da impunidade.
Como mentem esses homens!
Onde está o hospital de transplantes de órgãos, cuja
metade da parcela dos recursos já havia saído do Ministério da Saúde há três
anos?
Têm-se notícias do hospital da mulher? E o da criança?
Em janeiro deverá ser inaugurado o novo Hospital
Universitário na estrada de Santo Antonio. Irá com os seus duzentos e cinquenta
leitos dar suporte à Copa de 2014. Mas, ainda não saiu da prancheta.
E o banco de pele? E as equipes treinadas para retirada
de órgãos para transplantes? O banco de ossos?
A estadualização do antigo Hospital Geral?
A conclusão do esqueleto da vergonha no CPA?
Essas perguntas devem ser respondidas pelo governador,
o grande responsável por essa baderna, e não, o secretário de saúde que executa
o que decide o Palácio.
Por essas e outras é que o povo permanece em protesto
nas ruas.
Gabriel
Novis Neves
03-07-2013
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