No
momento em que começo a fazer essas reflexões, tomo ciência de que o movimento
estudantil, que desencadeou essa chamada da população às ruas, acaba de se
retirar das manifestações.
Declara
que a única finalidade do movimento era lutar contra o aumento das passagens
nos transportes coletivos e, que uma vez conseguido o seu objetivo, não mais
havia razão para o chamamento.
Fenômeno
absolutamente inédito, entre tantos outros que estamos presenciando num misto
de orgulho e de apreensão.
Ao
que parece, a solidão e o desencanto com os poderes constituídos a que foi
condenada a nossa juventude nesses últimos anos, rechaça veementemente a
possibilidade de um movimento global que inclua os seus representantes legais,
já totalmente descredenciados para tal.
As
perspectivas dos jovens, assim como os seus atos, são todos solitários, apenas
se coletivizando nos seus anseios, quadro totalmente diverso ao do movimento de
1968 em que políticas ideológicas dividiam o país.
Isso
é patente na observação de cartazes individuais de reivindicações em que
predomina o anseio pelo fim da corrupção, no meio de tantos outros.
Claro
que essa, como todas as outras, não dependem de uma simples e pura canetada por
parte dos nossos governantes, mas sim, à votação imediata das reformas de base,
há muito postergada, tais como: a política, a fiscal, a eleitoral, a contenção
imediata com a orgia dos gastos públicos, a taxação das grandes fortunas, enfim
tudo que tem sido omitido.
Evidente
que tudo isso mexe com interesses muito poderosos - daí a dificuldade para a
sua execução.
Pena
que até o momento, o único pronunciamento que conseguimos ver e ouvir dos
representantes dos poderes federal, estadual e municipal foi, além de muito
truculento, com uma total ausência de comprometimento imediato com o que todos
sabem ser necessário.
Não
é hora de jogadas políticas de longo prazo, mas de atitudes corajosas que
devolvam a justiça e a paz a todos os recantos desse país que, pela magnitude
das suas riquezas, não pode deter o seu destino - o de se tornar uma das
maiores potências mundiais.
O
que o povo pede nas ruas é muito pouco, apenas que lhe seja devolvido, em
termos de serviços, o que lhe é tirado através dos mais altos impostos do
planeta.
E
o fim da corrupção e impunidade.
Gabriel Novis Neves
22-06-2013
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