quarta-feira, 31 de julho de 2013

ESPERANÇA

Mesmo com o papa Francisco pedindo aos brasileiros que não percam as esperanças e lutem por elas, aqui no nosso rico Estado está cada vez mais difícil mantê-las.
Cada ato governamental para preenchimento de importantes e estratégicos cargos públicos, ao tomarmos conhecimentos pelos jornais das escolhas do nosso governador, é mais um golpe duro nessa tal da esperança.
Afinal, o que significa esse mágico substantivo feminino tão incorporado à nossa cultura?
Segundo o Houaiss, no seu mini Dicionário da Língua Portuguesa, esperança é um sentimento de que aquilo que se deseja é possível. Confiança. Fé.
Foi exatamente isso que a nossa gente, especialmente a mais humilde, perdeu.
Sabemos que um povo não pode viver sem esperanças, e temos que fazer de tudo para revertemos esse quadro maligno de grande poder de destruição dos nossos verdadeiros valores de vida.
A esperança desaparece pela ganância do poder pelo poder, das pratas e ouros.
Os nossos valores imateriais conquistados no berço, são invalidados pelo ter, e não, pelo ser.
A nação torna-se fragilizada, sujeita às intempéries e o seu povo apático.
Rui Barbosa já reclamava das inutilidades triunfando na sua Oração aos Moços.
Nunca foi levado a sério e, por duas vezes, foi reprovado pelas inutilidades para governar esta nação.
As inutilidades, tal pragas, reproduzem-se com extrema facilidade em campo sem esperança.
As últimas decisões tomadas pelo nosso educado governador são de fazer, os ainda otimistas existentes neste Estado, a abandonar essa postura.
Isso considero perder as esperanças por transformações tão reclamadas pelos ordeiros protestos das ruas.
As ruas das cidades mato-grossenses também falam, mas não são ouvidas.
Essa absurda falta de sensibilidade política constitui o poderoso fermento para o recrudescimento dos protestos, reforçados por pacíficos participantes dos movimentos de ruas, treinados para tratar da surdez de alguns políticos com poder de decisão.
Com a abundância da nossa flora medicamentosa tenho até a impressão que alguns políticos estão sob os efeitos alucinógenos das nossas plantas medicinais.
Estão vivendo no mundo da lua à procura do Nirvana.
O papa Francisco, na sua missão evangélica pelo nosso país, com muita cautela tem sido explícito ao incentivar os jovens a apoiar os protestos de rua visando justiça social.
Tem também chamado a atenção da juventude para a demagogia política que se aproveita dos mais desafortunados, como fez na favela de Varginha do Complexo de Manguinhos no Rio de Janeiro durante a sua estada naquele local de desassistidos.
Explicou aos moradores que o que o governo precisa fazer é a inclusão social daquela comunidade, e não, a pacificação, sempre transitória. Condenou o grande mal que assola este país, que é a corrupção.
Essas sábias palavras podem perfeitamente ser transplantadas para o nosso Estado, afetado por esses mesmos males.
O nosso Mato Grosso parece um barco desgovernado e à deriva.
Urge que todos nós façamos a nossa tarefa de casa, baseada no bem-estar da população, especialmente para a mais humilde, que é a que mais sofre.
Chegamos ao limite para a politicalha que tanto mal faz ao nosso Estado e à sua população briosa e trabalhadora.
O sofrimento, até então calado da nossa gente, foi o caldo de cultura para reflexões sobre o que está acontecendo, onde parece que a esperança foi ceifada pelos desacertos dos poderosos.
Autoridades do meu Estado!
Pensem em um pacto em benefício da nossa população que, em alerta, aguarda por esse momento.
A história não perdoa os mercadores do poder, assassinos das nossas esperanças.

Gabriel Novis Neves
27-07-2013

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