O
nosso país, que faz questão de ser chamado como pertencente ao grupo das nações
mais desenvolvidas do mundo, escorrega no quesito saúde.
A
revalidação de diplomas de médicos estrangeiros ou formados no exterior para o
exercício da sua profissão no Brasil tem que seguir o protocolo internacional
do primeiro mundo.
Isso
ocorre, sem discussões, no chamado grupo dos oito países mais desenvolvidos, e
até no dos vinte, onde está o Brasil.
Por
que aqui deve ser diferente?
É
simplesmente para esconder a falta de investimento do Estado.
Quando
houver participação efetiva do governo, criando condições para o médico exercer
com dignidade e humanismo a sua profissão, o problema desaparecerá.
Temos
o maior número de escolas de medicina do mundo, e formamos médicos em
quantidade suficiente para atender às nossas necessidades.
Nosso
problema é de ausência de políticas públicas para a fixação do médico no
interior.
Por
que não adotar o modelo que funciona muito bem nas carreiras de juízes e
promotores?
Julgo
oportuno transcrever o depoimento de um médico paulista, que logo após a sua
formatura foi atender no interior de Mato Grosso do Sul.
“Sentia-me
quase um sacerdote, pois sem estrutura, remédios ou exames laboratoriais, o meu
atendimento era quase uma benção. O paciente saía resignado, às vezes até
feliz, pois, privado da sua condição de cidadania, para ele o simples aperto de
mãos do “doutor” era a migalha de presença do Estado”.
“Segui
em frente, vim para um grande centro, onde consigo exercer da melhor forma o
que aprendi e desenvolvo minha prática em favor da saúde.”
“Ora,
para participar daquele teatro não precisa revalidar diploma, não precisa
sequer ser médico. Basta colocar um jaleco branco, que o prefeito aos gritos
anuncia: “Pronto! O doutor chegou!”
“Nesse
espetáculo já fiz o meu papel de palhaço, hoje não mais” - conclui o médico
Paulo Saraceni Neto ao Jornal Medicina do Conselho Federal de Medicina.
Gabriel
Novis Neves
19-07-2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.