segunda-feira, 1 de julho de 2013

TÃO SIMPLES

O governo patina empurrado pelas multidões nas ruas em protesto permanente.
As bandeiras vermelhas perderam o monopólio das reivindicações sociais, e o que vemos nas manifestações ordeiras são milhares de mulheres, crianças e estudantes, pedindo um Brasil mais justo.
O modelo atual de governar chegou à exaustão.
Bastou uma semana de pedidos por necessárias mudanças, para o autoritário governo federal se apavorar.
Tentou jogar a culpa nos governadores, prefeitos e sociedade.
Mentiu, mentiu e mentiu no tal encontro no Palácio do Planalto, com os executivos estaduais e municipais. A situação, que não estava boa, piorou para os infalíveis plantonistas do poder.
Para resolver o desumano problema da saúde para os cidadãos de segunda classe, a solução encontrada pelo governo foi a importação de milhares de médicos fabricados em Cuba, atrasada ilha do Caribe.
Esqueceu-se de avisar aos cubanos para trazerem cadeiras para atender os nossos pacientes internados, que ficam em corredores de hospitais.
Esses médicos importados irão para locais onde faltam leitos, hospitais, remédios e laboratórios.
É o mesmo que querer resolver o problema da fome, “importando cozinheiros num lugar onde não há comida, nem panelas nem fogão”.
O salário do médico brasileiro? Pouco mais de mil reais por mês, após enfrentar um dificílimo vestibular e estudar durante anos.
Enquanto isso, os “bolsistas” importados fabricados em escala industrial no Caribe, ganharão cerca de nove mil reais por mês para receitar xarope de agrião.
Vou repetir, senhora Presidente. O povo nas ruas deseja uma solução imediata para a sua saúde.
O Congresso Nacional já demonstrou que funciona muito bem com o combustível dos protestos.
Aprovou o projeto do pré-sal, destinando recursos para a nossa educação e saúde. Se tudo correr bem, em 2020 receberemos as primeiras migalhas.
A PEC 37 foi rejeitada quase por unanimidade, em tempo recorde.
 
O Congresso entregou o deputado condenado há anos à justiça.

Considerou também como crime hediondo o crime de corrupção com o dinheiro público.
Na pauta, o projeto ficha-limpa para os ocupantes de cargos públicos.
Será difícil encontrar substitutos para a massa que será varrida dos governos.
Nesse embalo das ruas, o Congresso poderia perfeitamente aprovar a carreira de estado para os médicos da Atenção Primária da Saúde. Concurso imediato, e teríamos médicos melhores que os importados em todas as bibocas do Brasil.
Instalações físicas para a saúde pública, o povo empurraria governadores e prefeitos para a solução.
Com a força das ruas tudo ficou tão simples, neste outrora país das bandeiras vermelhas.

Gabriel Novis Neves
24-06-2013

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