quinta-feira, 31 de julho de 2014

INOCENTE

Não gosto de ser taxado de inocente ou ingênuo, até porque isso não corresponde à verdade. Daí, até a tentação da figura de herói vai uma longa distância.
Vivemos num sistema de tal forma blindado pelas forças que o cercam e o fortalecem  que me parece muita ingenuidade assumir atitudes tipo bravatas, quando em volta o que vemos é só hipocrisia e cinismo na manutenção do “status quo”.
É mais ou menos como se gritássemos “Mengo” ou “Bota”  diante de um estádio totalmente vazio.
Essa é a sensação que todos temos do momento político atual. Ouvidos moucos desprezam o clamor das ruas.
Sofremos uma lavagem cerebral diária e subliminar que, por si só, é capaz de neutralizar com futilidades até as mais esclarecidas mentes pensantes.
Quem estuda um pouquinho de neurociência sabe como isso é feito.
Somos todos programados para a alienação coletiva, onde falsos valores nos são impingidos desde muito cedo, tais como objetos de consumo como fonte de prazer supremo.
Vivemos em função de uma meta utópica de felicidade que nunca chega. Apenas mostrada nas mídias mundiais através  das fabricadas celebridades.
Com o poder aquisitivo cada vez pior distribuído, formam-se exércitos de famintos pelo mundo afora. Essa é a triste história da humanidade, desde sempre.
Nesse contexto, ódios, guerras, fome, violência de todo tipo, inclusive familiar, fazem parte do nosso cotidiano.
As religiões, em sua maioria, nos fazem crer que isso faz parte da vida e que só assim chegaremos ao reino dos céus.
Entretanto, modernidade e tecnologia avançam no dia a dia e portas de compreensão são abertas a todos, ainda que esses fatos não estejam sendo levados em conta pelas nossas autoridades. Felizmente as pessoas estão perdendo a ingenuidade e se tornando cônscias dos seus direitos de cidadania.
Quantos séculos a mais serão necessários para que o homem passe de quadrúpede a bípede?
Sim, porque a simples postura de bípede não nos conferiu nenhuma imunidade contra a boçalidade que nos tem acompanhado através dos tempos.
Ao contrário, cada dia nós nos tornamos mais violentos com a nossa própria espécie, alheios a qualquer tipo de fraternidade mútua.
Descrentes do Estado e de seus poderes reguladores, passamos a fazer justiça com as próprias mãos, tal como nos primórdios da civilização.
Discursos políticos que não combinam com  a prática nos transformou num bando de inconformados, ainda que as nossas elites não se preocupem com isso.
Afinal, por que não comprar brioches quando falta pão?
Ou será que ninguém se recorda mais da Revolução Francesa?

Gabriel Novis Neves
28-07-2014

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Bobagem

Tentaram convencer a nossa população que Cuiabá estava pronta para a Copa. Isto foi, no mínimo, uma grande falta de respeito. Foi subestimar a capacidade do povo de observar e avaliar tudo que acontecia ao seu redor.
O programa de execução das obras da Copa foi um fiasco. A Arena Pantanal ficou pronta aos trancos e barrancos, pois sem ela não haveria jogo em Cuiabá. Mas, o seu entorno está uma calamidade.
Dizem os responsáveis por essas obras intermináveis e descontroladas, que todas as obras iniciadas serão finalizadas. O povo fica meio ressabiado, não sem razão. E só Deus sabe quando elas ficarão prontas.
A obra do VLT, a mais cara da mobilidade urbana – um bilhão e quinhentos milhões de reais – está somente 50% concluída. Até os trens já foram comprados, e corre grande risco de apodrecerem no depósito se a obra não for rapidamente entregue à população.
Diante deste cenário de puro caos, os irresponsáveis pela conclusão das obras ainda tiveram o atrevimento de pedir aos cuiabanos para mostrarem toda a sua hospitalidade para com os turistas.
Os cuiabanos são hospitaleiros, sim. Mas estão cansados de ser lembrados somente para amenizar problemas causados por seus governantes. Eles que ponham suas caras à tapa!
Se a nossa conhecida hospitalidade sensibilizasse as nossas autoridades, teriam concluído o Hospital Central, paralisado há mais de vinte anos. Teriam concluído o novo Hospital Universitário na estrada de Santo Antônio, cujo projeto de quatro anos nem saiu da prancheta. Teriam colocado em funcionamento as UPAS e os PSFs em números suficientes para atender a população. Teriam concluído o novo Pronto Socorro e o antigo (PSMC) reformado para a Copa.
O centro de diálise do HUJM já estaria atendendo a população e o setor de transplante de órgãos em plena atividade.
O número de leitos hospitalares não teria diminuído, assim como as equipes de profissionais de saúde, completas e trabalhando motivadas.
Medicamentos da Farmácia de Alto Custo jamais faltariam.
Nosso ensino seria um dos melhores do Brasil. Segurança e transportes não seriam problemas e a operação Ararath não nos visitaria, ferindo mortalmente nossa imagem de gente séria e hospitaleira.
A corrupção estaria banida do nosso Estado e a impunidade aos poderosos não existiria.
 “Os voluntários da FIFA” tiveram muita dificuldade  para explicar aos turistas porque nenhuma seleção, mesmo sendo Cuiabá o local de quatro jogos da Copa, escolheu nossa hospitaleira capital para se hospedar e se adaptar ao nosso clima.
Nossa cidade está toda esburacada, violenta, sem equipamentos sociais para atender a demanda do evento internacional. Está parecendo uma praça de guerra.
O povo cuiabano sempre foi hospitaleiro, mas, não o suficiente para seduzir turistas a conhecer as nossas belezas naturais com esse cenário desolador.
Também não ocultarão a dilapidação do nosso patrimônio histórico e cultural.
Afirmações levianas como estas nos fazem perder a pouca credibilidade que construímos junto aos estrangeiros.
O momento era mais para calar, ao invés de falar bobagens.

Gabriel Novis Neves
13-07-2014

terça-feira, 29 de julho de 2014

TEM PREÇO?

Uma das perguntas inquietantes e que constituem moeda aceitável hoje: Os valores morais têm preço?
A indústria da judicialização é uma das mais prósperas de nosso país. Diante de qualquer possibilidade de se obter uma vantagem monetária, a justiça é chamada para calcular o valor do possível dano.
Na área da medicina é uma das causas do sucateamento e, principalmente, da falta de humanismo no atendimento médico.
O trabalhador de saúde geralmente tem medo do seu cliente. Ele, não raras vezes, durante a consulta médica fica atento à possibilidade de algo que lhe possa render para processar o médico.
O resultado é a medicina tecnológica usada abusivamente, mais para proteger o profissional de saúde de uma possível chantagem jurídica do que para resolver problemas médicos dos seus pacientes.
Essa situação provoca o médico a solicitar todos os exames laboratoriais existentes, gerando custos insuportáveis para governos e planos de saúde.
Lamentavelmente está quase totalmente interrompida a relação médico-paciente e o exercício hipocratiano da medicina.
O mundo hoje é para os especialistas em doenças, e não, em doentes.
Cada vez mais desaparecem do mercado de trabalho os médicos humanistas, especialmente os das áreas básicas como clínica médica, cirúrgica, pediátrica, ginecológica e obstétrica.
A vida humana tem preço?
O triste é que tem gente que faz cálculo sobre quanto vale um pâncreas, um pulmão ou uma tireoide. E ainda vem o governo descaradamente nos apresentar programas de “humanização da medicina”, mantendo e incentivando um sistema injusto de saúde aos pobres.
Para os curiosos vou citar apenas dois itens da lista de preços da pesquisa do cientista Edward Thorndike, psicólogo social: um dente equivale a quatro mil e quinhentos dólares e um dedo do pé a cinquenta e sete mil dólares.
Thorndike revelou que quase um terço dos participantes da pesquisa considerava as mesmas “incomensuravelmente repugnantes”.
Vamos pensar gente?
Talvez mudemos de opinião a tempo de influenciar na mudança deste quadro doloroso e interromper esse sistema cruel que vem martirizando a vida das pessoas, especialmente dos menos favorecidos socialmente.
Temos a arma, basta dispará-la. É o nosso voto secreto nas próximas eleições gerais.

Gabriel Novis Neves
15-07-2014

Fantasias

Copas do Mundo provam cada vez mais que fantasias são sempre mais importantes que a realidade.
Isso é patente quando a atenção do mundo se fixa  num passe de bola, independente dos graves problemas  pelos quais passam as diferentes nações.
Muito mais que a bola, rola no mundo a fome, a injustiça social, as guerras, os conflitos religiosos, as dívidas impagáveis de alguns países, o desemprego.
Aos que demonizavam a Copa do Mundo no Brasil, o povo respondeu com alegria e, principalmente, com congraçamento.
Jogadores de países mais evoluídos - como  a Holanda - deram  um show de civilidade e de modéstia, tornando-se o símbolo da união que deveria unir a raça humana.
O estrelismo comum brasileiro teve de dar lugar  a uma posição mais humilde e real, já que todas as seleções são boas e não há favoritismo.
Cada vez mais o equilíbrio emocional é decisivo.
Os protestos anárquicos foram substituídos em campo por verdadeiros gritos de guerra contra a FIFA, quando, apesar da orientação em contrário, jogadores e povo, mesmo após o término oficial do hino nacional, continuaram o seu canto, como um brado de desobediência explícita.
Criatividade brasileira e de alto teor contestatório.  Muito mais forte que as palavras obscenas  dirigidas  aos seus mandatários, essas, absolutamente condenáveis.  Não mais o clássico hino, sinal hipócrita de patriotismo preconizado pelo poder, mas o brado de um povo que acredita poder mudar a sua história.
Quem sabe na ressaca do pós-Copa saberemos administrar melhor a nossa realidade?
Fantasia mesmo é chamar de heróis os profissionais que detém os mais altos salários do planeta.
Heróis mesmo são os bravos trabalhadores brasileiros que apesar dos parcos salários e da imensa carga de trabalho, representam a parte nobre da nação, digna  de toda a nossa admiração.

Gabriel Novis Neves
20-07-2014

PERTURBAR

Nem sempre são as coisas importantes as que nos causam tanta perturbação a ponto de nos tirar o sono.
No mundo materialista em que vivemos, os negócios costumam, quando realizados com ética, fazer com que o desejo de dormir demore a chegar.
Perfeitamente compreensível para pessoas que zelam pelo “tudo certinho” em seus compromissos.
Mas, existem fatos tão pequenos e que, ainda assim, são capazes de nos levarem à insônia patológica.
Geralmente, um microscópico inseto alado de pernas longas e finas, ao aproximar-se para a sua picada predileta no lóbulo da orelha para a retirada do sangue da sua vítima, produz um diminuto ruído em ritmo acelerado e capaz de despertar o mais profundo dorminhoco.
Ao menor movimento do seu escolhido doador ele se cala e, invisível, não é encontrado.
Quando tudo parece amenizado e o sono voltando, eis que ele aparece novamente com as suas asinhas vibrando, levando ao desespero o infeliz escolhido para nutri-lo.
Essa perturbação é tão séria, que aqueles que têm recursos financeiros compram aparelhos de ar refrigerado, para evitar a aproximação do inimigo invisível.
Outros usam ventiladores, fumaças no quarto e cobrem todo o corpo.
Quando encontro alguém reclamando muito, ao ponto de perturbar o próximo, de pequenos problemas materiais, lembro sempre do mosquitinho.
Tantos dissabores a gente passa perdendo o nosso tempo tão curto nesse grande mistério que é a vida, que se torna difícil ser solidário com o queixante de pequenas causas.
Perdas acontecem em nossas vidas. Podem ser de ordem material, das mais simples de serem ignoradas, e as de ordem imaterial, as mais dolorosas e que deixam, não raro, cicatrizes emocionais.
Entretanto, não podemos nunca nos deixar ser derrotados por elas.
A vida é uma guerra onde vence sempre aquele que apresenta melhor estrutura psicológica.
A vida tem que ser vivida e não entendida, disse alguém.
Evitar perdas, pequenas ou grandes só para os seguidores da Lei do Gerson, que estão sempre na espera de ganhos.
A vida perturba sempre os mais fracos e defensores da perfeição, incompatível com a condição humana.
 “A vida tem a cor que você pinta”. Mário Bonatti.

Gabriel Novis Neves
24-06-2014

Miscelânea

A festa da Copa do Mundo acabou. Com ela foram projetados ao mundo um futebol brasileiro desatualizado e uma Alemanha humanizada.
Agora começa outro jogo: o político. Não sei qual dos dois “jogos” é o mais violento e faltoso. Desconfio que seja o político, pois, já nas convenções partidárias, mataram muitas ambições.
Brasília patrolou uma série de pequenos partidos de aluguel visando, única e exclusivamente, seus preciosos segundos no Horário Político Gratuito do Tribunal Superior Eleitoral.
Dizem que o comboio das maletas com dinheiro vindas de Gana, para evitar que a sua seleção de futebol não abandonasse a Copa, quase se chocou com o comboio que se destinava às convenções dos partidos de segundos.
Ideologia, programas e propostas de governo visando nosso desenvolvimento ético no exercício da função pública, não entram nessa espúria contabilidade da formação do tal arco de alianças para escolher o mais qualificado dos grupos políticos.
No futebol, apesar das maletas, seus protagonistas têm de demonstrar talento para ganhar o jogo.
A tudo assistimos passivamente, como se o comportamento desses grupos fossem a coisa mais natural deste mundo.
Certo candidato pelas “oposições” ao cargo de Presidente da República durante os últimos doze anos sugou todos os benefícios do governo federal.
Quando percebeu que a água estava invadindo a embarcação do poder, na maior cara de pau pulou fora da nau abandonando seus cúmplices e, o pior, se apresentando como candidato adversário.
O político necessita de um mínimo de credibilidade e coerência para conquistar o voto livre da sociedade.
O que vemos é uma imensa miscelânea para o banquete do poder.
Aqui em Mato Grosso a situação é surrealista. Existem pessoas que se juntam somente para irritar o eleitor e fortalecer a opção majoritária do voto branco e nulo.
Empresários sem voto e nem vivência com a coisa pública, mas com boa artilharia financeira, são “escalados” para posições importantes nas chapas majoritárias, de preferência como vices e suplentes que não precisam de votos.
Tudo combinado para assumirem logo após a posse dos titulares, além de controlarem majoritária fatia do loteamento do Estado.
É triste, mas essa é a verdade que enfrentaremos após a Copa das Copas.

Gabriel Novis Neves
23-07-2014

sexta-feira, 25 de julho de 2014

ECONOMIA

Não tenho embasamento teórico suficiente para analisar as ideias revolucionárias do jovem economista Thomas Piketty.
Li seu depoimento nas páginas amarelas da revista “Veja” e assisti a entrevista que ele concedeu ao jornalista Jorge Pontual no canal de TV “Globo News”.
A sua proposta põe por terra dois séculos de dominação da teoria de Karl Marx.
Para o leigo, ele traduz exatamente oque desejamos: diminuição da desigualdade social - vírus de todos os nossos maiores males.
Ele não concorda, após anos de pesquisa, que o crescimento econômico de um país que produz riquezas só para alguns, seja o caminho mais indicado para o desenvolvimento social.
Defende a tese de que a taxação de impostos não pode ser igual para todos. Pois não é justo que uma multinacional, que obtém lucros estratosféricos e incentivos oficiais pague o mesmo imposto que um pequeno comerciante de bairro.
A proposta básica, já aceita na Europa, é reestudar e modificar o tal índice da taxa sobre os lucros das grandes empresas, principalmente.
Quem ganha muito deve pagar mais. Esse dinheiro, entretanto, não seria distribuído indiscriminadamente aos pobres. Seria investido em educação de qualidade para todos, hospitais públicos, segurança e qualificação profissional.
A produtividade, com um bom nível educacional, aumentaria, e todos lucrariam socialmente com a melhoria da renda.
Só assim teremos desenvolvimento social e qualidade de vida para a nossa população.
O resto é demagogia e falta de espírito republicano de nossos governantes de plantão.
O mundo exige inovações e gente qualificada educacional e culturalmente no comando de seus povos.
“É crucial que um país tenha empreendedores, ricos, classe média, pobres. Mas precisamos assegurar que a riqueza dos diferentes grupos cresça em ritmo minimamente coerente” – Tomas Piketty.

Gabriel Novis Neves
11-07-2014

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Onda de otimismo

Impressionante a nossa capacidade de auferir ganhos mesmo em condições precárias do momento sentimental popular após um mau desempenho numa Copa do Mundo.
Descobrimos que, se em campo fomos péssimos, fora dele, demos um show de simpatia e civilidade.
Logo após tantos elogios transmitidos pelas mídias mundiais, conseguimos até reunir os Brics, o que vinha sendo tentado há quatorze anos sem sucesso.
Se tudo ocorrer como esperamos que ocorram, notícias alvissareiras para o  grupo formado por Brasil,  Rússia, Índia, China, África do Sul.
Com a perspectiva de criação de um banco com um ativo de cem bilhões de dólares, recursos poderão ser usados em infraestrutura  nos diversos países.
Também será criado um fundo no valor de cinquenta bilhões de dólares para ser usado em caso de emergência  por qualquer um dos cinco emergentes.
Imediatamente, a nossa “hermana” argentina curou-se rapidamente da sua laringo faringite de dois dias antes por ocasião da festa do último jogo da Copa em que não compareceu, e fez malas  rumo a esse encontro com os emergentes.
Quem sabe agora as dificuldades criadas para a organização do  MERCOSUL sejam dissipadas  mediante a possibilidade  de novos horizontes.
Na verdade, estaria se formando um fundo paralelo ao FMI onde apenas os líderes em investimentos (EUA), tem poder de veto.
Nesses termos, os Brics, formados por apenas cinco países, funcionaria de uma maneira mais igualitária.
Dadas às inúmeras diferenças  políticas, econômicas e culturais entre os cinco países do grupo, fácil deduzir os desgastes políticos que surgirão.
A Rússia, geograficamente, equivale a dois Brasis. Além disso, como nos posicionares com relação à anexação de novos territórios?
Respostas para o futuro.
Afinal, não poderia haver melhor momento para o acordo tão esperado.
Fizemos, inclusive, algumas concessões, tais como, sediar a organização em Xangai na China e entregar a presidência a um indiano.
Coube-nos a presidência do conselho administrativo. Menos mal.
Apesar dos ganhos em longo prazo, não deixa de ser um fato para ser comemorado...

Gabriel Novis Neves
16/07/2014

quarta-feira, 23 de julho de 2014

ADVERSÁRIO

Pouca gente entende que adversário político não é inimigo.
São pessoas civilizadas que pensam de maneiras diferentes sobre os nossos mais variados problemas e as prioridades e métodos em resolvê-los.
A unanimidade é burra, já dizia o grande dramaturgo Nelson Rodrigues, especialmente na opção de solucionar dificuldades, sejam econômicas, sociais, culturais ou políticas.
O articulista quando escreve, opina sobre aquilo que a grande mídia já publicou, e que muitos dos seus leitores já tomaram conhecimento.
Cada qual tem o seu estilo de relatar um fato verídico. Uns são mais verborrágicos, outros escrevem por metáforas, uns citam nomes dos atores e são mais econômicos na transmissão da sua opinião.
Prefiro não citar nomes, só excepcionalmente, mas fatos relato muitas vezes de maneira irônica para amenizar a gravidade da notícia.
O escritor não é aquele que só transmite o ocorrido, mas sim, o que cria o fato não percebido.
É comum o entrevistado pensar de uma maneira diferente daquilo que diz ser correto. Isso pode ser percebido por jornalistas atentos às fraquezas humanas.
É a fórmula politicamente correta de se expressar, uma maneira que não interessa à opinião pública.
Alguns leitores mais afoitos se sentem ofendidos diante de determinadas colocações, na maioria das vezes injustas, com a simples leitura de um  texto feito com ética e seriedade.
Quando a situação real é insuportável, o melhor é escrever o fato com humor.
O Brasil passa pela sua pior crise moral e política de todos os tempos.
Difícil esconder o sol com a peneira. Todos esses escândalos, apesar de abafados pelas grandes mídias, que sobrevivem com patrocínios do governo, são publicados nas redes sociais. E, são elas que fazem o papel democrático de esclarecer pequena parcela da nossa população que tem acesso e interesse a esse tipo de comunicação.
São tantos escândalos estourando diariamente, que se torna difícil selecionar para divulgar os mais perniciosos ao nosso país.
Com as nossas Instituições chamuscadas pela falta de espírito republicano em suas ações com o trato com a coisa pública, são essas as que mais despertam a atenção neste momento, também por envolverem políticos.
Até os absurdos cometidos com os custos das obras da Copa, onde, no dizer do tetracampeão e deputado federal Romário de Souza Faria, nós perdemos a Copa fora do campo para as operações da Polícia Federal.
Em campo os alemães nos humilharam com o inacreditável 7x1!
Obras inacabadas e o caderninho de obrigações com a FIFA assinadas em 2007 e não cumpridas, transformaram a maior Copa de todos os tempos em uma boa desculpa para seus idealizadores não comparecerem aos jogos, temendo vaias e atos de hostilidade dos poucos felizardos presentes às Arenas.
O Brasil é mesmo um país de segunda categoria, onde seus governantes tem medo do povo que está pagando quase 100% dos custos dessa extravagância.
O tiro saiu pela culatra e a Copa das milionárias Arenas padrão FIFA ficará nos anais da nossa história como a maior Copa da incompetência.
Em compensação querem nos gratificar como campeões da hospitalidade...
Esse é o fato, não escrito para inimigos. Uns gostarão, outros não. É a democracia.

Gabriel Novis Neves
13-07-2014

terça-feira, 22 de julho de 2014

Ganância mundial

Eu, como frequentador transitório nesse planeta, assim como todos nós, sinto-me extremamente incomodado ao perceber o desastre a que são levadas as nações em decorrência da ganância mundial.
Estupefato, assisti um comunicado ao vivo feito pelo Ministro da Economia argentina na televisão local. Jovem e bem articulado, mostrou todas as mazelas que compõem o quadro econômico mundial, principalmente no que tange à América Latina.
Segundo ele, a dívida que foi apresentada à Argentina é totalmente impagável - em todos os sentidos da palavra.
A bela Buenos Aires, outrora poderosa, conhecida como uma das mais elegantes da América do Sul, hoje vive assustada pela intensa crise econômica que assola o país.
A Argentina, segundo decisão judicial - cujo prazo se extingue em 30/06/2014 - está sendo obrigada a quitar dívidas contraídas em 1993, e que agora se apresenta com um acréscimo de 1.600%.
Os tais “Fundos Abutres” que tiraram o sono dos argentinos é o assunto do momento.
Copa mundial de futebol é preocupação menor na cidade e não consegue alegrar sequer a população mais esclarecida.
Hotéis de luxo, e outros não tanto, apresentam uma ocupação de 30%, enquanto restaurantes, lojas comerciais e casas de show amargam a mesma falta de movimento.
O pessimismo tomou conta do semblante desse povo, outrora tão confiante e orgulhoso.
As belas ruas e avenidas de Buenos Aires já não exibem a grandeza e a pujança que as diferenciava das outras capitais da América do Sul.
Só nos resta torcer para que essa ganância mundial não venha acabar com o resto da América Latina, sempre vítima dos governos corruptos através dos séculos.
O ópio futebolístico já não é suficiente para aplacar a tristeza desses povos.

Gabriel Novis Neves
20-06-2014

segunda-feira, 21 de julho de 2014

ARENA OU ESTÁDIO?

Houaiss define arena como anfiteatro, picadeiro, lugar de combate, e estádio como campo com instalações para jogos e provas esportivas.
A poderosa FIFA, de maneira autoritária, passou uma borracha em cima dessas definições e através de uma resolução ditatorial transformou os antigos estádios de futebol em arenas.
Não podemos nem chamar as arenas da FIFA em similares ou genéricos dos nossos queridos estádios, tão cheios de tradições.
Exige a multinacional dos esportes que todos os seus eventos esportivos têm de ser realizados nas suas arquitetônicas e suntuosas arenas, com padrão de sua qualidade.
Isso significa diminuição do número de assentos e custo das obras só para países ricos.
Com isso perdemos a nossa memória futebolística rica em histórias apaixonantes.
Ao ir ao Maracanã a história predileta é a do gol uruguaio contra o Brasil na decisão da Copa do Mundo de 1950, quando perdemos o título com a bola entrando na rede entre o corpo do nosso goleiro e a trave.
E olhem que foi lá que Pelé marcou o seu milésimo gol, quando o dedicou às criancinhas.
E o Pacaembu de goleiros inesquecíveis com o Oberdan do Palmeiras.
Todos os estádios tiveram a sua história jogada no lixo pelos “inventores” das arenas.
O nosso Verdão, em plena maturidade, foi destruído, levando a saudade do gol olímpico do Pelezinho do Mixto em noite inesquecível e com público superior aos jogos da Copa, na partida contra o Clube de Regatas Vasco da Gama do Rio de Janeiro.
As arenas são palácios que após a Copa poderão ser transformados em elefantes brancos, absolutamente inúteis.
No caso da nossa Arena Pantanal não corremos esse risco, pois mesmo sem times de futebol somos o Estado maior produtor de grãos.
Facilmente será aproveitado como armazém para estocar alimentos para exportar para o mundo.
Difícil acompanhar esse modernismo comercial, esquecendo a beleza do nosso passado e das nossas tradições.
Não estamos distantes do dia em que a FIFA, com toda a sua pujança, começará a mudar os destinos do nosso planeta Terra.

Gabriel Novis Neves
23-06-2014

Segredos

A qualidade dos segredos é sempre diretamente proporcional ao grau de repressão de cada época.
As mulheres, sempre muito mais reprimidas em todos os tempos, foram sempre as portadoras dos maiores sigilos, principalmente no âmbito pessoal.
A hipocrisia imposta pela sociedade abarrota a humanidade de culpas, que a rigor não existem, pois foram ditadas por regras de conduta para que a nossa parte animal estivesse sempre sob controle.
As religiões tiveram um papel importante na imposição desses códigos, mitos e dogmas.
Para as classes abastadas surgiram as terapias, sempre inacessíveis aos menos afortunados. Estes, sempre contaram com os médicos e com os líderes religiosos, tidos como fieis portadores de grandes segredos.
O fato é que o ser humano tem necessidade de se livrar de suas “culpas”, o que geralmente só acontece quando consegue dividi-las com alguém de sua confiança.
A igreja católica, muito sabiamente, estipulou as chamadas penitências, sempre proporcionais ao tamanho de cada “pecado”.
As penitências nada mais são do que medidas preventivas para não despertar o animal que habita em cada um de nós. Estamos a muitas léguas da perfeição de um verdadeiro ser humano pensante.
Passo a passo a humanidade vem se livrando de inúmeros preconceitos, fonte de muitas infelicidades.
Um deles, o homossexualismo - atualmente relativamente bem aceito, até com legislação própria, mas já foi motivo de destruição de várias vidas através dos séculos.
Ainda hoje, em pleno século XXI, dois segredos inconfessáveis ainda fazem parte de um grande número de mulheres: a admissão de violência doméstica e o da traição conjugal.
Incrível que eles permaneçam numa época em que as mulheres atingiram a igualdade na divisão de trabalho com os homens e, portanto, os mesmos direitos.
Os quatro séculos de submissão feminina deixaram marcas profundas, fazendo com que algumas mulheres ainda façam do casamento a sua mais segura fonte de renda.
O confessar vida sexual prazerosa no passado era quase um crime, tal como é nos dias atuais admitir o contrário.
A cultura atual é massacrante. Temos  a obrigação de sermos belos, jovens, magros, felizes e sexualmente muito ativos.
Dessa maneira, permanecem em nós muitos segredos inconfessáveis, apesar desse mundo glamoroso que se nos é imposto  atualmente.
Os homens, mais permissivos, são bem mais abertos entre si, omitindo apenas o que mexe diretamente com a sua vaidade.
Felizmente vivemos tempos de menos hipocrisias, em que temas pessoais ou coletivos, outrora os mais escusos, são discutidos de maneira mais transparente e cada vez mais desmistificados, até mesmo no meio familiar.
Uma nova ordem começa a livrar o mundo de seus estigmas falso moralistas.

Gabriel Novis Neves
18-07-2014

SANGUE LATINO

As Copas do Mundo trazem à tona a grande diferença emocional entre latinos e europeus.
Chamou-nos a atenção, por exemplo, a aparente frieza dos jogadores alemães.
Enquanto nós, sentimentalistas desvairados, nos debulhamos em choros e afagos, tanto nas derrotas como nas vitórias.
Os germânicos, mesmo na vitória, se comportam de uma maneira distante e fria.
É como se um conjunto de alunos de colégios de padre estivesse mostrando a sua distância das coisas terrestres.
Nada de tatuagens, nada de cabelos exóticos, nada de afagos mútuos.
Nós choramos, sofremos, amamos, mas quem sabe numa intensidade maior que a vida sugere?
Os alemães deixam a intensidade das emoções para coisas mais palpáveis, e não para o simples fato, aparentemente de pequena importância, de vinte e duas pessoas disputando por noventa minutos a posse de uma bola.
Cuidam de um país com um dos mais altos índices de desenvolvimento do planeta, focado nos eventos culturais e de âmbito social.
Não estamos na rabeira do desenvolvimento por simples acaso, mas por puro merecimento. Nossos valores, ainda que equivocados, são absolutamente outros.

Gabriel Novis Neves
09-07-2014

Projeções

Todos nós vivemos em cima de projeções, quer queiramos ou não. O nosso referencial é sempre o outro.
Jogamos em quem está mais próximo e mais íntimo de nós todas as nossas frustrações, as nossas raivas, os nossos ódios.
No individual, isso costuma ser meio contido, parcimonioso.
O perigo maior é no coletivo, quando nos sentimos fortes e desinibidos para qualquer tipo de violência.
Isso tem sido visto nas manifestações de rua. Pessoas consideradas tranquilas, e até mesmo pacíficas, na multidão, se despem de seus medos e se tornam extremamente agressivas. Daí o perigo dos protestos no dia a dia.
No âmbito pessoal agredimos e somos agredidos, geralmente pelos que mais amamos. São incontáveis os casos em que idosos e crianças são maltratados pelos familiares e pelos mais próximos.
Reações desproporcionais às causas, algumas vezes banais, são meras consequências de toda essa carga de energia acumulada durante a vida, de todos os lados.
Domados logo após o nascimento pela ética e pela cultura, somos impedidos de exorcizar as nossas angustias, as nossas insatisfações, o nosso ódio.
Segurar as feras internas é um dever pessoal e da sociedade como um todo.
O pior é que quanto mais seguros nos mostramos a terceiros, maior é a ira deles contra nós.
Incomodamos muito quando mostramos sinais de estar vivenciando  felicidade. Tudo é admitido, menos ver alguém bem. Imediatamente são disparadas baionetas para liquidar qualquer estado de espírito positivo.
O que fazer?
O ser humano funciona dessa forma.
Basta compreendê-lo e, se possível, amá-lo.

Gabriel Novis Neves
28-06-2014

quinta-feira, 17 de julho de 2014

RESILIÊNCIA

Basicamente, em termos psicológicos, resiliência é a capacidade de administrar da melhor maneira possível a adversidade.
Os indianos traduzem isso num ditado que diz: “Isso também passará”.
Aqui na terrinha temos até letra de samba preconizando o “levanta,sacode a poeira e dá volta por cima”.
A vida nesse planeta é cheia de adversidades para todos.
Nada é fácil, e a busca pelo equilíbrio emocional é uma conquista diária.
O brasileiro, de modo geral, tem o péssimo hábito de transferir os fracassos, ou o mau desempenho dos nossos jogadores de futebol, para ele mesmo, como uma incapacidade de ser sempre vitorioso.
É o que aconteceu nesta desastrada Copa do Mundo diante uma preparada Alemanha.
Já não basta o que nos espera após esses trinta dias de circo e fantasia, aliás, vindos em boa hora, já que é imensa a onda de pessimismo que envolve o país nesses meses pré-eleitorais.
De certa forma, transferimos esse pessimismo para todas as arenas em que enfrentamos outros competidores, sempre desmerecendo a nossa atuação.
Aliás, essa identificação de arena com as usadas para torturas nos tempos romanos soa para mim como uma associação maléfica. Mas, faz jus à promoção pela suntuosidade dos espaços.
Voltando às nossas expectativas com relação ao nosso desempenho final na “Copa das Copas”, disputando um desmotivado terceiro lugar é de bom alvitre que, mais do que nunca, façamos uso da nossa conhecida capacidade de resiliência. Isso não aconteceu e, levamos uma gloriosa goleada da Holanda.
Mesmo com as decorrências desagradáveis com dois de nossos melhores jogadores, cumprimos bem o nosso papel de bons anfitriões. Mostramos ao mundo que somos pobres, mas alegres e ‘limpinhos’.
A alegria nata do povo brasileiro e o compromisso com a felicidade poderão ser a grande alavanca para incrementar o turismo no nosso país.
Ao que tudo indica essa grande propaganda internacional foi conseguida,já que todos os jornalistas, através de seus holofotes, deram grande destaque para as nossas belezas naturais e para a espontaneidade do nosso povo.
O auxílio telúrico foi imenso, já que a maioria do país viveu um belíssimo inverno ameno ensolarado.
Vamos torcer para que os nossos dirigentes percebam a necessidade que o momento sugere para novas oportunidades nesse campo, pois essa propaganda nos custou muito caro.
No mais, desejamos ao jovem Neymar um rápido restabelecimento e uma forte resiliência.

Gabriel Novis Neves
13-07-2014

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Porque choramos

Não acredito que possa ser verdadeira a demonstração de tanto sofrimento, tanta humilhação e tanta vergonha apenas em função do mau desempenho de uma seleção de futebol numa Copa do Mundo.
Seleções, tão ou mais conceituadas que a nossa, milionárias, de países de primeiro mundo, foram eliminadas precocemente e nem por isso provocaram convulsão entre seus torcedores.
A Espanha, por exemplo, com uma equipe de jogadores dos melhores e mais bem pagos da atualidade, absorveu tranquilamente a derrota de seu time. Seu povo, massacrado pela crise econômica que assola grande parte da Europa, está muito mais preocupado com as altas taxas de desemprego, estas sim, extremamente graves.
Choramos, não por termos um time “humilhado”,  por ter perdido um jogo por  3, por 5 ou por 7  a zero  ou a 1. Humilhados somos no dia a dia por uma elite política que nada faz para minimizar os nossos sofrimentos e que apenas se corrompe e nos corrompe.
Choramos por nos vermos colonizados por multinacionais poderosas, tal como a FIFA. Eventos que expoliam a nossa economia, incentivados pelos nossos próprios governantes, dão um lucro  de 12 bilhões de reais, livres de quaisquer impostos.
Destroem as nossas leis, impõem suas próprias regras e disseminam a corrupção.
Além disso, dados oficiais confirmam uma perda de 14 bilhões de reais pelo comércio em geral. Apenas pequenos setores da economia  conseguiram algum sucesso (ambulantes, bares, botecos e, principalmente, o turismo sexual).  Isso sem falar no legado de obras faraônicas que se tornarão apenas símbolos de lembranças que não gostaríamos de ter.
Choramos por estarmos condicionando as nossas crianças a um patriotismo que apenas se manifesta nas arenas de futebol quando, histericamente, cantam o hino nacional.
Fazemos com que essa Copa seja vencida em homenagem a elas que nunca haviam visto o brilho “do país do futebol”.  Até mesmo as crianças vítimas de enchentes no Estado do Rio foram induzidas a essa participação.
Choramos por nos mostrarmos ao mundo como um belo e grandioso país, mas que não respeita o livre acesso de seus cidadãos a um sistema de saúde e de educação de qualidade.
Choramos ao constatarmos que, mergulhados no mundo da fantasia que as Copas proporcionam aos países  que as sediam, é possível melhorar a segurança das cidades e que a polícia  pode ser eficiente sem ser truculenta.
Choramos sim, pela capacidade das grandes mídias promoverem uma lavagem cerebral no sentido que a vitória de seleções milionárias substitua a penúria em que vive a maior parte de seus torcedores. Como se o sucesso no futebol fosse uma compensação do que não conseguimos ser.
Choramos por um mártir nacional vítima da violência no futebol e pelo qual todos nós tínhamos de jogar.
Choramos ao constatar que o chamado “boom econômico” que vivemos na última década se esvaiu diante da perspectiva de uma economia em declínio.
Choramos, enfim, com uma seleção, que vivendo longe das nossas agruras, vivenciou na própria carne as angústias de seus compatriotas. A grande maioria deles saiu da pobreza, mas as lembranças da pobreza não saíram deles.
Estarão eles marcados por essa espada cravada em seus  corações, ainda que agora pertencentes ao restrito clube dos milionários?
Talvez tenha sido essa a parte mais emocionante desse final de Copa. Não vimos nenhuma outra seleção com tamanho sentimento de rejeição.
Ressalte-se a descrição e o respeito de nossos visitantes que comemoraram discretamente em seus redutos a sua bela e merecida vitória.
Importante agora é não perder o foco e explicar, principalmente às crianças, que a vida não se resume apenas a uma vitória de Copa do Mundo...
Isso é muito pouco para mergulhar um país em depressão.

Gabriel Novis Neves
08-07-2014