Certa
ocasião eu publiquei um artigo onde comentava que o excesso de notícias
significa falta delas.
Na
prática estamos presenciando essa verdade. Na semana decisiva da Copa das Copas
o assunto dominante na mídia televisada e escrita é a lesão da apófise de uma
vértebra lombar do camisa 10 da seleção brasileira.
Com
os times nivelados por baixo, não há novidades sobre os próximos jogos e
possíveis ganhadores.
Então,
sem craques em destaque para preencher o tempo já vendido aos patrocinadores, o
jeito é convidar ortopedistas, psicólogos e historiadores para discutir todos
os mínimos detalhes do choque entre atletas, e que, infelizmente, tirou dos
próximos dois jogos o nosso melhor jogador.
Daqui
a três meses o Neymar estará treinando e possivelmente jogando no Barcelona.
Em
Copas passadas já tivemos lesões em craques consagrados mundialmente, como foi
o caso do Pelé no Chile, afastado logo no segundo jogo com uma séria distensão
na virilha.
Já
era Campeão do Mundo na Suécia (1958) e chamado de Rei.
Foi
chamado o seu reserva Amarildo, que fez com que todos se esquecessem do menino
do Santos.
Nelson
Rodrigues o apelidou de “Possesso”, e foi uma das sensações da Copa
inesquecível – aquela que o Brasil foi campeão sem o Rei.
Nada
de choradeira ou psicólogos. A imprensa, que contava com tantos craques dignos
de matérias especiais, fazia com que os médicos passassem despercebidos.
Também,
pudera!
Uma
seleção com Garrincha, Didi, Nilton Santos, Gilmar e tantos outros, a notícia
futebolística sempre existia.
Naquela
época comentava-se muito nos meios de comunicação o bolão que o Garrincha
estava jogando e suas saídas diárias da concentração com a cantora Elza Soares.
Agora
a situação é bem diferente. Sem craques, com jogadores estrangeiros
desentrosados e um técnico autoritário, dependendo de uma defesa que faça gols,
é melhor então gastar o tempo de espera falando da fratura de Neymar, fruto da
imensa violência do futebol dos nossos dias.
Gabriel
Novis Neves
07-07-201
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