Uma
das perguntas inquietantes e que constituem moeda aceitável hoje: Os valores
morais têm preço?
A
indústria da judicialização é uma das mais prósperas de nosso país. Diante de
qualquer possibilidade de se obter uma vantagem monetária, a justiça é chamada
para calcular o valor do possível dano.
Na
área da medicina é uma das causas do sucateamento e, principalmente, da falta
de humanismo no atendimento médico.
O
trabalhador de saúde geralmente tem medo do seu cliente. Ele, não raras vezes,
durante a consulta médica fica atento à possibilidade de algo que lhe possa
render para processar o médico.
O
resultado é a medicina tecnológica usada abusivamente, mais para proteger o
profissional de saúde de uma possível chantagem jurídica do que para resolver
problemas médicos dos seus pacientes.
Essa
situação provoca o médico a solicitar todos os exames laboratoriais existentes,
gerando custos insuportáveis para governos e planos de saúde.
Lamentavelmente
está quase totalmente interrompida a relação médico-paciente e o exercício
hipocratiano da medicina.
O
mundo hoje é para os especialistas em doenças, e não, em doentes.
Cada
vez mais desaparecem do mercado de trabalho os médicos humanistas,
especialmente os das áreas básicas como clínica médica, cirúrgica, pediátrica,
ginecológica e obstétrica.
A
vida humana tem preço?
O
triste é que tem gente que faz cálculo sobre quanto vale um pâncreas, um pulmão
ou uma tireoide. E ainda vem o governo descaradamente nos apresentar programas
de “humanização da medicina”, mantendo e incentivando um sistema injusto de
saúde aos pobres.
Para
os curiosos vou citar apenas dois itens da lista de preços da pesquisa do
cientista Edward Thorndike, psicólogo social: um dente equivale a quatro mil e
quinhentos dólares e um dedo do pé a cinquenta e sete mil dólares.
Thorndike
revelou que quase um terço dos participantes da pesquisa considerava as mesmas
“incomensuravelmente repugnantes”.
Vamos
pensar gente?
Talvez
mudemos de opinião a tempo de influenciar na mudança deste quadro doloroso e
interromper esse sistema cruel que vem martirizando a vida das pessoas,
especialmente dos menos favorecidos socialmente.
Temos
a arma, basta dispará-la. É o nosso voto secreto nas próximas eleições gerais.
Gabriel
Novis Neves
15-07-2014
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