terça-feira, 29 de julho de 2014

TEM PREÇO?

Uma das perguntas inquietantes e que constituem moeda aceitável hoje: Os valores morais têm preço?
A indústria da judicialização é uma das mais prósperas de nosso país. Diante de qualquer possibilidade de se obter uma vantagem monetária, a justiça é chamada para calcular o valor do possível dano.
Na área da medicina é uma das causas do sucateamento e, principalmente, da falta de humanismo no atendimento médico.
O trabalhador de saúde geralmente tem medo do seu cliente. Ele, não raras vezes, durante a consulta médica fica atento à possibilidade de algo que lhe possa render para processar o médico.
O resultado é a medicina tecnológica usada abusivamente, mais para proteger o profissional de saúde de uma possível chantagem jurídica do que para resolver problemas médicos dos seus pacientes.
Essa situação provoca o médico a solicitar todos os exames laboratoriais existentes, gerando custos insuportáveis para governos e planos de saúde.
Lamentavelmente está quase totalmente interrompida a relação médico-paciente e o exercício hipocratiano da medicina.
O mundo hoje é para os especialistas em doenças, e não, em doentes.
Cada vez mais desaparecem do mercado de trabalho os médicos humanistas, especialmente os das áreas básicas como clínica médica, cirúrgica, pediátrica, ginecológica e obstétrica.
A vida humana tem preço?
O triste é que tem gente que faz cálculo sobre quanto vale um pâncreas, um pulmão ou uma tireoide. E ainda vem o governo descaradamente nos apresentar programas de “humanização da medicina”, mantendo e incentivando um sistema injusto de saúde aos pobres.
Para os curiosos vou citar apenas dois itens da lista de preços da pesquisa do cientista Edward Thorndike, psicólogo social: um dente equivale a quatro mil e quinhentos dólares e um dedo do pé a cinquenta e sete mil dólares.
Thorndike revelou que quase um terço dos participantes da pesquisa considerava as mesmas “incomensuravelmente repugnantes”.
Vamos pensar gente?
Talvez mudemos de opinião a tempo de influenciar na mudança deste quadro doloroso e interromper esse sistema cruel que vem martirizando a vida das pessoas, especialmente dos menos favorecidos socialmente.
Temos a arma, basta dispará-la. É o nosso voto secreto nas próximas eleições gerais.

Gabriel Novis Neves
15-07-2014

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