Todos
nós vivemos em cima de projeções, quer queiramos ou não. O nosso referencial é
sempre o outro.
Jogamos
em quem está mais próximo e mais íntimo de nós todas as nossas frustrações, as
nossas raivas, os nossos ódios.
No
individual, isso costuma ser meio contido, parcimonioso.
O
perigo maior é no coletivo, quando nos sentimos fortes e desinibidos para
qualquer tipo de violência.
Isso
tem sido visto nas manifestações de rua. Pessoas consideradas tranquilas, e até
mesmo pacíficas, na multidão, se despem de seus medos e se tornam extremamente
agressivas. Daí o perigo dos protestos no dia a dia.
No
âmbito pessoal agredimos e somos agredidos, geralmente pelos que mais amamos.
São incontáveis os casos em que idosos e crianças são maltratados pelos
familiares e pelos mais próximos.
Reações
desproporcionais às causas, algumas vezes banais, são meras consequências de
toda essa carga de energia acumulada durante a vida, de todos os lados.
Domados
logo após o nascimento pela ética e pela cultura, somos impedidos de exorcizar
as nossas angustias, as nossas insatisfações, o nosso ódio.
Segurar
as feras internas é um dever pessoal e da sociedade como um todo.
O
pior é que quanto mais seguros nos mostramos a terceiros, maior é a ira deles
contra nós.
Incomodamos
muito quando mostramos sinais de estar vivenciando felicidade. Tudo é admitido, menos ver alguém
bem. Imediatamente são disparadas baionetas para liquidar qualquer estado de
espírito positivo.
O
que fazer?
O
ser humano funciona dessa forma.
Basta
compreendê-lo e, se possível, amá-lo.
Gabriel
Novis Neves
28-06-2014
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