Ao
longo da minha jornada de vida tenho observado que os que não mudam de atitudes
e valores têm dificuldade em sobreviver.
É
assim na natureza. Ela vive em constantes transformações, ditando suas regras a
cada instante.
Nós,
habitantes desse universo, precisamos lidar com essa dinâmica do incerto em
todos os momentos da vida. Temos de colocar em prática o popularmente chamado
“jogo de cintura”. De acordo com a nossa capacidade de adaptação seremos
pessoas mais ou menos leves e prazerosas.
Essa
metamorfose constante que a vida nos impõe é que nos permite um estado mental
satisfatório.
A
pouca ou nenhuma compreensão do universo, é uma das causas que costumam nos
impedir de entender entes queridos que nos rodeiam, seja no âmbito familiar, seja no social.
Costumamos
idealizar muito aqueles que amamos - pais, filhos, cônjuges, companheiros ou
amigos. Disso decorre muita decepção, pois a vida vai mudando, e assim deixando
de corresponder aos padrões que para elas estabelecemos. De repente, nos
deparamos com desconhecidos próximos.
Se
passássemos a exigir menos de quem amamos talvez pudéssemos conviver melhor com
esse esquema montado pela nossa sociedade, que é a organização familiar. Fonte
de tantas alegrias e também de tantos desencantos.
Os
que não obedecem às regras vigentes, por razões próprias ou atribuídas ao
acaso, têm as decepções familiares substituídas pela propalada e tão temida
solidão. Simples assim.
A
humanidade, imperfeita como é, vive se agarrando às tábuas de salvação, tanto
familiares e religiosas quanto às sociais.
Quando
entendemos as nossas imperfeições passamos a conviver melhor com o que e com
quem nos cerca.
Os
problemas não são pessoais, são de seres rotulados de racionais, mas que usam
muito pouco a razão. Além de tudo, já vem de fábrica com uma carga genética
violenta e que influi na sua capacidade de transformação.
No
conflito estabelecido pela sociedade entre Deus e o Diabo surgem a virtude, a
moral, os falsos comportamentos e as hipocrisias da convivência.
Os
inúmeros personagens do passado aos quais nos referimos como “sábios”, só
diferem de nós porque eram pessoas que se entregavam ao conhecimento como fonte
de vida.
Importante
imaginar que a única solução para a nossa penúria mental é avaliá-la
diariamente, diminuindo assim os seus danos.
Somos
tão pequenos e tão mesquinhos, que compaixão deve ser a palavra de ordem para
esse estágio do desenvolvimento em que nos encontramos.
Estou
convencido que não levar muito a sério as intempéries do cotidiano, é o
primeiro passo.
Vivemos
tentando transformar nossos entes queridos em pessoas mais semelhantes a nós, o
que é uma tarefa inglória. Eles são o que são - no que a vida os transformou.
Amá-los
e aceitá-los imperfeitos como nós mesmos somos é a única perspectiva de
convivência pacífica.
Caso
contrário, é só mudar para o Tibete e passar a vida meditando... ou ser mais um
idoso estressado.
Gabriel
Novis Neves
07-06-2014
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