quarta-feira, 9 de julho de 2014

MUDANÇAS

Ao longo da minha jornada de vida tenho observado que os que não mudam de atitudes e valores têm dificuldade em sobreviver.
É assim na natureza. Ela vive em constantes transformações, ditando suas regras a cada instante.
Nós, habitantes desse universo, precisamos lidar com essa dinâmica do incerto em todos os momentos da vida. Temos de colocar em prática o popularmente chamado “jogo de cintura”. De acordo com a nossa capacidade de adaptação seremos pessoas mais ou menos leves e prazerosas.
Essa metamorfose constante que a vida nos impõe é que nos permite um estado mental satisfatório.
A pouca ou nenhuma compreensão do universo, é uma das causas que costumam nos impedir de entender entes queridos que nos rodeiam, seja no âmbito  familiar, seja no social.
Costumamos idealizar muito aqueles que amamos - pais, filhos, cônjuges, companheiros ou amigos. Disso decorre muita decepção, pois a vida vai mudando, e assim deixando de corresponder aos padrões que para elas estabelecemos. De repente, nos deparamos com desconhecidos próximos.
Se passássemos a exigir menos de quem amamos talvez pudéssemos conviver melhor com esse esquema montado pela nossa sociedade, que é a organização familiar. Fonte de tantas alegrias e também de tantos desencantos.
Os que não obedecem às regras vigentes, por razões próprias ou atribuídas ao acaso, têm as decepções familiares substituídas pela propalada e tão temida solidão. Simples assim.
A humanidade, imperfeita como é, vive se agarrando às tábuas de salvação, tanto familiares e religiosas quanto às sociais.
Quando entendemos as nossas imperfeições passamos a conviver melhor com o que e com quem nos cerca.
Os problemas não são pessoais, são de seres rotulados de racionais, mas que usam muito pouco a razão. Além de tudo, já vem de fábrica com uma carga genética violenta e que influi na sua capacidade de transformação.
No conflito estabelecido pela sociedade entre Deus e o Diabo surgem a virtude, a moral, os falsos comportamentos e as hipocrisias da convivência.
Os inúmeros personagens do passado aos quais nos referimos como “sábios”, só diferem de nós porque eram pessoas que se entregavam ao conhecimento como fonte de vida.
Importante imaginar que a única solução para a nossa penúria mental é avaliá-la diariamente, diminuindo assim os seus danos.
Somos tão pequenos e tão mesquinhos, que compaixão deve ser a palavra de ordem para esse estágio do desenvolvimento em que nos encontramos.
Estou convencido que não levar muito a sério as intempéries do cotidiano, é o primeiro passo.
Vivemos tentando transformar nossos entes queridos em pessoas mais semelhantes a nós, o que é uma tarefa inglória. Eles são o que são - no que a vida os transformou.
Amá-los e aceitá-los imperfeitos como nós mesmos somos é a única perspectiva de convivência pacífica.
Caso contrário, é só mudar para o Tibete e passar a vida meditando... ou ser mais um idoso estressado.

Gabriel Novis Neves
07-06-2014

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