Nunca
tão poucos ganharam tanto dinheiro como nessa temporada de futebol e carnaval!
O
que preocupa os economistas são as análises que serão feitas após esse tsunami
de festa e alegria.
O
segmento da economia que mais lucrou com essa farra foi o das grandes
construtoras.
Conseguiram
benefícios fiscais especiais, mesmo não concluindo nem a metade das obras em
tempo útil e de qualidade duvidosa.
Tivemos
oportunidade de ouvir depoimentos de setores de atividade comercial que
perderam, ou não lucraram nada, nesse período.
Os
taxistas, por exemplo, mesmo com o aumento da população nas cidades-sede não
obtiveram nenhum benefício, além dos engarrafamentos.
Muitos
estrangeiros que por aqui aportaram chegaram de bicicleta, moto, vans, ônibus e
até de carona. Aqueles que conseguiram vir de avião ficavam, na maioria dos
casos, em acampamentos improvisados próximo ao aeroporto, como aconteceu no Tom
Jobim no Rio de Janeiro.
Os
que conseguiram hotel obtiveram também o translado.
Sem
dinheiro para comprarem ingressos, milhares se contentaram com o Fan Fest.
Muitos
dormiram em rodoviárias e arredores, acampamentos, trailers, praias, sambódromo
no Rio e alojamentos comunitários.
Dizem
que em Porto Alegre apareceram cem mil argentinos, mas apenas trinta mil (!)
conseguiram pagar o ingresso para assistir ao jogo do seu país.
Parece
até que o torcedor de futebol se interessa mais pela festa da aglomeração do
que em assistir aos jogos.
Aguardamos
com calma a poeira baixar para uma análise econômica mais consistente do evento
com seus lucros e perdas.
O
investimento que fizemos foi alto, acrescido do custo Brasil.
Por
aqui já se fala em desmonte de parte da Arena Pantanal para redução do seu
preço operacional e terceirização para um grupo paulista.
Por
mal dos pecados temos o início de outra grande festa de custos elevadíssimos -
o processo eleitoral.
Vamos
torcer para que tudo se acerte com as contas da Copa, pois na política nada
mudará.
Candidatos
sem votos e com muito dinheiro disputarão cargos eletivos majoritários por puro
amor a esta terra.
Tememos
que duas faturas pesadas - os gastos da Copa e das eleições - dificultem ainda
mais os nossos projetos prioritários.
O
loteamento do Estado está sendo concluído nas convenções partidárias.
Como
aquele personagem do Chico Anísio diante de tal situação: “quero mais que o
povo se exploda”.
Os
excluídos sociais, com certeza, estão preocupados com o dia de amanhã, e nem
pensam em lucros.
Gabriel
Novis Neves
27-06-2014
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