Nem
sempre são as coisas importantes as que nos causam tanta perturbação a ponto de
nos tirar o sono.
No
mundo materialista em que vivemos, os negócios costumam, quando realizados com
ética, fazer com que o desejo de dormir demore a chegar.
Perfeitamente
compreensível para pessoas que zelam pelo “tudo certinho” em seus compromissos.
Mas,
existem fatos tão pequenos e que, ainda assim, são capazes de nos levarem à
insônia patológica.
Geralmente,
um microscópico inseto alado de pernas longas e finas, ao aproximar-se para a
sua picada predileta no lóbulo da orelha para a retirada do sangue da sua
vítima, produz um diminuto ruído em ritmo acelerado e capaz de despertar o mais
profundo dorminhoco.
Ao
menor movimento do seu escolhido doador ele se cala e, invisível, não é
encontrado.
Quando
tudo parece amenizado e o sono voltando, eis que ele aparece novamente com as
suas asinhas vibrando, levando ao desespero o infeliz escolhido para nutri-lo.
Essa
perturbação é tão séria, que aqueles que têm recursos financeiros compram
aparelhos de ar refrigerado, para evitar a aproximação do inimigo invisível.
Outros
usam ventiladores, fumaças no quarto e cobrem todo o corpo.
Quando
encontro alguém reclamando muito, ao ponto de perturbar o próximo, de pequenos
problemas materiais, lembro sempre do mosquitinho.
Tantos
dissabores a gente passa perdendo o nosso tempo tão curto nesse grande mistério
que é a vida, que se torna difícil ser solidário com o queixante de pequenas
causas.
Perdas
acontecem em nossas vidas. Podem ser de ordem material, das mais simples de
serem ignoradas, e as de ordem imaterial, as mais dolorosas e que deixam, não
raro, cicatrizes emocionais.
Entretanto,
não podemos nunca nos deixar ser derrotados por elas.
A
vida é uma guerra onde vence sempre aquele que apresenta melhor estrutura
psicológica.
A
vida tem que ser vivida e não entendida, disse alguém.
Evitar
perdas, pequenas ou grandes só para os seguidores da Lei do Gerson, que estão
sempre na espera de ganhos.
A
vida perturba sempre os mais fracos e defensores da perfeição, incompatível com
a condição humana.
“A vida tem a cor que você pinta”. Mário
Bonatti.
Gabriel
Novis Neves
24-06-2014
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