As
pessoas acima de sessenta anos têm uma visão totalmente diferente do ex-esporte
das multidões. Seus ídolos pertenciam a diversos clubes e podiam ser vistos
juntos disputando partidas, ainda que em estádios modestos, porém cheios de
conotações afetivas.
Agora,
o futebol é um negócio extremamente rendoso, manipulado por grandes
multinacionais. Não lembra os grandes espetáculos das antigas equipes.
Sendo
um jogo com onze participantes, o estrelismo individual acaba prejudicando a
atuação do conjunto. Isso é o que temos notado nos últimos mundiais.
São
colocados em campo jogadores dos mais diferentes clubes do mundo, totalmente
desentrosados. Falam idiomas diferentes e, quando muito, são amigos sociais que
se encontram nos diversos clubes internacionais onde possuem contratos
milionários.
Daí
a nossa pouca identificação com os jogadores e, o mais importante, a quase nula
intimidade entre eles.
Há
países que apresentam as suas seleções onde nenhum atleta joga em clubes da sua
nação. Verdadeira legião estrangeira de profissionais consagrados e realizados
financeiramente - o amor à pátria fica distante.
Passamos
a ver o espetáculo mais semelhante a um mercado de ações. Os jogadores sofrem
altas ou baixas em termos de cifras, dependendo da sua atuação.
Muito
semelhante, também, ao “mercado de carne” do Carnaval, em que são avaliadas as
suas musas.
Fica
explicado assim o aparente desinteresse que precedeu a Copa, isso sem falar na
enxurrada de denúncias de corrupção que envolveu o evento.
Exemplo
típico disso é o do excepcional goleiro chileno que já saiu de uma das partidas
do mundial contratado pelo Barcelona.
Não
se trata de saudosismo, mas do simples reconhecimento que espetáculos desse
vulto estão se tornando cada dia menos populares, uma vez que distanciam os
seus ídolos de seu povo.
Enfim,
sinal dos tempos, em que o “Deus Dinheiro” é o grande soberano.
Gabriel
Novis Neves
21-06-2014
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