Copas
do Mundo provam cada vez mais que fantasias são sempre mais importantes que a
realidade.
Isso
é patente quando a atenção do mundo se fixa
num passe de bola, independente dos graves problemas pelos quais passam as diferentes nações.
Muito
mais que a bola, rola no mundo a fome, a injustiça social, as guerras, os
conflitos religiosos, as dívidas impagáveis de alguns países, o desemprego.
Aos
que demonizavam a Copa do Mundo no Brasil, o povo respondeu com alegria e,
principalmente, com congraçamento.
Jogadores
de países mais evoluídos - como a
Holanda - deram um show de civilidade e
de modéstia, tornando-se o símbolo da união que deveria unir a raça humana.
O
estrelismo comum brasileiro teve de dar lugar
a uma posição mais humilde e real, já que todas as seleções são boas e
não há favoritismo.
Cada
vez mais o equilíbrio emocional é decisivo.
Os
protestos anárquicos foram substituídos em campo por verdadeiros gritos de
guerra contra a FIFA, quando, apesar da orientação em contrário, jogadores e
povo, mesmo após o término oficial do hino nacional, continuaram o seu canto,
como um brado de desobediência explícita.
Criatividade
brasileira e de alto teor contestatório.
Muito mais forte que as palavras obscenas dirigidas
aos seus mandatários, essas, absolutamente condenáveis. Não mais o clássico hino, sinal hipócrita de
patriotismo preconizado pelo poder, mas o brado de um povo que acredita poder
mudar a sua história.
Quem
sabe na ressaca do pós-Copa saberemos administrar melhor a nossa realidade?
Fantasia
mesmo é chamar de heróis os profissionais que detém os mais altos salários do
planeta.
Heróis
mesmo são os bravos trabalhadores brasileiros que apesar dos parcos salários e
da imensa carga de trabalho, representam a parte nobre da nação, digna de toda a nossa admiração.
Gabriel
Novis Neves
20-07-2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.