terça-feira, 15 de julho de 2014

DEPOIS

Analisar um fato depois de acontecido é uma das tarefas mais fáceis e que as pessoas adoram fazer.
Difícil é ter coragem de alertar para as possibilidades reais que certas atitudes nos poderão conduzir.
Depois do vergonhoso resultado da partida de futebol contra a Alemanha, e da goleada da Holanda, em que ficou evidente o mundo de mentiras em que vivemos, aparecem os donos da verdade.
Falar há um mês que a nossa seleção de futebol não jogava nada era quase uma heresia.
 “Os profetas do atraso” tinham de acreditar na sabedoria de um técnico ultrapassado e autoritário, na sua envelhecida comissão técnica e nas desastradas escolhas dos jogadores.
Com tudo perdido, o que fazer com os inúmeros e especializados cronistas esportivos?
Endeusaram tanto nossos craques que eles se tornaram seres divinos. Na verdade, não passavam de medianos jogadores de times estrangeiros, muitos na reserva.
A prata da casa foi desprezada, e o resultado foi o desastre dos 7x1!
Duas Copas realizadas no Brasil em um século e nenhum campeonato conquistado em casa.
No Maracanã, em 1950, o Brasil tinha o melhor time do Mundo e perdeu de 2x1 em lance de jogo. Começamos ganhando e permitimos a virada dos uruguaios, quando o empate já nos era suficiente. Realmente a sorte não estava no nosso lado naquele fatídico julho.
Já no “Mineiraço”, apesar de contar com a sorte, pois o placar não reflete em absoluto a superioridade germânica, ficou claro para o mundo as nossas deficiências na saúde, educação, inovações tecnológicas, segurança, infraestrutura e, agora, no futebol.
Como ficam as superdespesas com a Copa? Em 1978, na Argentina, perdemos o campeonato, mas conquistamos o titulo de “campeão moral”.
Agora, somos “campeões em hospitalidade”, ao receber delegações de futebol estrangeiras com muita festa.
Alguém será lembrado por mais esta enganação, onde bilhões de reais foram desviados para obras faraônicas em um momento inoportuno para o desenvolvimento dessa nação, quando explodimos o teto máximo da inflação ao ano.

Gabriel Novis Neves
12-07-2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.