Estamos
vivendo um momento político importante para a revisão das condutas carcerárias,
até então totalmente desprezadas pela sociedade civil.
A
prisão de pessoas públicas de vulto no cenário nacional levou a um
desdobramento da maior importância – a diferença de tratamento na prisão dos
poderosos e a aplicação do sistema penal para os detentos comuns.
Livres
para receberem visitas em diferentes horários contrastavam, grosseiramente, com
as dificuldades encontradas pelos parentes dos pobres mortais para os mesmos
fins.
Em
termos reais, esse simples clamor pelo aprimoramento do setor judicial já teria
sido relevante.
Algo
terá que ser feito quando um dos componentes do Supremo Tribunal Federal (STF)
preconiza como válida a fuga de um dos condenados para o exterior, admitindo as
péssimas condições do nosso sistema carcerário.
Se
não mártires políticos, como se julgam os condenados do chamado mensalão, com
certeza, eles terão sido os réus da democracia.
Novos
desdobramentos ocorrem com rebeliões em vários presídios do país.
A
descrença da população nos partidos políticos, no Congresso Nacional, no Poder
Judiciário, no Poder Legislativo e na Polícia é algo assustador, tendo em vista que estamos a
poucos meses de novas eleições.
Com
um pouco mais de credibilidade continuam as Forças Armadas e a Igreja.
Pela
ausência de alternativas as escolhas são feitas entre as políticas públicas
mais eficientes, já que os diversos partidos estão todos incluídos pela
população como pertencentes a um mesmo saco de corrupção.
Há
de se atentar que o desdobramento dessas crises é sempre preocupante, uma vez
que põe à prova o quanto as nossas instituições democráticas podem segurar
tantas incongruências.
Gabriel Novis Neves
25-11-2013