Meses
atrás o secretário da FIFA, responsável pela Copa do Mundo no Brasil, concedeu
uma entrevista, em francês, a jornalistas do mundo todo.
Na
ocasião, demonstrou a sua preocupação com o atraso das obras no Brasil. Teria
dito que alguém deveria dar um chute no traseiro dos políticos para acordar
esta nação para o maior evento futebolístico do planeta Terra.
Quando
a notícia chegou por aqui foi recebida como uma declaração de guerra aos brios
nacionais. A pátria das chuteiras foi ofendida, assim como a honra nacional.
Montou-se,
às pressas, um quartel general (QG) de resistência e defesa à nossa soberania.
A
primeira medida tomada foi comunicar à FIFA que o Brasil exigia a demissão do
seu secretário agressor.
As
manifestações nas Casas do Povo pipocaram em todos os quadrantes. E a imprensa
colocando fogo nas inexistentes obras do caderno de trabalho assinado pelo
Brasil e a FIFA.
Da
Suíça, a maior e mais poderosa multinacional do futebol, manda o chefe de
gabinete do presidente da Federação Internacional de Futebol responder que não
iria demitir ninguém e que a expressão “chute no traseiro” foi erro de
tradução.
O
ministro de Esportes do Brasil jurou que não reconhecia mais a autoridade do
agressor da nossa honra e solicitou novo interlocutor para negociar os
problemas da Copa no Brasil.
Resumindo:
o presidente da FIFA veio ao Brasil - foi recebido em audiência especial pela
presidente da República -, o secretário da FIFA continua o mesmo e as obras
continuam bem atrasadinhas, exceções feitas para alguns campos de futebol.
A
FIFA, em nota oficial com texto em português para que não houvesse confusão de
tradução e novo mal estar diplomático, disse que, para essa Copa do Mundo de
2014, só iria necessitar do campo de futebol e estrada para levar os turistas
até ele.
Recentemente
uma comissão de senadores esteve por aqui inspecionando as obras da Copa. O
porta voz disse à imprensa que as obras estruturantes e de mobilização urbana,
as mais importantes para Cuiabá, um dia ficarão prontas e que o nosso
compromisso não é com a FIFA, e sim, com as cidades sedes.
Não
entendi nada, pois o torneio é da FIFA e, para ser realizado nas cidades, é
assumido um compromisso.
Justificar
a nossa incompetência com esse tipo de notícias esfarrapadas é outra coisa, e
tem outro nome.
O
maior legado que esta Copa irresponsável deixará para o Brasil será uma
impagável dívida dos Estados e o abandono total do nosso interior.
Em
outubro próximo poderemos treinar uns chutinhos no traseiro dos nossos
políticos, para o grande embate eleitoral de 2014.
Gabriel
Novis Neves
05-06-2012
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